Agronegócio

Moratória: produtores rurais propõe boicote aos produtos Danone no Brasil

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A multinacional francesa Danone anunciou a suspensão da compra de soja brasileira, alegando preocupações com o cumprimento da legislação antidesmatamento da União Europeia (UE). A medida gerou repercussões no Brasil, levando os produtores a criticar a decisão como um ato discriminatório e uma violação da soberania nacional.

Imagem: reprodução

Em suas redes sociais, o  presidente do Instituto do Agronegócio (IA), Isan Rezende, apoio uma proposta de campanha contra os produtores Danone no Brasil. “Campanha contra os produtos Danone: a fracesa Danone divulgou que não há uma única fazenda sustentável no Brasil, por isso não compra mais soja brasileira. A empresa escreveu: “…só levamos ingredientes sustentáveis conosco, a Danone não está mais exposta ao desmatamento como estão as suas concorrentes”.

“Tal afirmação denigre a imagem do agronegócio brasileiro. O Congresso Nacional tem que avançar com os projetos de leis para bloquear as empresas que impõe a moratória da soja e da carne. Mato Grosso já saiu na frente. Entrei na campanha (contra os produtos Danone”, declarou Isan.

Para a Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil) essa ação da Danone reflete um desconhecimento sobre a produção agrícola no Brasil e está fundamentada em uma legislação que ainda não entrou em vigor. A associação argumenta que as medidas punitivas e coercitivas da UE, que preveem multas em caso de descumprimento da nova norma, são injustificadas, uma vez que a lei ainda depende de aprovação no Parlamento Europeu e pode ser prorrogada por um ano.

A entidade destacou que o Brasil já alcançou desmatamento líquido zero e tem implementado políticas de preservação ambiental, conforme estabelecido pelo Código Florestal. Os produtores brasileiros, de acordo com a associação, são os únicos no mundo que mantêm áreas de Reserva Legal e de Preservação Permanente em suas propriedades, investindo recursos próprios na preservação do meio ambiente.

A associação também aponta que o boicote da Danone já causa prejuízos aos produtores brasileiros e à economia nacional, mesmo antes da nova legislação da UE entrar em vigor. Em sua análise, a Aprosoja Brasil defende que é fundamental que o governo brasileiro tome medidas de compensação, incluindo a notificação à UE sobre os danos financeiros causados por essa legislação discriminatória, e que busque reparações junto à Organização Mundial do Comércio (OMC), caso a situação não seja resolvida.

Fonte: Pensar Agro

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Agronegócio

Taxa de juros alta desafia crédito rural e ameaça plano safra 2025/26

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O cenário de juros elevados promete impor dificuldades ao crédito rural agora em 2025, exigindo ajustes para a formulação do próximo Plano Safra (2025/26). Com a taxa Selic em trajetória ascendente desde 2024, a equalização dos juros, que subsidia financiamentos para produtores, tornou-se mais onerosa, pressionando o orçamento público.

A taxa Selic, que iniciou 2024 em 10,5% e encerrou o ano em 12,25%, está prevista para subir ainda mais no início de 2025. Este aumento encarece os subsídios que garantem juros reduzidos aos agricultores, forçando o governo a reavaliar suas estratégias. Entre as opções consideradas estão aumentar as taxas de financiamento ou reduzir o volume de recursos equalizados disponíveis.

No Plano Safra 2024/25, o orçamento para a subvenção de juros já havia sido ampliado para R$ 11,8 bilhões. Desse total, R$ 6,8 bilhões foram direcionados ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), enquanto R$ 3,4 bilhões foram alocados para financiamentos de investimento.

Com a lei orçamentária de 2025 ainda em discussão no Congresso Nacional, o governo propôs elevar o orçamento para a equalização dos juros para R$ 14,8 bilhões. Contudo, especialistas alertam que mesmo com esse aumento, o residual disponível para novas contratações será menor, devido à necessidade de cobrir operações contratadas em anos anteriores.

Os primeiros meses da safra 2024/25 registraram crescimento na contratação de crédito equalizado. De julho a novembro de 2024, o número de contratos subiu 48%, e o montante financiado aumentou 32%, atingindo R$ 67,4 bilhões. Apesar do crescimento, o ambiente de juros altos limita a expansão de políticas similares em 2025.

Para mitigar os desafios, iniciativas como a criação de linhas de crédito independentes do Plano Safra, como o programa de conversão de pastagens pelo Ecoinvest, estão sendo avaliadas. No entanto, tais programas enfrentam limitações em termos de captação de recursos a taxas reduzidas.

O setor agrícola também observa com atenção o mercado internacional. A queda dos juros nos Estados Unidos pode beneficiar a exportação de produtos brasileiros, enquanto a política fiscal interna segue em foco como um fator-chave para o controle da inflação e para a sustentabilidade do crédito rural.

Em um cenário de restrição fiscal e juros elevados, o agronegócio brasileiro terá de contar com ajustes orçamentários e a busca por alternativas inovadoras para manter o financiamento acessível. O desafio será garantir que o Plano Safra 2025/26 continue apoiando os produtores rurais, preservando a competitividade do setor no mercado global.

Fonte: Pensar Agro

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