Na manhã do último domingo (01), Leonel Querino da Silva Neto, conhecido como Leonel de Esquerda e candidato a vereador pelo PT, estava distribuindo panfletos na Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro. No mesmo local, Rogério Amorim (PL), vereador, realizava uma ação de adesivaço, enquanto seu irmão, o deputado estadual Rodrigo Amorim, que é candidato a prefeito pelo União Brasil, se dirigia ao evento. Ao passar por Leonel, o petista começou a filmar o deputado. Segundo apoiadores de Leonel, Amorim teria chutado o celular do candidato, que caiu ao chão. Quando Leonel tentou recuperar o aparelho, ele teria sido chutado novamente. Pouco depois, um grupo de homens teria começado a agredi-lo. Leonel foi levado ao hospital Glória D’Or, onde foram constatadas fraturas na face e no nariz.
“Confrontado, o agressor derrubou o telefone e, covardemente, deu um chute no rosto de Leonel, deixando-o inconsciente e com fraturas”, diz a postagem.
No vídeo divulgado, é possível ver que o tênis que atinge o rosto de Leonel é semelhante ao que Amorim usava no evento.
Em resposta ao jornal O Globo, a assessoria de Rodrigo Amorim afirmou que ele agiu em defesa própria após ser provocado e insultado.
“O youtuber caiu durante a confusão e o deputado reagiu pedindo para todos os envolvidos se afastarem a fim de acabar com o tumulto. Em seguida, se abrigou, diante da chegada de seguranças de Leonel”, declarou.
Entretanto, no vídeo divulgado por Leonel, não há indícios de que ele tenha agredido Amorim. Na gravação, o celular de Leonel é jogado ao chão abruptamente, e ele grita “Ai!”, sugerindo que foi atacado.
Rodrigo Amorim ganhou notoriedade nacional em 2018, quando quebrou uma placa em homenagem à vereadora Marielle Franco, ao lado de Daniel Silveira. Amorim também já foi acusado de violência durante a campanha eleitoral de 2022, quando Marcelo Freixo, então candidato a governador, e seus aliados denunciaram intimidações por parte do deputado durante uma caminhada na Tijuca. O evento terminou em tumulto, com bandeiras rasgadas e brigas. Amorim negou ter praticado qualquer violência física e afirmou que o tumulto começou após ele e seus familiares terem sido insultados. Ele chegou a registrar um boletim de ocorrência contra Freixo por crimes contra a honra e apresentou uma queixa no TSE por campanha antecipada.
Neste novo episódio, Amorim também registrou uma queixa contra Leonel. O petista e seus apoiadores, por sua vez, formalizaram uma denúncia na delegacia contra o deputado.
O Partido dos Trabalhadores (PT) emitiu uma nota oficial, condenando o ocorrido e exigindo medidas das autoridades.
