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Saúde

Projeto Lean nas Emergências do PROADI-SUS auxilia hospitais do SUS a reduzir superlotação em 38% 

Saúde

 

Iniciativa do Ministério da Saúde executada pelo Hospital Sírio-Libanês utiliza metodologias de gestão para otimizar indicadores de urgência e emergência em hospitais públicos 

 

 A superlotação dos serviços de urgência e emergência de 35 hospitais públicos e filantrópicos teve uma redução de 38% entre dezembro de 2019 e dezembro de 2020, com uma redução média de 50% no tempo de permanência do paciente da urgência até a internação, e uma redução média de 11% no tempo médio de permanência na internação (de 8,5 dias para 7,6 dias).  

 

Esses são os principais resultados do ciclo 4 do projeto Lean nas Emergências, iniciativa do Ministério da Saúde realizada pelo Hospital Sírio-Libanês por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS).  

 

“Chegamos ao final do triênio com 102 hospitais participantes, isso é um marco importante para o SUS. Mesmo com a questão da pandemia tivemos resultados positivos e a cultura Lean proporcionou a esses hospitais um nível de maturidade profissional decisivo para passar por essa situação. Estamos mais preparados, com fluxos e processos implementados, equipes motivadas e podendo salvar mais vidas” comemora Luiz Otavio Franco Duarte, secretário de Atenção Especializada à Saúde. 

 

A superlotação dos serviços de urgência e emergência nos hospitais do SUS é um fator que impacta todo o sistema de saúde. Além de longa espera, a superlotação causa outros problemas, como o aumento da média de permanência do paciente no hospital, desperdício de tempo e recursos, e menor giro de leitos, como explica Marco Saavedra Bravo, gerente do projeto. 

 

“Utilizamos metodologias estruturadas de gestão para otimização de tempo, recursos e espaço, garantindo mais agilidade e segurança no atendimento. Isso provoca uma verdadeira mudança de cultura nos hospitais participantes e mostra que é possível agregar valor aos processos intra-hospitalares”. 

 

Além da própria metodologia Lean, o projeto também engloba o protocolo de capacidade plena, daily huddle – reuniões de equipe diárias de 10 minutos –, e estratégias de fluxo, entre outras estratégias. Além disso, durante a execução, são implementados indicadores de gestão, como o NEDOCS, que mede a superlotação a partir do número de leitos, volume de pacientes e tempo de passagem pela urgência até a internação.  

 

Desde o início do projeto, em 2018, o projeto já passou por 102 hospitais em 24 estados brasileiros. Os hospitais participantes do Lean nas Emergências são escolhidos pelo Ministério da Saúde junto ao Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS), e são acompanhados por um período de seis meses. 

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Apoio estratégico durante a pandemia 

 

Além da organização do fluxo, o projeto ajudou os hospitais na implementação do Gabinete de Crise e gerenciamento diário do Gabinete de Crise, para enfrentamento da pandemia da covid-19. Também foram realizadas outras diversas ações, como o e-book “Plano de Resposta Hospitalar ao COVID-19”, implementação de estratégias para segregação de fluxo para pacientes com covid-19, e realização de diversas lives para auxiliar os hospitais públicos na implementação das ações. 

 

A equipe do Lean também está prestando suporte estratégico aos Hospitais Federais e Institutos do Rio de Janeiro, com o objetivo de conduzir melhorias de processo que gerem aumento de eficiência em diversos setores, como Centro Cirúrgico, Unidades de Internação e Pronto Socorro.  

Participam dessas atividades o Hospital Federal Ipanema, Hospital Federal Lagoa, Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia, Instituto Nacional de Câncer, Hospital Federal Servidores do Estado, Hospital Federal Cardoso Fontes, Hospital Federal do Andaraí, Hospital Federal de Bonsucesso e Instituto Nacional de Cardiologia. 

 

Destaques entre os hospitais do SUS 

 

Em um ano marcado pela pandemia, alguns hospitais conquistaram grandes feitos dentro do projeto. É o caso do Hospital Municipal Mário Pinotti (PA), que atende mais de sete mil pacientes por ano, como explica Ricardo Damasceno, diretor clínico. “O time do hospital abraçou com firmeza o propósito e o objetivo do Lean nas Emergências. Com a metodologia do projeto, o NEDOCS caiu 70%, contribuindo para a assistência desses pacientes e o giro de leitos”.   

 

Já o Hospital Geral de Itapecerica da Serra (SP), teve redução do tempo médio de permanência na instituição em 23%. Algumas implementações foram a separação de fluxos na recepção, revisão do fluxo de encaminhamento de senhas e revisão do fluxo de pacientes com maior necessidade de recursos. 

