Agronegócio
Brasil amplia importações, mas tem previsão de recorde histórico
Agronegócio
O Brasil importou 552,4 mil toneladas de trigo em outubro, o maior volume registrado para o mês nos últimos cinco anos. No acumulado do ano, as compras externas já somam 5,7 milhões de toneladas, com projeção de ultrapassar 6 milhões até o fim de dezembro, o que representará o maior volume anual desde 2013. A elevação das importações reflete os desafios da safra nacional, marcada por perdas em volume e qualidade em diversas regiões do país.
A colheita nacional de trigo avança, mas com ritmos diferentes entre os estados. No Paraná, 98% da área havia sido colhida até 11 de novembro, enquanto no Rio Grande do Sul o índice era de 64% até 7 de novembro, abaixo da média histórica de 79%. Apesar das adversidades climáticas iniciais, o estado gaúcho acelerou o processo nos últimos dias e está próximo de finalizar a colheita.
A produção total de trigo no Brasil agora em 2024 é estimada em 7,5 milhões de toneladas. Santa Catarina se destaca com um aumento de 40,8%, alcançando 433 mil toneladas. No Paraná, a produção deve ser de 2,6 milhões de toneladas, enquanto o Rio Grande do Sul deve somar 4 milhões de toneladas. Contudo, parte significativa dessa safra apresenta qualidade inferior, o que impacta tanto o mercado interno quanto as exportações.
A baixa qualidade do grão nacional tem influenciado os preços e o comércio. Enquanto parte da produção brasileira é destinada a mercados externos menos exigentes, os moinhos internos têm recorrido ao trigo importado para atender suas demandas. Internamente, os preços seguem em alta. No Rio Grande do Sul, o valor médio da saca atingiu R$ 69,33, e no Paraná variou entre R$ 77,00 e R$ 79,00.
No cenário nacional, a comercialização interestadual também ganha relevância. Os produtores do Rio Grande do Sul devem movimentar cerca de R$ 271 milhões com a venda de sacas para outros estados, destacando a importância do estado como fornecedor interno.
Com a conclusão da colheita se aproximando, a atenção do setor se volta para estratégias que possam mitigar os desafios climáticos e melhorar a qualidade da produção. Ao mesmo tempo, o aumento das importações reforça a necessidade de um planejamento mais robusto para reduzir a dependência do mercado externo e fortalecer a produção local de grãos de maior qualidade.
Fonte: Pensar Agro
Agronegócio
Exportações da Bahia totalizaram R$ 72,14 bilhões em 2024
As exportações da Bahia totalizaram R$ 72,14 bilhões em 2024, um crescimento de 3,6% em relação ao ano anterior, mesmo diante de desafios globais, como a desaceleração da economia chinesa e a instabilidade nos preços das commodities. A agropecuária desempenhou papel essencial nesse resultado, contribuindo com R$ 28,42 bilhões, um aumento de 3%, mesmo com uma redução de 6,3% na produção física de grãos.
A soja e seus derivados mantiveram a liderança nas exportações agropecuárias, somando R$ 18,28 bilhões, o que representa 64,3% das vendas do setor. Apesar de uma queda de 4,2% em comparação a 2023, causada por oscilações no mercado e na demanda externa, outros produtos, como cacau, café e frutas, sustentaram o crescimento do segmento.
A China continuou como principal destino das exportações baianas, com compras de R$ 20,68 bilhões, uma alta de 4,1% em relação ao ano anterior. No total, as vendas para o bloco asiático atingiram R$ 33,88 bilhões, representando 47% das exportações do estado. Um destaque foi o aumento significativo das vendas para a Espanha, que cresceram 214,1%, totalizando R$ 3,50 bilhões, com uma pauta diversificada que incluiu soja, minério de cobre e produtos agropecuários.
A Bahia manteve sua posição como maior exportadora do Nordeste, sendo responsável por 47,2% das vendas externas da região. Esse desempenho reflete a força do agronegócio, aliada ao crescimento da indústria de transformação e da mineração, que também contribuíram para os resultados positivos.
As importações do estado, no entanto, registraram crescimento expressivo, alcançando R$ 65,69 bilhões, um aumento de 25,4% em relação a 2023. Esse avanço foi impulsionado principalmente pelas compras de combustíveis, que subiram 86% no ano, refletindo a alta demanda interna.
Para 2025, as perspectivas são otimistas. A previsão de uma safra agrícola maior que a de 2024 indica um potencial de crescimento nas exportações agropecuárias. Entretanto, fatores como a volatilidade cambial, as tensões comerciais entre China e Estados Unidos e as condições climáticas globais permanecem como desafios a serem acompanhados de perto.
O desempenho baiano reafirma a relevância do agronegócio como motor da economia regional e nacional, destacando-se como exemplo de inovação e resiliência em tempos de incertezas no cenário global.
Fonte: Pensar Agro
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