Agronegócio
Reunião de benchmarking do FIP destaca força feminina
Agronegócio
Produtores da pecuária de corte e de leite da região de Campina Verde participaram de uma reunião de benchmarking para conhecerem os avanços conquistados no primeiro ano de participação no Projeto FIP Paisagens Rurais, executado pelo Sistema FAEMG/SENAR/INAES/Sindicatos. Os resultados são referentes ao trabalho desenvolvido com 54 produtores – quase a metade mulheres -, assistidos pelos técnicos Tarcísio Tomás Cabral de Sousa e Carolina Pilar Alves Dias.
O supervisor do FIP Paisagens, Carlos Roberto Pereira Filho, destacou que os produtores estão satisfeitos com o projeto e buscando fazer as ações e melhorias indicadas, como a recuperação da pastagem e produção de volumoso para o período de seca. De acordo com ele, mesmo sendo pequenos produtores, a maioria de assentamento, eles têm conseguido avançar, dentro das possibilidades financeiras de cada um.
Na opinião do supervisor, o trabalho de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) tem sido essencial para o incremento das atividades. “Na reunião, muitos relataram que faziam algo, mas várias vezes era de maneira errada, pois não possuíam conhecimento suficiente ou não sabiam como fazer. E a presença do técnico é fundamental para o crescimento e sucesso da atividade. Somado a isso, ficou muito claro também a importância dos cursos de Formação Profissional Rural para levar mais conhecimento aos produtores e aumentar a efetividade das ações dos técnicos”, completou.
O técnico de campo Tarcísio Sousa comentou que a assistência também trouxe impactos positivos na vida social dos produtores. “Quando a gente consegue melhorar a produção, aumenta a renda e isso vai influenciar na vida social e financeira deste produtor. Outro aspecto importante é a capacitação, por meio dos cursos do Sistema FAEMG, que ajuda a alavancar a produção dos assistidos nesta região”, ressaltou. Inclusive, segundo o técnico, os produtores já pedem a prorrogação do projeto, após os dois anos.
A reunião de benchmarking foi realizada na sede do Sindicato dos Produtores Rurais de Campina Verde, na última quinta-feira (10), e também contou com a presença do gerente regional do Sistema FAEMG em Uberaba, Caio Oliveira.
Força feminina no campo
A técnica de campo Carolina Pilar Dias destacou que as mulheres representam 48% do seu grupo. Uma delas é Eleuza Ferreira de Oliveira Silva, que investe na pecuária de corte. “Ela relatou na reunião que a participação no projeto agilizou a aprovação do seu financiamento do PRONAF, que permitiu a aquisição de animais”, explicou a técnica. De acordo com ela, a produtora também investiu na reforma de pastagem e em capineira, e tem a intenção de recuperar mais área.
Eleuza destacou que o trabalho da técnica incentivou a retomada da atividade. “Já somos aposentados. O empenho e esforço da Pilar, e também do Tarcísio, que sempre está disposto a nos ajudar, contribuíram pra gente se reerguer. Os técnicos são como membros da família”, afirmou.
No grupo do técnico Tarcísio Sousa, das 29 propriedades assistidas, 19 contam com a participação feminina, sendo que em sete as mulheres estão à frente da atividade. Maria das Dores Boanerges foi uma das produtoras que deram um depoimento na reunião. Produtora de leite junto com o marido Valter da Silva Freitas, ela contou aos participantes a importância do projeto FIP Paisagens na sua produção.
“Trouxe muitos benefícios, está sendo muito bom e queremos que a assistência continue. A cada dia, aprendemos mais e estamos mudando de vida”, ressaltou. O técnico destacou que o casal está utilizando a palma forrageira na alimentação das vacas leiteiras e tem obtido bons resultados. “Eles tinham alguns pés para ornamentação. Mostrei como usar a palma forrageira na alimentação e, após uma semana, a produção de leite aumentou em 50 litros. Depois disso, eles já plantaram mais palma e querem fazer cursos sobre o tema. Neste primeiro ano de assistência, eles saíram de uma produção diária de 70 litros para 150 litros de leite, em média”, finalizou.
O projeto
O Projeto Gestão Integrada da Paisagem no Bioma Cerrado – FIP Paisagens Rurais é financiado com recursos do Programa de Investimento Florestal, através do Banco Mundial. A coordenação é do Serviço Florestal Brasileiro (SFB) e da Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação, do MAPA, com parceria da Agência de Cooperação Técnica Alemã (GIZ), do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e do MCTIC, por meio do Inpe e da Embrapa.
Agronegócio
Exportações da Bahia totalizaram R$ 72,14 bilhões em 2024
As exportações da Bahia totalizaram R$ 72,14 bilhões em 2024, um crescimento de 3,6% em relação ao ano anterior, mesmo diante de desafios globais, como a desaceleração da economia chinesa e a instabilidade nos preços das commodities. A agropecuária desempenhou papel essencial nesse resultado, contribuindo com R$ 28,42 bilhões, um aumento de 3%, mesmo com uma redução de 6,3% na produção física de grãos.
A soja e seus derivados mantiveram a liderança nas exportações agropecuárias, somando R$ 18,28 bilhões, o que representa 64,3% das vendas do setor. Apesar de uma queda de 4,2% em comparação a 2023, causada por oscilações no mercado e na demanda externa, outros produtos, como cacau, café e frutas, sustentaram o crescimento do segmento.
A China continuou como principal destino das exportações baianas, com compras de R$ 20,68 bilhões, uma alta de 4,1% em relação ao ano anterior. No total, as vendas para o bloco asiático atingiram R$ 33,88 bilhões, representando 47% das exportações do estado. Um destaque foi o aumento significativo das vendas para a Espanha, que cresceram 214,1%, totalizando R$ 3,50 bilhões, com uma pauta diversificada que incluiu soja, minério de cobre e produtos agropecuários.
A Bahia manteve sua posição como maior exportadora do Nordeste, sendo responsável por 47,2% das vendas externas da região. Esse desempenho reflete a força do agronegócio, aliada ao crescimento da indústria de transformação e da mineração, que também contribuíram para os resultados positivos.
As importações do estado, no entanto, registraram crescimento expressivo, alcançando R$ 65,69 bilhões, um aumento de 25,4% em relação a 2023. Esse avanço foi impulsionado principalmente pelas compras de combustíveis, que subiram 86% no ano, refletindo a alta demanda interna.
Para 2025, as perspectivas são otimistas. A previsão de uma safra agrícola maior que a de 2024 indica um potencial de crescimento nas exportações agropecuárias. Entretanto, fatores como a volatilidade cambial, as tensões comerciais entre China e Estados Unidos e as condições climáticas globais permanecem como desafios a serem acompanhados de perto.
O desempenho baiano reafirma a relevância do agronegócio como motor da economia regional e nacional, destacando-se como exemplo de inovação e resiliência em tempos de incertezas no cenário global.
Fonte: Pensar Agro
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