 

A Dra. Ana Carolina Merce, Gerente Médica Assistencial da instituição, compartilha sua percepção de fazer parte do projeto: “Participar dessa experiência foi extremamente agregador, pois os resultados são perceptíveis diretamente na qualidade do atendimento prestado ao nosso paciente”, pontua. 

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Por fim, outro destaque é o Maternidade de Alta Complexidade do Maranhão (MA), que reduziu o NEDOCS em 80% e o tempo médio de permanência do paciente em 32%. Os resultados foram alcançados com ações práticas que aumentaram a eficiência da instituição, como a implementação de um Plano de alta – Checklists, previsão de alta, comunicação assertiva, envolvimento de todas as equipes multidisciplinares, entre outras iniciativas relevantes.  

 

Quem conta o impacto cultural do projeto é o Dr. Hilmar Hortega, Diretor Geral da instituição: “Nós estávamos acostumados a ver os corredores com várias crianças improvisadas aguardando leitos e de gestantes também nos corredores do pré parto. No momento em que o projeto Lean começou a trabalhar juntamente com os nossos profissionais da maternidade, vimos esses corredores livres, o que foi algo emocionante e motivo de alegria. Todos os profissionais trabalham mais felizes e com mais boa vontade porque têm melhores condições de trabalho”, conclui.  

 

Confira a lista completa de hospitais participantes do ciclo 4. 

 

Sobre o PROADI-SUS 

O Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde, PROADI-SUS, foi criado em 2009 com o propósito de apoiar e aprimorar o SUS por meio de projetos de capacitação de recursos humanos, pesquisa, avaliação e incorporação de tecnologias, gestão e assistência especializada demandados pelo Ministério da Saúde. Hoje, o programa reúne seis hospitais sem fins lucrativos que são referência em qualidade médico-assistencial e gestão: Hospital Alemão Oswaldo Cruz, BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, HCor, Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital Moinhos de Vento e Hospital Sírio-Libanês. Os recursos do PROADI-SUS advém da imunidade fiscal dos hospitais participantes. Os projetos levam à população a expertise dos hospitais em iniciativas que atendem necessidadesa do SUS. Entre os principais benefícios do PROADI-SUS, destacam-se a redução de filas de espera; qualificação de profissionais; pesquisas do interesse da saúde pública para necessidades atuais da população brasileira; gestão do cuidado apoiada por inteligência artificial e melhoria da gestão de hospitais públicos e filantrópicos em todo o Brasil. Para mais informações sobre o Programa e projetos vigentes no atual triênio, acesse: https://hospitais.proadi

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Saúde

Anvisa aprova consulta pública sobre proibição de cigarro eletrônico

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A diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, por unanimidade, nesta sexta-feira (1º) a abertura de uma proposta de consulta pública para revisar a proibição de cigarros eletrônicos no Brasil. Desde 2009, uma resolução da entidade proíbe a fabricação, a comercialização, a importação e a propaganda de dispositivos eletrônicos para fumar, popularmente conhecidos como vape. De acordo com a decisão da Anvisa de hoje, a sociedade civil terá 60 dias para manifestar-se sobre o tema na consulta pública.

Ao longo da reunião, transmitida em tempo real por meio do canal oficial da Anvisa no YouTube, diversas manifestações do setor regulado, de entidades civis e da população em geral foram veiculadas por meio de vídeos enviados à agência. Ao todo, mais de 60 pessoas, com opiniões favoráveis e contrárias à regulamentação dos cigarros eletrônicos, foram ouvidas pelos diretores antes que proferissem seus votos. 

Protestos 

Enquanto a diretoria colegiada da Anvisa se reunia, um grupo de cerca de 20 pessoas ligadas à organização não governamental (ONG) Direta – Diretório de Informações para a Redução de Danos do Tabagismo defendia, em frente à sede da Anvisa, a regulamentação dos cigarros eletrônicos no Brasil. Entre as argumentações apresentadas está a de que esses dispositivos não causam os mesmos males do tabagismo. 

O grupo argumenta ainda que, em razão da ausência de uma regulamentação, dispositivos de má qualidade acabam sendo comercializados livremente no país e que há pessoas fabricando líquido para cigarros eletrônicos até mesmo dentro de casa. O presidente da ONG, Alexandro Lucian Alves Cordeiro dos Santos, cita revisões científicas que indicariam redução de danos de até 95% para pessoas que substituíram o cigarro comum pelo eletrônico.  

Ao ser questionado sobre outros estudos que apresentaram resultados diferentes, indicando que dispositivos eletrônicos para fumar podem ser até mais prejudiciais à saúde do que os cigarros tradicionais, ele argumentou que, nesses casos, a confusão se dá porque, enquanto algumas pesquisas abrangem dados brutos sobre a presença da nicotina, outras tratam do potencial de absorção da substância pelo organismo – algo que varia de pessoa para pessoa. 

