Agronegócio

Estudo revela ineficácia do crédito subsidiado na recuperação de pastagens

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Um estudo recente do Climate Policy Initiative/PUC-Rio revelou que o esforço para recuperar pastagens degradadas no Cerrado, financiado por linhas de crédito do Plano Safra, tem avançado a passos lentos. De acordo com o levantamento, 72,5% das áreas que receberam subsídios através da linha ABC do programa, destinada especificamente à recuperação de pastagens, não apresentaram melhorias significativas, mesmo após seis anos da concessão dos recursos.

Entre 2016 e 2018, foram destinados R$ 976,6 milhões para a recuperação de 358,3 mil hectares de pastagens degradadas no Cerrado. Contudo, o estudo aponta que apenas 3,8% dessas áreas, cerca de 13,7 mil hectares, foram efetivamente recuperadas até 2022.

O levantamento também destaca que, no início dos financiamentos, aproximadamente 72,3% das áreas financiadas já eram compostas por pastagens, das quais 71,5% apresentavam sinais claros de degradação, com baixo ou médio vigor vegetativo.

A lenta recuperação dessas áreas põe em xeque a meta do governo federal de restaurar 40 milhões de hectares de pastagens degradadas como uma estratégia para aumentar a produtividade agropecuária sem a necessidade de expandir o desmatamento. Segundo estimativas do Ministério da Agricultura, seriam necessários US$ 120 bilhões para a conversão de todas as áreas de pasto no país.

Desafios para atrair investidores Diante do cenário desafiador, a captação de recursos para esse tipo de recuperação é outro grande obstáculo. Um estudo do Boston Consulting Group (BCG) aponta que o Brasil precisaria de US$ 2 bilhões em “capital catalítico” — recursos de origem pública ou de instituições internacionais com condições mais flexíveis e retorno esperado a médio ou longo prazo — para conseguir atrair o interesse da iniciativa privada. A expectativa é que, para cada US$ 1 bilhão aportado nesse tipo de projeto, outros US$ 4 bilhões de capital privado sejam mobilizados, o que elevaria o montante total disponível para a recuperação de pastagens.

No entanto, o alto custo do capital no Brasil continua sendo uma barreira para que o programa deslanche. O capital catalítico, geralmente oferecido por fundações, bancos de fomento ou organizações internacionais, oferece condições mais “pacientes” e com menor custo, mas ainda não tem sido suficiente para estimular a participação de investidores privados em larga escala.

A recuperação dessas áreas degradadas é vista como essencial para transformar terras improdutivas em áreas férteis, o que, por sua vez, aumentaria a produção rural de forma sustentável, sem a necessidade de novos desmatamentos. Além de contribuir para a preservação ambiental, o projeto traria benefícios econômicos importantes, como a geração de renda para produtores rurais e o aumento da eficiência da agropecuária no país.

Entretanto, os números atuais sugerem que o progresso está aquém do necessário para alcançar as metas propostas, exigindo esforços adicionais tanto do governo quanto do setor privado para que o plano de recuperação das pastagens ganhe tração e produza resultados mais expressivos.

SAIBA MAIS

O Climate Policy Initiative (CPI) é uma organização com experiência internacional em análise de políticas públicas e finanças, que possui sete escritórios ao redor do mundo. No Brasil, é afiliado à PUC-Rio. O CPI/PUC-Rio apoia políticas públicas climáticas no país, por meio de análises baseadas em evidência e parcerias estratégicas com membros do governo e da sociedade civil.

Fonte: Pensar Agro

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Exportações da Bahia totalizaram R$ 72,14 bilhões em 2024

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As exportações da Bahia totalizaram R$ 72,14 bilhões em 2024, um crescimento de 3,6% em relação ao ano anterior, mesmo diante de desafios globais, como a desaceleração da economia chinesa e a instabilidade nos preços das commodities. A agropecuária desempenhou papel essencial nesse resultado, contribuindo com R$ 28,42 bilhões, um aumento de 3%, mesmo com uma redução de 6,3% na produção física de grãos.

A soja e seus derivados mantiveram a liderança nas exportações agropecuárias, somando R$ 18,28 bilhões, o que representa 64,3% das vendas do setor. Apesar de uma queda de 4,2% em comparação a 2023, causada por oscilações no mercado e na demanda externa, outros produtos, como cacau, café e frutas, sustentaram o crescimento do segmento.

A China continuou como principal destino das exportações baianas, com compras de R$ 20,68 bilhões, uma alta de 4,1% em relação ao ano anterior. No total, as vendas para o bloco asiático atingiram R$ 33,88 bilhões, representando 47% das exportações do estado. Um destaque foi o aumento significativo das vendas para a Espanha, que cresceram 214,1%, totalizando R$ 3,50 bilhões, com uma pauta diversificada que incluiu soja, minério de cobre e produtos agropecuários.

A Bahia manteve sua posição como maior exportadora do Nordeste, sendo responsável por 47,2% das vendas externas da região. Esse desempenho reflete a força do agronegócio, aliada ao crescimento da indústria de transformação e da mineração, que também contribuíram para os resultados positivos.

As importações do estado, no entanto, registraram crescimento expressivo, alcançando R$ 65,69 bilhões, um aumento de 25,4% em relação a 2023. Esse avanço foi impulsionado principalmente pelas compras de combustíveis, que subiram 86% no ano, refletindo a alta demanda interna.

Para 2025, as perspectivas são otimistas. A previsão de uma safra agrícola maior que a de 2024 indica um potencial de crescimento nas exportações agropecuárias. Entretanto, fatores como a volatilidade cambial, as tensões comerciais entre China e Estados Unidos e as condições climáticas globais permanecem como desafios a serem acompanhados de perto.

O desempenho baiano reafirma a relevância do agronegócio como motor da economia regional e nacional, destacando-se como exemplo de inovação e resiliência em tempos de incertezas no cenário global.

Fonte: Pensar Agro

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