TJ RO
Corregedoria se reúne com instituição internacional para promoção de direitos das crianças e adolescentes vítimas de violência
TJ RO
O corregedor-geral da Justiça, desembargador Gilberto Barbosa, acompanhado do juiz Marcelo Tramontini, no último dia 20 de agosto, participou de uma reunião com membros da Childhood Brasil, uma instituição que trabalha com o enfrentamento e prevenção do abuso e da exploração sexual contra crianças e adolescentes.
A pauta principal da reunião foi a apresentação do projeto da Childhood Brasil, que visa implementar a Lei 13.431/2017, focada na escuta protegida e no atendimento integrado em todos os municípios do estado de Rondônia. A lei é um marco na proteção de crianças e adolescentes vítimas de violência, estabelecendo diretrizes para uma escuta que garanta a integridade e o respeito às vítimas, além de promover um atendimento mais coordenado entre as diferentes áreas da justiça.
O encontro destacou a importância da escuta especializada e do depoimento especial para garantir a segurança e o bem-estar de crianças e adolescentes vítimas de violência. Esses métodos, defendidos pela Childhood Brasil e já implementados no TJRO pelo Núcleo Institucional Humanizado de Oitiva (Ninho), oferecem um ambiente acolhedor e seguro para que as crianças se sintam ouvidas e protegidas.
Seminário Planejado para 2025
Durante a reunião, a equipe da Childhood apresentou um plano para a realização de um seminário. O evento, previsto para o primeiro semestre de 2025, pretende reunir juízes especialmente da área criminal, para discutir e alinhar a aplicação da Lei 13.431/2017.
O corregedor Gilberto Barbosa, recebeu positivamente a proposta e manifestou apoio para a realização do seminário, bem como para a convocação dos juízes. “A reunião de hoje é um reflexo do compromisso contínuo das instituições envolvidas em melhorar a proteção e o atendimento aos jovens em situação de vulnerabilidade, reafirmando a importância de uma abordagem integrada e bem coordenada para enfrentar a violência e garantir justiça”, destacou o corregedor.
Participação Ativa e Colaboração
O encontro contou com a presença da secretária da CGJ, Aparecida Maria Fernandes; das servidoras da Divisão de Controle e Movimentação de Magistrados, Jaqueline Dissenha Lopes; Divisão de Planejamento Monitoramento e Gestão, Angelina Gomes de Brito Almeida; do Núcleo de Apoio à Comissão Estadual Judiciária de Adoção, Laisse da Costa Aguiar.
A equipe da Childhood Brasil foi representada pelo consultor Benedito Rodrigues dos Santos; pelo superintendente de advocacy, Itamar Batista Gonçalves e pela coordenadora de programas e projetos, Fernanda Cassador.
A equipe da Secretaria de Estado de Assistência Social (SEAS) também esteve representada pelo diretor técnico de Políticas Públicas, Bruno Vinícius Fontinelle Benitez Afonso e pela coordenadora de direitos humanos, Ana Carolina Marques.
Assessoria de Comunicação Institucional
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Fonte: TJ RO
TJ RO
CNJ destaca projeto Maria Urgente, do TJ de Rondônia
Desembargador Álvaro Kalix Ferro, do TJRO, recebe o prêmio em reconhecimento ao projeto do Judiciário rondoniense, em Brasília
Mais de 25.500 ocorrências de violência contra a mulher já foram atendidas em Rondônia desde a implantação do projeto Maria Urgente, há quatro anos. Em parceria com a Polícia Militar, o Maria Urgente possibilita que, no momento do atendimento da ocorrência, já sejam preenchidos o Formulário Nacional de Avaliação de Risco (Fonar) e o pedido de medida protetiva de urgência para proteção da vítima.
Vencedor do IV Prêmio Viviane do Amaral, em 2024, o projeto nasceu durante a pandemia de Covid-19 e teve grande aceitação naquele período em que as mulheres não tinham condições de se deslocar – tanto pela distância geográfica, quanto pela situação sanitária daquele momento. As experiências de outra iniciativa do TJRO também serviram de subsídio: o Maria no Distrito, implementado em 2018 e também foi vencedor do Prêmio, em 2023, na categoria Tribunal.