Além disso, acrescentou, como o cigarro eletrônico só começou a ser comercializado em 2006 (nos Estados Unidos e na Europa), não há, até o momento, dados científicos referentes a grupos que utilizaram o cigarro eletrônico na fase adulta e que já tenham chegado à faixa etária dos 80 anos.  

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“Nosso papel aqui é mostrar que cigarros eletrônicos são alternativas eficazes para ajudar as pessoas a pararem de fumar, substituindo o tabagismo pelo nicotismo”, disse, ao afirmar, que “nicotina não faz tanto mal à saúde e nem causa câncer, apesar de alguns médicos afirmarem que sim”. “Há muita desinformação”, complementou. 

O presidente da ONG Direta, que veio do Paraná a Brasília para participar da manifestação, disse também que nunca obteve benefício (financiamento ou parceria) de empresas ou grupos que possam vir a ter alguma vantagem com a comercialização de dispositivos eletrônicos para fumar. 

Entenda  

Os dispositivos eletrônicos para fumar são também conhecidos como cigarros eletrônicos, vape, pod, e-cigarette, e-ciggy, e-pipe, e-cigar e heat not burn (tabaco aquecido). Embora a comercialização no Brasil seja proibida, os dispositivos podem ser encontrados em diversos estabelecimentos comerciais e o consumo, sobretudo entre os jovens, tem aumentado.  

Desde 2003, quando foram criados, os equipamentos passaram por diversas mudanças: produtos descartáveis ou de uso único; produtos recarregáveis com refis líquidos (que contém, em sua maioria, propileno glicol, glicerina, nicotina e flavorizantes), em sistema aberto ou fechado; produtos de tabaco aquecido, que possuem dispositivo eletrônico onde se acopla um refil com tabaco; sistema pods, que contém sais de nicotina e outras substâncias diluídas em líquido e se assemelham a pen drives, dentre outros.  

Riscos à saúde 

Com aroma e sabor agradáveis, os cigarros eletrônicos chegaram ao mercado com a promessa de serem menos agressivos que o cigarro comum. Entretanto, a Associação Médica Brasileira (AMB) alerta que a maioria absoluta dos vapes contém nicotina – droga psicoativa responsável pela dependência e que, ao ser inalada, chega ao cérebro entre sete e 19 segundos, liberando substâncias químicas que trazem sensação imediata de prazer.  

De acordo com a entidade, nos cigarros eletrônicos, a nicotina se apresenta sob a forma líquida, com forte poder aditivo, ao lado de solventes (propilenoglicol ou glicerol), água, flavorizantes (cerca de 16 mil tipos), aromatizantes e substâncias destinadas a produzir um vapor mais suave, para facilitar a tragada e a absorção pelo trato respiratório. “Foram identificadas, centenas de substâncias nos aerossóis, sendo muitas delas tóxicas e cancerígenas.” 

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“O cigarro eletrônico em forma de pen drive e com USB entrega nicotina na forma de ‘sal de nicotina’, algo que se assemelha à estrutura natural da nicotina encontrada nas folhas de tabaco, facilitando sua inalação por períodos maiores, sem ocasionar desconforto ao usuário”, destacou a AMB.  

“Cada pod do cigarro eletrônico no formato de pen drive contêm 0,7 mililitro (ml) de e-líquido com nicotina, possibilitando 200 tragadas, similar, portanto, ao número de tragadas de um fumante de 20 cigarros convencionais. Ou seja, pode-se afirmar que vaporizar um pen drive equivale a fumar 20 cigarros (um maço).”  

Ainda de acordo com a entidade, o uso de cigarro eletrônico foi associado como fator independente para asma, aumento da rigidez arterial em voluntários saudáveis, sendo um risco para infarto agudo do miocárdio, da mesma forma que os cigarros tradicionais. Em estudos de laboratório, o cigarro eletrônico se mostrou carcinógeno para pulmão e bexiga. 

Congresso Nacional  

Além do debate no âmbito da Anvisa, tramita no Senado Federal o Projeto de Lei (PL) 5008/2023, de autoria da senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), que permite a produção, importação, exportação e o consumo dos cigarros eletrônicos no Brasil.  

Jovens  

De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2019, 22,6% dos estudantes de 13 a 17 anos no país disseram já ter experimentado cigarro pelo menos uma vez na vida, enquanto 26,9% já experimentaram narguilé e 16,8%, o cigarro eletrônico.  

O estudo ouviu adolescentes de 13 a 17 anos que frequentavam do 7º ano do ensino fundamental até a 3ª série do ensino médio das redes pública e privada.  

Controle do tabaco  

O Brasil é reconhecido internacionalmente por sua política de controle do tabaco. Em julho de 2019, tornou-se o segundo país a implementar integralmente todas as medidas previstas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) no intuito de reduzir o consumo do tabaco e proteger as pessoas das doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs). 

Fonte: EBC SAÚDE

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