Agronegócio

Cursos do Senar-SP oferecem capacitação para a criação de peixes

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O Brasil segue sendo um importante player do mercado de grãos e de carne (bovina, suína e de frango). A produção de peixes, contudo, ainda não é tão grande quanto se espera por aqui – com uma participação ainda tímida no mercado interno e também em exportações. Num país com larga extensão de terras banhadas pelo mar e com a grande quantidade de rios, a piscicultura é uma atividade que pode ser explorada bem mais. A boa notícia é que os números vêm melhorando a cada ano. Em 2021, a produção brasileira de peixes de cultivo, por exemplo, aumentou 4,7% em relação ao ano anterior, atingindo 841 mil toneladas – desde 2014 a média anual de crescimento tem sido de 5,6%. É a atividade de produção animal que mais cresceu nos últimos anos.

Para contribuir com essa atividade e proporcionar novas oportunidades de negócios para pequenos produtores, o sistema FAESP/SENAR-SP oferece cursos de Piscicultura em parceria com os Sindicatos Rurais de todo o Estado. As aulas promovem capacitação tanto para criação em tanque rede (onde os peixes são criados confinados em alta densidade, aproveitando racionalmente a água de represas, rios e lagos) como tanque escavado (reservatórios construídos no solo e que necessitam de uma cobertura impermeabilizante), ensinando as técnicas corretas de reprodução, nutrição e manejo. Um bom manejo e a aquisição de alevinos (peixes recém-saídos dos ovos) de ótima procedência favorecem o crescimento e desenvolvimento dos animais, obtendo assim um produto de qualidade.

No início de abril, o Sindicato Rural de Presidente Venceslau realizou o curso “Piscicultura – Cultivo em tanque escavado” no município de Marabá Paulista. O instrutor, Adilson Carvalho da Fonseca, relata que alguns dos alunos estão tendo contato pela primeira vez com a Piscicultura, mas outros já instalaram tanques em suas propriedades e participaram das aulas para se aprofundar no tema e adquirir competências para então dar início ao trabalho de cultivo. “À medida que os alunos vão descobrindo como deve ser trabalhado um tanque profissional, como é o controle do abastecimento de água, os cuidados com a alimentação dos animais e todos os outros detalhes, eles percebem que não basta só fazer um buraco no chão para começar a produzir. Quando se adquire o conhecimento necessário para praticar a aquicultura com qualidade e profissionalismo, o que é investido não se perde”, explica Adilson. Segundo ele, a atividade é muito lucrativa em comparação a algumas produções agrícolas, como a de soja, por exemplo. “Um hectare em que se produz peixes dá a mesma renda bruta de 15 hectares de soja, desde que seja feita de modo sério, com comprometimento do criador e fazendo tudo da forma correta: qualidade da água, lotação do tanque, alimentação adequada, conhecer o que estressa os peixes e muitos outros detalhes que as pessoas às vezes nem imaginam”, conta.

O instrutor explica que a tilápia é a espécie mais produzida, pois tem maior valor comercial, mas que recentemente o pangasius (também chamado de panga) vem ganhando espaço, desde que teve a importação e criação no Brasil autorizada há dois anos – a espécie é originária do Vietnã. Uma das características desse peixe que é vantajosa para o produtor é que ele não depende somente da água para respirar; ele tem um segundo órgão para auxiliar na respiração, permitindo menor quantidade de uso de aeradores. Isso favorece altas densidades de estocagem, ou a criação dessa espécie em menor quantidade de água, resultando em maior rentabilidade.

Segundo a coordenadora do Sindicato, Eliana Gomes Barreto Garcia, o cultivo nesse sistema vem crescendo nos últimos anos naquela região – já é o quarto ano consecutivo que o curso é realizado na região. “A maior parte da criação de peixes cultivados aqui é por pequenos produtores. Eles estão buscando juntar forças para conseguir aumentar a produtividade a fim de gerar interesse nos frigoríficos. Esse é o próximo desafio”, diz Eliana.

Um dos alunos que acabou de participar do curso em Marabá Paulista é Edy Carlos Ferreira da Silva, de 35 anos. Ele trabalha com laticínios e hortaliças – tanto a horta de chão quanto a hidropônica, e quando soube do crescimento e da renda que se pode obter com a criação de peixes, decidiu participar das aulas. E ficou surpreso com tudo que aprendeu. “A gente pensa que é só soltar o peixe na água e tratar, mas não é bem assim. Tem toda uma técnica, todo um processo a ser seguido. É preciso saber preparar o solo do tanque, a manutenção, alimentação, oxigênio, combate às bactérias, os aparelhos que precisa ter, os EPIs corretos… Agora que já sei tudo que precisa para começar, vou procurar fornecedores com bons custos, adquirir os alevinos e começar a produzir”, diz ele, bastante animado. Edy é frequentador assíduo dos cursos do SENAR-SP – já aprendeu sobre hidroponia, compostagem, sobre participação em feiras e vários outros. Agora, com os conhecimentos sobre Piscicultura, espera aumentar sua renda. “A gente aposta em várias coisas, na venda direta, na venda para canais de distribuição do governo, para escolas… Tendo quantidade e produto bom, a gente encontra o comprador certo”, conclui.

