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Nordeste é a região do país em que é maior o impacto dos anos de estudo dos pais sobre o progresso dos filhos
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Entre todos os fatores que podem ampliar as chances de uma pessoa crescer na vida, a Educação ocupa papel mais relevante. Diversos estudos mostram que quanto mais se avança na carreira escolar, maior a renda como trabalhador. Mas o que emerge dos dados disponibilizados na nova plataforma do Instituto de Mobilidade e Desenvolvimento Social (IMDS) são os efeitos do nível de escolaridade de uma pessoa no desenvolvimento de seus filhos. E, principalmente, o quanto cada ano de estudos de uma pessoa pode se converter em um melhor desenvolvimento na vida acadêmica de seus filhos.
Os dados (compulsados a partir das bases do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) e disponíveis em www.imdsbrasil.org), obtidos após cruzamentos e interpretações com foco específico em mobilidade social, mostram que 25,9% dos filhos de pais que não têm instrução, ou seja, que possuem menos de um ano de estudos, conseguem, no mínimo, completar o ensino médio. E uma parcela deles conclui a faculdade e vai além. Mas o dado surpreendente é ver o efeito transformador que alguns poucos anos de estudos podem ter sobre a vida dos filhos. Aqueles pais que conseguem caminhar um pouquinho de nada e ter o fundamental incompleto (portanto frequentaram a escola durante menos de três anos ao longo de suas vidas) produzem um feito notável, fazendo com que 54,7% de seus filhos completem o ensino médio ou vão além. É mais do que o dobro daqueles 25,9% mencionados acima e verificáveis na tabela que acompanha este texto.
Mais surpreendente ainda é ver que esses um ou dois anos de estudos de um pai triplicam o percentual de filhos que se formam em uma faculdade ou vão além em seus estudos. Enquanto 3,9% dos filhos de pais sem instrução chegam ao nível superior completo ou mais, são 13% os que chegam lá tendo tido pais com o fundamental incompleto.
Os dados da plataforma do IMDS permitem diversos cruzamentos, entre os quais a divisão por regiões. O Nordeste surge como a região do país onde esses poucos anos de estudo são mais prósperos, gerando resultados ainda mais positivos. A diferença entre os filhos de pessoas sem instrução e daquelas com fundamental incompleto que completam o ensino médio ou vão além é, na média nacional, de 28,8 pontos percentuais. Já na região Nordeste, sobe para 32,4, ficando à frente do Sudeste, segundo mais bem colocado, com 27,9 pontos percentuais.
Examinar todas as razões que fazem com que uma pessoa tenha de fato melhores chances na vida é a missão do IMDS, a primeira instituição essencialmente dedicada ao tema da mobilidade social no Brasil. A desigualdade é comumente identificada como o principal problema social brasileiro. Mas a maior injustiça está na diferença de oportunidades entre os mais ricos e os mais pobres quando o assunto é simplesmente ter chances de progredir na vida. É disso que se fala quando se trata de mobilidade social.
No ranking que mede o desempenho dos países em proporcionar a seus jovens a mobilidade social, o Brasil está bem abaixo da média. O parâmetro foi estabelecido em estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), fonte do gráfico que acompanha este texto. Ele mostra quanto tempo uma pessoa leva para alcançar o rendimento médio da população, tendo nascido entre os 10% mais pobres.
Os brasileiros levarão nove gerações para chegar à camada mediana de renda do país, enquanto. Na média da OCDE, esse tempo é de 4,5 anos. Na Dinamarca, o país líder do ranking de mobilidade social, o mesmo caminho rumo à média da renda nacional leva duas gerações. Ou seja, o pobre ainda verá seu neto crescer na vida e seguramente ver seu filho ter chances que ele não teve. O Brasil está empatado, neste quesito, com a África do Sul e um pouco à frente da Colômbia, onde esse tempo chega a 11 gerações. A média, entre todos os países incluídos no ranking pela OCDE, é de 4,5 gerações.
“A falta de mobilidade social perpetua a desigualdade. Ou seja, ela amplifica as injustiças e tira do país, de nossos jovens, a capacidade de sonhar com uma vida melhor”, reflete Paulo Tafner, diretor-presidente do Instituto Mobilidade e Desenvolvimento Social (IMDS).
Muitos outros campos de atuação são vislumbrados por quem estuda o tema a fundo. Dependendo da situação, a intervenção recomendada pode envolver saúde da gestante, capacitação de jovens para o empreendedorismo, atendimento pré-natal, apoio ao desenvolvimento cognitivo na primeira infância, desenvolvimento de habilidades sócio emocionais, prevenção à violência e até o incentivo a mudanças de endereço.
