O reajuste no preço médio da gasolina nas refinarias, anunciado pela Petrobrás na semana passada, teve impacto de R$ 0,13 no litro do combustível nas bombas dos postos do país. Segundo levantamento semanal (de 7 a 13 de julho) da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o litro estava sendo vendido, em média, a R$ 5,97 – o maior valor desde outubro de 2023, já descontada a inflação.
O preço máximo do litro de gasolina encontrado pela ANP foi de R$ 7,99. O preço médio do etanol, por sua vez, subiu para R$ 3,96 e o do diesel aumentou, em média, para R$ 5,94.
Percentualmente, o preço nas bombas subiu 2,2% após o reajuste. A Petrobrás estimava um repasse de R$ 0,15 por litro e, como não alcançou o esperado, pode ser que a pesquisa de preços da ANP detecte novas altas nas bombas esta semana.
Esse foi o primeiro repasse das refinarias para a gasolina desde o ano passado. O último ajuste da Petrobrás foi realizado em outubro de 2023, quando o valor do combustível foi reduzido em linha com a política do governo Lula de abrasileirar o preço dos combustíveis. Embora não tenha havido aumento nas refinarias, o preço da gasolina nas bombas subiu 4,1% no primeiro semestre de 2024, segundo estudo da ValeCard.
Apesar de a direção da Petrobrás ter anunciado, no ano passado, que rompeu com a Política de Paridade dos Preços (PPI), o aumento da semana passada cede à pressão de importadores, refinarias privadas e especuladores do mercado internacional para que a companhia pratique preços pareados com o dólar.
O reajuste do preço do gás de cozinha também teve impacto sobre o preço do botijão para a população. O recipiente de 13 quilos fechou a semana a R$ 101,75, alta de 0,8%, que representa R$ 0,90 de aumento.
Já o preço do diesel se mantém inalterado nas refinarias desde o fim de 2023, mas vem subindo nas bombas. Na semana passada, segundo a ANP, o diesel S-10 foi vendido, em média, a R$ 6,01 por litro – o maior valor desde que o fim de abril.
O aumento anunciado pela Petrobrás em 8 de julho de 7,1% para a gasolina nas refinarias e de mais de 9% para o GLP, o conhecido gás de cozinha, além de aumentar o preço de outros derivados e pressionar a inflação, mantendo o preço atrelado ao dólar, traz sérios prejuízos à economia, ao setor produtivo e aos consumidores brasileiros.