O mercado brasileiro e as perspectivas de crescimento

O consumo de peixes no Brasil é considerado pequeno: menos de 5 kg por habitante ao ano, segundo a Associação Brasileira da Piscicultura (PeixeBR). De acordo com essa entidade, a piscicultura nacional envolve mais de 1 milhão de produtores e movimentou R$ 8 bilhões em 2021. Em São Paulo, a produção atingiu 81.640 toneladas no ano passado, um crescimento de 9,4% em relação a 2020, colocando o Estado na segunda posição do ranking nacional, atrás apenas do Paraná, com 188 mil toneladas. São Paulo exportou 592 toneladas de tilápia (a espécie mais produzida no Estado), equivalente a 7% das exportações brasileiras – essa espécie é também a mais exportada pelo País (88% do total). O “Anuário Peixe BR da Piscicultura 2022” atribui o aumento da produção paulista aos investimentos de grandes e médios produtores. Segundo essa mesma publicação, São Paulo continua sendo um dos melhores mercados para peixes de cultivo no Brasil.

Cursos do SENAR

Para realizar este e outros cursos, o interessado deve procurar um parceiro do SENAR/SP (Sindicatos Rurais/Instituições) de seu município ou próximo a sua região e fazer sua inscrição. Para conhecer os cursos disponíveis, acesse o site https://faespsenar.com.br/cursos/

Outras informações acesse o Portal FAESP/SENAR-SP

Fonte: CNA Brasil

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Agronegócio

Seagro faz balanço positivo do agronegócio em 2024

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Em 2024, o Tocantins alcançou marcos históricos na produção de grãos e na pecuária, sendo responsável por uma produção recorde de milho, arroz e soja, e com um rebanho de 11,2 milhões de cabeças de gado.

Segundo a Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária (Seagro) o estado alcançou marcos relevantes, posicionando-se entre os maiores produtores de milho, arroz e soja no Brasil. A pecuária também obteve crescimento expressivo, com um rebanho de 11,2 milhões de cabeças de gado.Tudo isso é reflexo de um trabalho contínuo, focado em políticas públicas voltadas para a sustentabilidade, inovação e, acima de tudo, o fortalecimento da agricultura familiar.

A agropecuária tocantinense é movida por um solo fértil, uma localização estratégica e uma integração cada vez maior de novas tecnologias, que impulsionam a produção de alimentos e fortalecem cadeias produtivas como a pecuária, o etanol e a fruticultura. O estado, que é o terceiro maior produtor de arroz irrigado do Brasil, também possui grande potencial para se tornar um grande centro de produção de sementes de soja, consolidando sua importância no cenário nacional.

Em 2024, o Governo do Tocantins, em parceria com empresas como a Suzano, deu um grande passo no fortalecimento da agricultura familiar com o lançamento do projeto “Pão da Terra de Desenvolvimento da Agricultura Familiar e Extrativismo”. O projeto, que visa modernizar práticas agrícolas e ampliar a produção, beneficia inicialmente 500 agricultores em oito municípios. Com isso, a produção de mandioca e a multiplicação de manivas-sementes ganham destaque, contribuindo para a inclusão de mais famílias no processo produtivo.

A pecuária do estado também não ficou para trás. Com um rebanho de 11,2 milhões de cabeças de gado, o Tocantins ocupa o 10º lugar no Brasil e o 3º lugar na Região Norte. A modernização do setor é promovida pelo programa “Mais Genética Tocantins”, que tem se mostrado fundamental para a melhoria da competitividade e sustentabilidade da pecuária, garantindo a qualidade do rebanho e posicionando o estado como um exportador de carne bovina para mercados exigentes como China e Hong Kong.

Além das vitórias no campo, o Tocantins também se destaca na promoção da sustentabilidade e do desenvolvimento regional. A 1ª Rota da Fruticultura, realizada em outubro de 2024, percorreu municípios como Dianópolis, Miracema e Tocantinópolis, com foco na produção de frutas como abacaxi, banana, cacau e manga. O evento promoveu a troca de experiências entre produtores e agroindústrias, incentivando a diversificação da produção agrícola e ampliando a competitividade do setor.

Com um ano de 2024 repleto de resultados positivos, o Tocantins continua se consolidando como um polo de crescimento sustentável no agronegócio. A combinação de solos férteis, políticas públicas eficazes e uma estratégia voltada para a inovação tem atraído novos investidores para o estado, gerando emprego, renda e desenvolvimento para a população rural e urbana. O Tocantins é um exemplo claro de como o agronegócio pode ser um motor de crescimento econômico, sustentável e inclusivo para todo o Brasil.

Fonte: Pensar Agro

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