Agronegócio
Evento da Faesc debateu questões atuais do agronegócio
Agronegócio
O agronegócio continuará a locomotiva da economia. Isso ficou caracterizado no Seminário Estadual de Líderes Rurais que a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR/SC) promoveram na última semana em São José, na Grande Florianópolis. O Seminário reuniu cerca de uma centena de dirigentes dos Sindicatos Rurais do Estado e foi conduzido pelo presidente do Sistema FAESC/SENAR-SC, José Zeferino Pedrozo.
Um dos maiores especialistas brasileiros em agronegócio, o professor Marcos Favas Neves, focalizou o tema “Cenário macroeconômico e seu impacto no agronegócio”. O palestrante salientou a condição de grande potência agroalimentar do País. O Brasil – que em 2021 exportou 120 bilhões de dólares em produtos agrícolas, assegurando o superávit na balança comercial – aumentará sua liderança como grande produtor de alimentos. O mundo necessita, a cada ano, o acréscimo de mais 40 milhões de toneladas de grãos para atender a demanda do planeta. O Brasil é um dos poucos países que podem atender a essa crescente demanda, pois tem 252 milhões de hectares que podem ser incorporados à produção agropecuária. Em 2031, de acordo com as previsões, 65% da soja mundial será fornecida pelo Brasil.
MEIO AMBIENTE
O deputado estadual Valdir Cobalchini palestrou sobre as mudanças no Código Ambiental catarinense, cuja atualização foi recentemente aprovada pela Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina. O parlamentar presidiu a comissão especial de revisão do Código Ambiental. Na sequência, o assessor parlamentar Carlos Kreuz detalhou ponto a ponto as mudanças que o código recebeu que tratam, principalmente, de questões relativas a licenciamento ambiental, prazos para licenciamento, licenciamento autodeclaratório, fiscalização ambiental, áreas de proteção permanente urbana e pagamento por serviços ambientais. As mudanças também incluem o projeto de manejo das árvores exóticas e o projeto conservacionista de manejo sustentável da araucária. Foi mantida a essência do Código porque, desde sua aprovação em 2009, a norma estadual foi criativa, reconheceu as situações consolidadas e estabeleceu parâmetros de proteção que são viáveis e eficazes: protegem o meio ambiente sem impedir a produção de alimentos, pois os produtores são os principais defensores da preservação do meio ambiente.
Também presente ao Seminário, o presidente do Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) Daniel Vinicius Neto asseverou que o órgão atenderá com agilidade as demandas dos produtores rurais e que priorizará a aplicação do Código Ambiental Estadual.
O presidente Pedrozo elogiou e destacou a atuação da Assembleia Legislativa na revisão do C.A. e o desempenho do IMA na agilização dos processos. Observou que o produtor rural catarinense está fazendo a sua parte e apontou que 40% do território catarinense têm cobertura vegetal recuperada, uma situação privilegiada frente a outras unidades da Federação brasileira.
SEGURANÇA NO CAMPO
O delegado da Polícia Civil e diretor de Polícia da Fronteira Fernando Callfass apresentou as novas estruturas criadas para repressão aos criminosos que atacam os empresários e produtores rurais formadas pelo Centro de Apoio Operacional de Combate aos Crimes contra o Agronegócio (CAOAGRO), Delegacia de Polícia Virtual de Repressão aos Crimes contra o Agronegócio (DELEAGRO) e Núcleo de Inteligência do Agronegócio (NintAGRO). Esses novos setores estão instalados junto à Diretoria de Polícia da Fronteira, em Chapecó.
Callfass lembrou que era uma antiga reivindicação da FAESC e explicou que a prioridade é atender o produtor rural não somente da porteira para dentro, mas também da porteira para fora, pois nas operações externas – como no processamento, na industrialização, no transporte ou no armazenamento dos produtos que hoje têm alto valor agregado – que ocorrem muitos crimes. Nas propriedades rurais, os delitos mais frequentes são roubos e furtos de máquinas, equipamentos, veículos, insumos e bovinos (abigeato). “Estamos provendo a repressão qualificada desses delitos com a ajuda dos produtores e o emprego de inteligência policial”, assinalou o delegado.