Na edição de 2024, a premiação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) foi concedida na categoria Magistrado, pela coordenação do pelo juiz Álvaro Kálix Ferro. Segundo ele, o tribunal estava atento às dificuldades de locomoção das partes para as audiências. Por isso, o Judiciário passou a ir até as comunidades e distritos longínquos da sede da comarca. A partir disso, levantaram o questionamento sobre como as mulheres residentes em distritos ou zonas urbanas periféricas poderiam pedir ajuda sem acesso à internet e com dificuldade de deslocamento.
A partir do atendimento policial na ocorrência e com a manifestação de vontade da vítima, a polícia militar preenche o Formulário Nacional de Avaliação de Risco. Se a mulher também quiser pedir uma medida protetiva de urgência, a própria PM pode enviar o pedido ao Núcleo de Prevenção e Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (Nupevid) do TJRO, que funciona 24h por dia.
A ação visa reduzir os riscos e o tempo de espera por proteção judicial. “Juntamente com o formulário preenchido e outras informações, quem estiver fazendo o atendimento pode encaminhar o processo judicial por via eletrônica ao juízo de plantão ou ao juízo natural, a partir do sistema ‘Mobile’, instalado em todas as viaturas”, explicou Kálix.
A vítima pode autorizar, ainda, a coleta de informações pela câmera corporal utilizada pela polícia, para auxiliar na análise judicial da medida protetiva. Com essa permissão, é possível filmar o local, indicativos de vulnerabilidade e se a mulher foi vítima de violência física ou de patrimônio, por exemplo. “Isso facilita a análise pelo juízo de forma que possam ser tomadas as medidas de proteção mais adequadas ao caso concreto”. A filmagem também evita a revitimização da mulher que, além de sofrer violência, acabaria tendo que se deslocar e participar de diversos atos institucionais do sistema de justiça.
Abrangência
Atualmente, o Maria Urgente funciona nos 52 municípios de Rondônia com o preenchimento do Fonar. Já o pedido de medida protetiva está disponível somente nas duas principais comarcas – Porto Velho e Ji-Paraná. De 2020 a 2024, essas comarcas registraram 7.544 ocorrências e 2.820 pedidos de medidas protetivas.
Uma das dificuldades para operacionalizar a iniciativa é a interoperabilidade entre os sistemas do Poder Judiciário e o sistema da Polícia Militar. “É importante que os sistemas conversem entre si, para que os documentos e provas sejam encaminhados de forma imediata. Estamos trabalhando nessa questão para que o atendimento possa ser feito de maneira integral em todo o estado”, afirmou Kálix. Ele ressalta que todas as ocorrências são encaminhas para a Polícia Civil, independente do pedido de medida protetiva.
Para Kálix, o prêmio visibiliza as boas práticas, o que possibilita que sejam replicadas em outras unidades da federação. “O Prêmio Viviane do Amaral também traz um contexto de visibilização das mulheres e suas vulnerabilidades. Isso é muito importante porque, quanto mais debatermos o assunto, melhor poderemos implementar políticas para atender aos normativos, prevenir e proteger as nossas mulheres e meninas”.
Prêmio
Criado pela Resolução CNJ n. 377/2021, o Prêmio CNJ Juíza Viviane Vieira do Amaral leva o nome da juíza do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) vítima de feminicídio praticado, em dezembro de 2020, pelo ex-marido.
O prêmio é concedido em seis categorias: tribunais; magistrados(as); atores (atrizes) do sistema de Justiça Criminal – Ministério Público, Defensoria Pública, advogados(as) e servidores(as); organizações não governamentais; mídia; e produção acadêmica.
Texto: Lenir Camimura
Edição: Sarah Barros
Agência CNJ de Notícias
Fonte: TJ RO
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