Agronegócio

Alta do milho reduz poder de compra dos suinocultores

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Em outubro, os suinocultores brasileiros enfrentaram uma queda no poder de compra, após oito meses consecutivos de estabilidade. O cenário é consequência da forte valorização do milho no mercado doméstico, insumo essencial para a produção de suínos, cujos preços têm aumentado mesmo com o avanço da semeadura e a previsão de chuvas nas regiões produtoras.

Especialistas apontam que a alta do milho é impulsionada pela retenção de vendas por parte dos produtores e pela busca de compradores para recompor estoques. Na parcial deste mês, o preço do suíno vivo é negociado a uma média de R$ 8,97/kg, apresentando um leve aumento de 0,3% em relação a setembro. Essa elevação modesta indica um equilíbrio entre a oferta e a demanda no setor.

No mercado de milho, o Indicador Esalq/BM&FBovespa registrou uma média de R$ 67,40/saca de 60 kg na parcial de outubro, o que representa uma alta expressiva de 7,7% em comparação ao mês anterior. Essa valorização acentua a pressão sobre os custos de produção, levando os suinocultores a reavaliar suas margens de lucro.

Em diferentes regiões do Brasil, os preços do suíno vivo apresentaram variações. No Rio Grande do Sul, por exemplo, o preço se manteve estável em R$ 8,46/kg, enquanto em Minas Gerais, houve uma alta de 0,56%, alcançando R$ 9,03/kg. O Paraná registrou um aumento de 0,22%, com o preço atingindo R$ 8,91/kg, e em Santa Catarina, o incremento foi de 0,93%, fechando em R$ 8,70/kg. Em São Paulo, o preço subiu 1,87%, encerrando o mês em R$ 9,25/kg.

Fonte: Pensar Agro

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Agronegócio

Taxa de juros alta desafia crédito rural e ameaça plano safra 2025/26

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O cenário de juros elevados promete impor dificuldades ao crédito rural agora em 2025, exigindo ajustes para a formulação do próximo Plano Safra (2025/26). Com a taxa Selic em trajetória ascendente desde 2024, a equalização dos juros, que subsidia financiamentos para produtores, tornou-se mais onerosa, pressionando o orçamento público.

A taxa Selic, que iniciou 2024 em 10,5% e encerrou o ano em 12,25%, está prevista para subir ainda mais no início de 2025. Este aumento encarece os subsídios que garantem juros reduzidos aos agricultores, forçando o governo a reavaliar suas estratégias. Entre as opções consideradas estão aumentar as taxas de financiamento ou reduzir o volume de recursos equalizados disponíveis.

No Plano Safra 2024/25, o orçamento para a subvenção de juros já havia sido ampliado para R$ 11,8 bilhões. Desse total, R$ 6,8 bilhões foram direcionados ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), enquanto R$ 3,4 bilhões foram alocados para financiamentos de investimento.

Com a lei orçamentária de 2025 ainda em discussão no Congresso Nacional, o governo propôs elevar o orçamento para a equalização dos juros para R$ 14,8 bilhões. Contudo, especialistas alertam que mesmo com esse aumento, o residual disponível para novas contratações será menor, devido à necessidade de cobrir operações contratadas em anos anteriores.

Os primeiros meses da safra 2024/25 registraram crescimento na contratação de crédito equalizado. De julho a novembro de 2024, o número de contratos subiu 48%, e o montante financiado aumentou 32%, atingindo R$ 67,4 bilhões. Apesar do crescimento, o ambiente de juros altos limita a expansão de políticas similares em 2025.

Para mitigar os desafios, iniciativas como a criação de linhas de crédito independentes do Plano Safra, como o programa de conversão de pastagens pelo Ecoinvest, estão sendo avaliadas. No entanto, tais programas enfrentam limitações em termos de captação de recursos a taxas reduzidas.

O setor agrícola também observa com atenção o mercado internacional. A queda dos juros nos Estados Unidos pode beneficiar a exportação de produtos brasileiros, enquanto a política fiscal interna segue em foco como um fator-chave para o controle da inflação e para a sustentabilidade do crédito rural.

Em um cenário de restrição fiscal e juros elevados, o agronegócio brasileiro terá de contar com ajustes orçamentários e a busca por alternativas inovadoras para manter o financiamento acessível. O desafio será garantir que o Plano Safra 2025/26 continue apoiando os produtores rurais, preservando a competitividade do setor no mercado global.

Fonte: Pensar Agro

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