Para o presidente da Faesc, José Zeferino Pedrozo, a delegacia especializada no agro e os demais órgãos representam uma grande conquista para o setor que é penalizado há anos com prejuízos enormes, causados por furtos e roubos nas propriedades rurais do Estado. “A partir de agora será possível reduzir e combater os crimes que acontecem com frequência e que já causaram grandes perdas econômicas, além de colocar em risco a segurança e a produtividade no campo. Foi uma grande conquista não somente para os produtores rurais como para toda a cadeia produtiva do agronegócio”.
ASSEMBLEIA
Após o encerramento do Seminário Estadual de Líderes Rurais iniciou a assembleia geral ordinária da FAESC coordenada pelo presidente José Zeferino Pedrozo. O presidente apresentou o relatório de atividades, a prestação de contas e o balanço patrimonial relativo ao exercício de 2021, bem como parecer favorável do Conselho Fiscal, recebendo aprovação unânime dos presentes. Em seguida foram discutidos assuntos gerais.
O Seminário e a assembleia foram realizados de forma presencial respeitando todos os protocolos de saúde exigidos em razão da pandemia da covid-19 e, por isso, a participação foi limitada a apenas um representante por Sindicato Rural (presidente ou substituto legal).
Agronegócio
Exportações da Bahia totalizaram R$ 72,14 bilhões em 2024
As exportações da Bahia totalizaram R$ 72,14 bilhões em 2024, um crescimento de 3,6% em relação ao ano anterior, mesmo diante de desafios globais, como a desaceleração da economia chinesa e a instabilidade nos preços das commodities. A agropecuária desempenhou papel essencial nesse resultado, contribuindo com R$ 28,42 bilhões, um aumento de 3%, mesmo com uma redução de 6,3% na produção física de grãos.
A soja e seus derivados mantiveram a liderança nas exportações agropecuárias, somando R$ 18,28 bilhões, o que representa 64,3% das vendas do setor. Apesar de uma queda de 4,2% em comparação a 2023, causada por oscilações no mercado e na demanda externa, outros produtos, como cacau, café e frutas, sustentaram o crescimento do segmento.
A China continuou como principal destino das exportações baianas, com compras de R$ 20,68 bilhões, uma alta de 4,1% em relação ao ano anterior. No total, as vendas para o bloco asiático atingiram R$ 33,88 bilhões, representando 47% das exportações do estado. Um destaque foi o aumento significativo das vendas para a Espanha, que cresceram 214,1%, totalizando R$ 3,50 bilhões, com uma pauta diversificada que incluiu soja, minério de cobre e produtos agropecuários.
A Bahia manteve sua posição como maior exportadora do Nordeste, sendo responsável por 47,2% das vendas externas da região. Esse desempenho reflete a força do agronegócio, aliada ao crescimento da indústria de transformação e da mineração, que também contribuíram para os resultados positivos.
As importações do estado, no entanto, registraram crescimento expressivo, alcançando R$ 65,69 bilhões, um aumento de 25,4% em relação a 2023. Esse avanço foi impulsionado principalmente pelas compras de combustíveis, que subiram 86% no ano, refletindo a alta demanda interna.
Para 2025, as perspectivas são otimistas. A previsão de uma safra agrícola maior que a de 2024 indica um potencial de crescimento nas exportações agropecuárias. Entretanto, fatores como a volatilidade cambial, as tensões comerciais entre China e Estados Unidos e as condições climáticas globais permanecem como desafios a serem acompanhados de perto.
O desempenho baiano reafirma a relevância do agronegócio como motor da economia regional e nacional, destacando-se como exemplo de inovação e resiliência em tempos de incertezas no cenário global.
Fonte: Pensar Agro
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