Agronegócio
ATeG: Projeto inédito leva 'super rainhas' a apicultores mineiros
Agronegócio
É pura tecnologia aplicada ao agro: apicultores mineiros receberão, gratuitamente, 5.000 abelhas-rainhas com genética superior para aprimorar a produção de mel e derivados. O foco é aumentar a qualidade do produto e a sustentabilidade do negócio. Essa é a base do Projeto de Melhoramento Genético na Apicultura – Produção Itinerante de Rainhas, iniciativa inédita no Brasil. Oferecido pelo Sistema FAEMG/SENAR/INAES/Sindicatos através do Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG), ele beneficiará produtores do Sul, Norte de Minas e Zona da Mata, onde a apicultura vem avançando como forte destaque econômico.
A jornada começa em 18 de março, em Varginha, aproveitando a primeira florada do ano, e passa por 12 municípios até maio (veja cronograma abaixo). A expectativa é que, até o início de 2023, essas regiões já tenham um banco de genética adequado para a produção local. Um veículo adaptado vai funcionar como um laboratório itinerante para a ação. A unidade móvel representa a solução para algumas das dificuldades mais comuns da produção de rainhas em escala comercial.
A maior delas é a transferência das larvas das colônias selecionadas para as cúpulas de plástico ou de cera de abelha. O manejo com as larvas tem que ser realizado preferencialmente em ambiente com temperatura e umidade controlada para não prejudicar o desenvolvimento do animal. Geralmente, produtores de geleia real e de rainhas possuem minilaboratórios perto de seus apiários para realizar esse manejo. Contudo, em um trabalho de extensão rural, isso não é viável. Ter um laboratório móvel inclusive viabiliza atender apicultores em regiões remotas.
A unidade está equipada com bancada de trabalho, iluminação apropriada, ar-condicionado e umidificador de ar, gerador, estufa e barreira sanitária com pia e lavabotas.
Cronograma do Projeto*
Município do apiário recria | 1° dia de campo | 2° dia de campo |
Varginha | 18/3 | 28/3 |
Jacuí | 19/3 | 29/3 |
Cássia | 21/3 | 30/3 |
Cônego Marinho | 4/4 | 14/4 |
Januária | 5/4 | 15/4 |
Bonito de Minas | 6/4 | 15/4 |
São João da Ponte | 7/4 | 15/4 |
Japonvar | 8/4 | 18/4 |
Ubaí | 9/4 | 19/4 |
Montes Claros | 11/4 | 20/4 |
Bocaiúva | 12/4 | 21/4 |
Santa Bárbara | 6/5 | 16/5 |
São Domingos do Prata | 7/5 | 17/5 |
*Datas sujeitas a alterações
Como nasce uma rainha superior
O zootecnista e consultor máster das cadeias de Apicultura e Agroindústria do Programa ATeG, Arnaldo Maurício Correa Neto, será o responsável por acompanhar o desenvolvimento da iniciativa. Ele explica que a rainha comum não passou por nenhum monitoramento sobre índices produtivos – já a geneticamente melhorada, passou por análise e apresenta os melhores números, principalmente quanto à produtividade da colônia e higiene. “Essas rainhas fornecem as larvas que irão produzir as novas rainhas, para serem distribuídas aos produtores. Esse animal selecionado oferece uma produtividade de mel e própolis maior que a média dos enxames brasileiros atuais”.
O melhoramento começa pela seleção das colônias com maiores índices produtivos nas regiões que serão atendidas. Em uma segunda fase, será feito um programa estadual de melhoramento genético com análise estatística e inseminação artificial de abelhas utilizando as colônias com melhores resultados no primeiro ano do programa para serem fornecedoras de rainhas e zangões para a formação da primeira geração, complementou o especialista.
A coordenadora do Programa ATeG Apicultura do Sistema FAEMG, Paula Lobato, diz que a unidade móvel atenderá apiários de recria que foram previamente selecionados e preparados para receber as larvas e produzir as rainhas pelo método de transferência de larvas. “Após nove dias do processo de transferência de larvas, a unidade móvel irá voltar aos apiários para coletar as realeiras produzidas, que serão distribuídas aos produtores atendidos pelo programa ATeG. Antes de receber essas rainhas, todos eles serão treinados pelos técnicos de campo para orfanar as colônias e a introduzir corretamente as realeiras com o protetor West”, concluiu.
Bons negócios
Com crescimento ano após ano, a produção de mel tem transformado a vida dos produtores rurais em diversas cidades. Os apicultores contam com o apoio do Sistema FAEMG/SENAR/INAES/Sindicatos para dar seus primeiros passos na atividade e também evoluir suas práticas de produção.
“Acreditamos e apostamos na apicultura como agente de desenvolvimento e transformação. Este projeto é inédito em e vai aumentar a produção, produtividade, rentabilidade e melhorar a qualidade de vida de todos os apicultores”, disse o superintendente do SENAR MINAS, Christiano Nascif.