Governos, empresários e instituições do terceiro setor centram esforços na Educação e vêm fazendo um bom trabalho. Mas o Brasil segue sendo o lugar em que somente 3,9% dos filhos de pais sem instrução chegarão ao nível superior de escolaridade, enquanto 69,7% dos filhos dos que têm nível superior alcançam o mesmo patamar.
Verificar os resultados dos programas, propondo políticas públicas com base em certezas amparadas na melhor ciência social disponível é a primeira tarefa a que o IMDS se impõe. A outra é levar suas conclusões até os governos, em que esfera for, para que programas bem sucedidos possam ser replicados. E sem custos para os governos.

Brasil
Brasil tinha 544 mil policiais militares, civis e bombeiros em 2020

O Brasil contava com ao menos 480 mil policiais civis e militares na ativa, em 2020. A informação consta da Pesquisa Perfil das Instituições de Segurança Pública que o Ministério da Justiça e Segurança Pública divulgou hoje (1º).
Segundo informações fornecidas pelos estados e pelo Distrito Federal, a soma dos policiais militares na ativa em todo o país totalizava, em 2020, 385.883 pessoas – sendo 341.152 homens e 44.731 mulheres. Já o efetivo de policiais civis compreende a 94.418 agentes – 69.817 homens e 24.601 mulheres.
Contabilizados à parte, os bombeiros reúnem 63.644 militares na ativa, dos quais 55.949 são homens e 7.695, mulheres. Reunidas, as três categorias totalizam 543.945 servidores. Número pouco menor que os cerca de 555 mil policiais militares, civis e bombeiros que o Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontou estarem na ativa em março de 2021, conforme o 15º Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
Redução
A mesma pesquisa sobre o perfil das instituições de segurança pública divulgada em 2020 apontou que, em 2018, tanto o número de policiais militares, quanto o de civis, era superior aos divulgados hoje. Enquanto, em 2018, as pms do país reuniam 414.932 pessoas, as polícias civis contavam com um efetivo total de 112.837 indivíduos.
Consultado, o ministério informou que apenas os órgãos de segurança pública de cada uma das unidades federativas onde houve redução do efetivo poderiam explicar as causas da variação.
Parte da diferença entre os dados de 2020 e os de 2018 pode ser atribuída ao fato de que, na mais recente pesquisa, alguns estados não forneceram todas as informações solicitadas pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp). Espírito Santo e Rondônia, por exemplo, não informaram seus efetivos de policiais militares na ativa em 2020. Já Acre e Piauí não indicaram o número de policiais civis. Ainda assim, os dados consolidados disponíveis no painel da pesquisa de 2020 indicam variações locais efetivas.
Detentor do maior efetivo policial do país, o estado de São Paulo, por exemplo, informou à Senasp que, em 2018, contava com 83.044 policiais militares e 29.140 policiais civis, e com 81.664 pms e 22.041 agentes civis na ativa em 2020. Já os dados atribuídos ao Rio de Janeiro, estado que possui o segundo maior contingente policial do país, variam de 44.020 pms e 9.058 policiais civis em 2018 para 44.336 pms e 7.309 policiais civis, em 2020.
Frota
Uma das novidades da recente pesquisa foi desmembrar os dados relativos aos institutos oficiais de perícia de todo o país, até então agrupados junto aos das polícias judiciárias. Com base na mudança, o ministério chamou a atenção para o fato de o país contar com cerca de 14 mil servidores lotados nestes institutos.
Além disso, as instituições de segurança pública dos estados e do Distrito Federal também forneceram à Senasp informações sobre equipamentos, capacitações, estruturas e atividades desenvolvidas.
Enquanto a frota veicular das PMs de todo o país supera as 78 mil viaturas, a das policias civis não chega a 41 mil. Já os corpos de bombeiros militares contam com 15.373 viaturas. As três instituições contam com aeronaves, mas enquanto as polícias militares brasileiras dispõem de 83 helicópteros; os bombeiros contam com 46 e as polícias civis, com 24. A consulta ao painel da pesquisa, na internet, também permite perceber a distribuição irregular destes equipamentos pelos diferentes estados e regiões.
A pesquisa também detalha a composição das forças de segurança das unidades federativas, analisando critérios como raça/cor; idade; tempo de serviço; posição; escolaridade, entre outros aspectos. Desta forma, é possível verificar que enquanto a maioria (60%) dos integrantes das polícias militares concluíram até o ensino médio, contra 30% que cursaram o ensino superior, nas polícias civis a situação se inverte, com 62% da força com diploma universitário e 22% com ensino médio completo.
Edição: Aline Leal
Fonte: EBC Geral
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