TJ RO
Comarca de Machadinho D’Oeste será elevada à segunda entrância e terá mais uma vara genérica
TJ RO
Na solenidade será instalada a 2ª Vara Genérica para ampliar atendimento à população
A partir de 24 de janeiro de 2025, a comarca de Machadinho D’Oeste será oficialmente elevada à segunda entrância do Tribunal de Justiça de Rondônia (TJRO), conforme o Ato 2625/2024. A solenidade de elevação será realizada no fórum da cidade, às 12h, e contará com a presença de autoridades, representantes dos poderes, servidores e convidados.
A mudança de primeira para segunda entrância significa um avanço para a jurisdição da comarca. Antes considerada de menor complexidade, passará a ter uma estrutura jurídica e administrativa mais robusta, própria das comarcas de maior porte. Essa mudança traz benefícios tanto para a população quanto para os advogados. Para os cidadãos, significa um aumento na agilidade e eficiência dos serviços judiciais, com maior acesso à Justiça e mais recursos para atender a demandas crescentes. Já para os advogados, a elevação implica em um reforço na estrutura processual, com mais facilidades para tramitação de processos e mais oportunidades de atuação profissional.
Com essa instalação, a Comarca de Machadinho D’Oeste passará a contar com mais um juízo (órgão responsável por julgar e decidir questões relacionadas ao direito), o que ajudará a atender ao volume de processos e contribuirá para a celeridade na solução das questões judiciais levadas pelos cidadãos machadinhenses.
A solenidade de elevação será presidida pelo desembargador Raduan Miguel Filho, presidente do TJRO e será mais um momento histórico para Machadinho D’Oeste.
Machadinho
A comarca de Machadinho D’Oeste foi criada pela Lei n. 146, de 22 de dezembro de 1995, e sua instalação ocorreu em 26 de novembro de 1998. Inicialmente de primeira entrância, a comarca abrange a Segunda Seção Judiciária e a circunscrição do município de Vale do Anari, além dos distritos de Dois de Novembro e Tabajara. O fórum da comarca é denominado Desembargador José Pedro do Couto.
Machadinho D’Oeste está a cerca de 300 km da capital Porto Velho. A população atual do município é de 30 mil habitantes, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A formação histórica tem forte influência do Primeiro Ciclo da Borracha, foi povoada no final do século XIX, com seringalistas e seringueiros utilizando embarcações para transportar mercadorias e látex pelo rio Machado. Nos anos 1960, a abertura da BR-364 e, posteriormente, a promoção da colonização na década de 1970 pelo governo federal, por meio do Projeto de Assentamento Machadinho (1982), consolidaram o processo de formação da cidade. O município de Machadinho D’Oeste foi criado pela Lei nº 198, em 11 de maio de 1988, sancionada pelo governador do Estado, Jerônimo Garcia de Santana.
Fonte: TJ RO
TJ RO
CNJ destaca projeto Maria Urgente, do TJ de Rondônia
Desembargador Álvaro Kalix Ferro, do TJRO, recebe o prêmio em reconhecimento ao projeto do Judiciário rondoniense, em Brasília
Mais de 25.500 ocorrências de violência contra a mulher já foram atendidas em Rondônia desde a implantação do projeto Maria Urgente, há quatro anos. Em parceria com a Polícia Militar, o Maria Urgente possibilita que, no momento do atendimento da ocorrência, já sejam preenchidos o Formulário Nacional de Avaliação de Risco (Fonar) e o pedido de medida protetiva de urgência para proteção da vítima.
Vencedor do IV Prêmio Viviane do Amaral, em 2024, o projeto nasceu durante a pandemia de Covid-19 e teve grande aceitação naquele período em que as mulheres não tinham condições de se deslocar – tanto pela distância geográfica, quanto pela situação sanitária daquele momento. As experiências de outra iniciativa do TJRO também serviram de subsídio: o Maria no Distrito, implementado em 2018 e também foi vencedor do Prêmio, em 2023, na categoria Tribunal.
Na edição de 2024, a premiação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) foi concedida na categoria Magistrado, pela coordenação do pelo juiz Álvaro Kálix Ferro. Segundo ele, o tribunal estava atento às dificuldades de locomoção das partes para as audiências. Por isso, o Judiciário passou a ir até as comunidades e distritos longínquos da sede da comarca. A partir disso, levantaram o questionamento sobre como as mulheres residentes em distritos ou zonas urbanas periféricas poderiam pedir ajuda sem acesso à internet e com dificuldade de deslocamento.
A partir do atendimento policial na ocorrência e com a manifestação de vontade da vítima, a polícia militar preenche o Formulário Nacional de Avaliação de Risco. Se a mulher também quiser pedir uma medida protetiva de urgência, a própria PM pode enviar o pedido ao Núcleo de Prevenção e Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (Nupevid) do TJRO, que funciona 24h por dia.
A ação visa reduzir os riscos e o tempo de espera por proteção judicial. “Juntamente com o formulário preenchido e outras informações, quem estiver fazendo o atendimento pode encaminhar o processo judicial por via eletrônica ao juízo de plantão ou ao juízo natural, a partir do sistema ‘Mobile’, instalado em todas as viaturas”, explicou Kálix.
A vítima pode autorizar, ainda, a coleta de informações pela câmera corporal utilizada pela polícia, para auxiliar na análise judicial da medida protetiva. Com essa permissão, é possível filmar o local, indicativos de vulnerabilidade e se a mulher foi vítima de violência física ou de patrimônio, por exemplo. “Isso facilita a análise pelo juízo de forma que possam ser tomadas as medidas de proteção mais adequadas ao caso concreto”. A filmagem também evita a revitimização da mulher que, além de sofrer violência, acabaria tendo que se deslocar e participar de diversos atos institucionais do sistema de justiça.
Abrangência
Atualmente, o Maria Urgente funciona nos 52 municípios de Rondônia com o preenchimento do Fonar. Já o pedido de medida protetiva está disponível somente nas duas principais comarcas – Porto Velho e Ji-Paraná. De 2020 a 2024, essas comarcas registraram 7.544 ocorrências e 2.820 pedidos de medidas protetivas.
Uma das dificuldades para operacionalizar a iniciativa é a interoperabilidade entre os sistemas do Poder Judiciário e o sistema da Polícia Militar. “É importante que os sistemas conversem entre si, para que os documentos e provas sejam encaminhados de forma imediata. Estamos trabalhando nessa questão para que o atendimento possa ser feito de maneira integral em todo o estado”, afirmou Kálix. Ele ressalta que todas as ocorrências são encaminhas para a Polícia Civil, independente do pedido de medida protetiva.
Para Kálix, o prêmio visibiliza as boas práticas, o que possibilita que sejam replicadas em outras unidades da federação. “O Prêmio Viviane do Amaral também traz um contexto de visibilização das mulheres e suas vulnerabilidades. Isso é muito importante porque, quanto mais debatermos o assunto, melhor poderemos implementar políticas para atender aos normativos, prevenir e proteger as nossas mulheres e meninas”.
Prêmio
Criado pela Resolução CNJ n. 377/2021, o Prêmio CNJ Juíza Viviane Vieira do Amaral leva o nome da juíza do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) vítima de feminicídio praticado, em dezembro de 2020, pelo ex-marido.
O prêmio é concedido em seis categorias: tribunais; magistrados(as); atores (atrizes) do sistema de Justiça Criminal – Ministério Público, Defensoria Pública, advogados(as) e servidores(as); organizações não governamentais; mídia; e produção acadêmica.
Texto: Lenir Camimura
Edição: Sarah Barros
Agência CNJ de Notícias
Fonte: TJ RO
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