Programa de Assistência Técnica e Gerencial – ATeG
Iniciado em 2013 pelo SENAR Nacional, o Programa ATeG hoje é um sucesso em números e resultados. Em Minas Gerais, onde é desenvolvido pelo Sistema FAEMG/SENAR/INAES desde 2016, já são mais de 14 mil propriedades atendidas nos segmentos da cafeicultura, bovinocultura de corte e leite, avicultura, apicultura, agroindústria (queijo, cachaça e defumados), grãos, fruticultura, olericultura, piscicultura, caprinocultura e ovinocultura.
Atualmente, a iniciativa atende cerca de 10 mil propriedades. Os participantes recebem assistência técnica e gerencial gratuita, com a visita mensal de um técnico de campo que faz um diagnóstico da propriedade, para então repassar orientações para o produtor, que participa ativamente de todo o trabalho. Ao longo do programa, também são indicados cursos de capacitação e melhorias em sustentabilidade ambiental e qualidade de vida para a família.
Agronegócio
“Soja Legal” da Aprosoja-MT recebe certificação de boas práticas agrícolas
O agronegócio brasileiro tem alcançado avanços significativos na adoção de boas práticas agrícolas por meio de iniciativas reconhecidas e certificadas. Um dos programas de destaque é o Soja Legal, desenvolvido pela Associação dos Produtores de Soja e Milho do Mato Grosso (Aprosoja-MT).
A iniciativa tem como objetivo capacitar proprietários rurais para implementar práticas que assegurem a conformidade em áreas como qualidade de vida no campo, gestão consciente da água, gerenciamento de resíduos, práticas agrícolas sustentáveis, adequação ao Código Florestal, viabilidade econômica da produção e qualidade do produto.
Ao longo de 2024, o Ministério da Agricultura reconheceu cinco programas de certificação de boas práticas agrícolas, alinhados à nova regra para concessão de descontos em financiamentos rurais voltados a médios e grandes produtores. Esse reconhecimento se soma a outras seis iniciativas aprovadas em 2022 e 2023, fortalecendo a adesão a práticas sustentáveis no setor.
Atualmente, o Soja Legal conta com a participação de 1.250 produtores rurais, dos quais 700 já possuem o selo de conformidade. Além disso, outros 85 agricultores estão em processo de cadastro e, assim que o sistema estiver em pleno funcionamento, estarão aptos a obter descontos em financiamentos. Os demais participantes serão integrados progressivamente.
A expectativa é de que os contratos de financiamento com descontos ganhem maior adesão nos próximos meses, especialmente a partir de abril ou maio, quando os produtores iniciam novos ciclos de crédito. Esse tipo de incentivo busca reconhecer as práticas ambientais e sociais adicionais adotadas pelos produtores, promovendo um modelo de produção mais responsável e alinhado à legislação ambiental.
Além do Soja Legal, outros programas também têm recebido destaque no cenário nacional. Entre eles estão os currículos de Sustentabilidade do Cacau e do Café, desenvolvidos pela P&A Ltda, o Certifica Minas Café, promovido pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, o Selo Mip Experience, coordenado pela PROMIP Manejo Integrado de Pragas Ltda, e o Boas Práticas Agrícolas IBS, do Instituto BioSistêmico (IBS). Esses programas foram incorporados ao conjunto de iniciativas reconhecidas em anos anteriores, demonstrando o compromisso do setor com a sustentabilidade.
Os programas avaliados no segundo semestre de 2024 agregaram mais 900 produtores rurais à lista de potenciais beneficiários de descontos em financiamentos. Entre os destaques estão o Programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR) e o Programa Algodão Brasileiro Responsável para Unidades de Beneficiamento (ABR-UBA), ambos conduzidos pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa). Outros exemplos incluem o Certifica Minas, também da Secretaria de Agricultura de Minas Gerais, o Programa Selo Ambiental do Arroz Rastreado RS, desenvolvido pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), e o Protocolo de Sustentabilidade Cooxupé Gerações, promovido pela Cooperativa Regional de Cafeicultores de Guaxupé Ltda.
Essas iniciativas não apenas fortalecem a competitividade do agronegócio brasileiro no mercado internacional, mas também asseguram que os produtores estejam cada vez mais alinhados às boas práticas de produção, contribuindo para a sustentabilidade ambiental, econômica e social no campo.
Fonte: Pensar Agro
-
Brasil7 dias atrás
Rui Denardin: O que esperar do mercado automotivo em 2025?
-
Rondônia7 dias atrás
Rondônia obtém resultados de investimentos em segurança e reduz criminalidade em 2024
-
Agronegócio7 dias atrás
Feiras do agronegócio em 2025: oportunidades para inovação e crescimento do setor
-
Rondônia7 dias atrás
Detran-RO orienta condutores sobre passo a passo para renovação da CNH
-
Agronegócio6 dias atrás
Mercado da soja inicia 2025 com estabilidade nos preços
-
Agronegócio7 dias atrás
Publicação prevê um ano incrível para o agronegócio brasileiro
-
Agronegócio5 dias atrás
Mato Grosso do Sul faz balanço positivo do setor agrícola em 2024
-
Agronegócio6 dias atrás
Cepa: mercado abre ano em baixa, mas com expectativa de equilíbrio