Agronegócio

CNA discute padrão oficial para classificação de café torrado

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Brasília (16/02/2022) – A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) discutiu, na quarta (16), a visão do setor agrícola sobre o estabelecimento do Padrão Oficial de Classificação (POC) para o Café Torrado, durante o primeiro seminário sobre o tema promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

O evento debateu a portaria nº 364/2021 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que abriu consulta pública sobre a elaboração de uma instrução normativa para estabelecer o Regulamento Técnico do Café Torrado.

O coordenador de Produção Agrícola da CNA, Maciel Silva, defendeu que é a instituição de um POC para o café torrado trará valorização ao cafeicultor, através do reconhecimento da Identidade, qualidade física e qualidade sensorial dos cafés produzidos no Brasil.

Segundo ele, estabelecer um padrão mínimo de qualidade do mercado consumidor de café é um pleito antigo do setor produtivo, que valoriza quem produz e garante maior qualidade ao consumidor.

Silva destacou que os produtores, e consumidores esperam um regulamento técnico com melhorias na identidade do produto, maior transparência, garantia dos requisitos mínimos quanto à qualidade e pureza, primando pela saúde dos consumidores, além de agregar de valor a um dos produtos de maior presença na mesa dos brasileiros.

De acordo com ele, a nova regulamentação para o café torrado deverá adotar métricas operacionais reconhecidas pelo mercado, proporcionando resultados transparentes que garantam isonomia e equidade ao processo.

O coordenador reforçou a importância do papel do Mapa nesse processo e ressaltou a necessidade da intervenção do estado nos casos de inconformidades.

Maciel Silva disse ainda que o mérito da proposta cumpre as exigências legais e de competências do Mapa e possui pontos de relevância para o setor.

”A proposta de portaria segue em coerência com as exigências da cadeia de valor ao garantir transparência aos parâmetros de identidade, qualidade e inocuidade do produto”.

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Fonte: CNA Brasil

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Agronegócio

Taxa de juros alta desafia crédito rural e ameaça plano safra 2025/26

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O cenário de juros elevados promete impor dificuldades ao crédito rural agora em 2025, exigindo ajustes para a formulação do próximo Plano Safra (2025/26). Com a taxa Selic em trajetória ascendente desde 2024, a equalização dos juros, que subsidia financiamentos para produtores, tornou-se mais onerosa, pressionando o orçamento público.

A taxa Selic, que iniciou 2024 em 10,5% e encerrou o ano em 12,25%, está prevista para subir ainda mais no início de 2025. Este aumento encarece os subsídios que garantem juros reduzidos aos agricultores, forçando o governo a reavaliar suas estratégias. Entre as opções consideradas estão aumentar as taxas de financiamento ou reduzir o volume de recursos equalizados disponíveis.

No Plano Safra 2024/25, o orçamento para a subvenção de juros já havia sido ampliado para R$ 11,8 bilhões. Desse total, R$ 6,8 bilhões foram direcionados ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), enquanto R$ 3,4 bilhões foram alocados para financiamentos de investimento.

Com a lei orçamentária de 2025 ainda em discussão no Congresso Nacional, o governo propôs elevar o orçamento para a equalização dos juros para R$ 14,8 bilhões. Contudo, especialistas alertam que mesmo com esse aumento, o residual disponível para novas contratações será menor, devido à necessidade de cobrir operações contratadas em anos anteriores.

Os primeiros meses da safra 2024/25 registraram crescimento na contratação de crédito equalizado. De julho a novembro de 2024, o número de contratos subiu 48%, e o montante financiado aumentou 32%, atingindo R$ 67,4 bilhões. Apesar do crescimento, o ambiente de juros altos limita a expansão de políticas similares em 2025.

Para mitigar os desafios, iniciativas como a criação de linhas de crédito independentes do Plano Safra, como o programa de conversão de pastagens pelo Ecoinvest, estão sendo avaliadas. No entanto, tais programas enfrentam limitações em termos de captação de recursos a taxas reduzidas.

O setor agrícola também observa com atenção o mercado internacional. A queda dos juros nos Estados Unidos pode beneficiar a exportação de produtos brasileiros, enquanto a política fiscal interna segue em foco como um fator-chave para o controle da inflação e para a sustentabilidade do crédito rural.

Em um cenário de restrição fiscal e juros elevados, o agronegócio brasileiro terá de contar com ajustes orçamentários e a busca por alternativas inovadoras para manter o financiamento acessível. O desafio será garantir que o Plano Safra 2025/26 continue apoiando os produtores rurais, preservando a competitividade do setor no mercado global.

Fonte: Pensar Agro

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