Agronegócio

Cenário aponta período desafiador para cafeicultura paranaense

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A atual conjuntura da cadeia do café permeou a reunião da Comissão Técnica (CT) de Cafeicultura da FAEP, nesta quinta-feira (7), realizada de forma presencial no Sindicato Rural de Londrina e transmitida por videoconferência. Panorama e perspectivas para o mercado foram apresentados em uma palestra ministrada pela assessora técnica da Comissão Nacional do Café da Confederação Nacional de Agricultura (CNA), Raquel Vilela da Mata Miranda.

Foram elencados fatores que provocaram o crescente aumento do preço do café ao longo de 2021, como a quebra de safra, devido à seca e à geada que afetaram as lavouras, e a crise de transporte marítimo, combinados ao consumo mundial de café, que aumentou durante a pandemia.

Em fevereiro de 2022, a Organização Internacional do Café (OIC) apontou em relatório déficit mundial de 3,1 milhões de sacas para o ano cafeeiro 2021/22, em função dos impactos de eventos climáticos em países com alta produtividade. Entre o final de fevereiro e início de março, o preço voltou a recuar por causa dos conflitos no Leste Europeu, que podem intensificar a crise econômica na Europa e reduzir o consumo da Rússia e da Ucrânia, que gira em torno de 6 milhões de sacas por ano. Além disso, entram na conta a alta do frete marítimo e outros problemas logísticos.

A assessora técnica da CNA também comentou sobre a chamada bienalidade positiva e negativa do café arábica, em que, geralmente, os anos pares são de alta produtividade, e os ímpares, de baixa. Em 2022, há uma inversão dessa característica. “Houve expectativa dado ao aporte tecnológico, mecanização e fertilização inseridos na cultura nos últimos anos, mas isso não se concretizou porque os eventos climáticos impactaram de maneira significativa. Então, devemos estar com os estoques apertados”, explicou Raquel.

Já para 2023, cuja perspectiva era de baixa produtividade, a tendência pode não se confirmar. “O consumo de café no mundo tem se mostrado extremamente resiliente apesar das crises. Após o fechamento da safra de 2022, o mercado pode entender que 2023 terá uma safra melhor. É muito provável que venhamos a observar menores preços, principalmente do café arábica”, constatou.

Entraves

O aumento do custo de produção do café também foi debatido durante o encontro. De dezembro de 2020 a janeiro de 2022, foram registradas altas de 56% no preço do diesel, 89% nos fertilizantes formulados, 77% no calcário, 60% nos defensivos agrícolas, 45% no Custo Operacional Efetivo (COE) do café arábica e 57% no COE do conilon. Os percentuais são resultado de uma média realizada nas 13 praças participantes do Projeto Campo Futuro da CNA.

Segundo Raquel, o cenário é pessimista para custos de produção de forma geral e o mercado já aponta que haverá mais aumento para a safra 2022/23. Enquanto isso, a tendência histórica é que, para os próximos meses, o preço do café volte a recuar.

“É preciso somar pesquisa, tecnologia e redução de custos para atravessar esse momento de crise. É momento de racionalizar e fazer o básico bem feito, usando ciência, pesquisa e conhecimento agronômico para manter a produtividade das lavouras”, advertiu.

Questões envolvendo a atuação do poder público também entraram na pauta dos produtores, tais como obstáculos para obter subsídios governamentais para contratação de crédito e seguro rurais, dificuldades para implantação de tecnologias e falta de assistência técnica adequada.

“Temos que aproximar os municípios para fortalecer a cadeia, mobilizar prefeitos e secretários de Agricultura. Precisamos fomentar ações das lideranças e sindicatos rurais para fazer esse convencimento do poder público para realização de políticas direcionadas”, afirmou o presidente da CT de Cafeicultura da FAEP, Walter Ferreira Lima.

Atuação

Na reunião, a assessora técnica da CT de Cafeicultura da FAEP, Jéssica D’Angelo, apresentou as ações realizadas pelo Sistema FAEP/SENAR-PR para o setor cafeeiro em 2021 e 2022. Foram citadas a atuação junto à Câmara Setorial do Café do Paraná, cuja gerência é conduzida por Lima, com elaboração de documento com propostas para a cafeicultura paranaense; propostas de alteração do Regulamento Técnico do Café Torrado e Moído do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa); patrocínio do Concurso Café Qualidade Paraná, coordenado pela Câmara Setorial; lançamento do curso “Comercialização de Café” pelo SENAR-PR; e retomada dos cursos de degustação de café, também do SENAR-PR, até então suspensos devido à pandemia.

Fonte: CNA Brasil

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Agronegócio

Seagro faz balanço positivo do agronegócio em 2024

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Em 2024, o Tocantins alcançou marcos históricos na produção de grãos e na pecuária, sendo responsável por uma produção recorde de milho, arroz e soja, e com um rebanho de 11,2 milhões de cabeças de gado.

Segundo a Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária (Seagro) o estado alcançou marcos relevantes, posicionando-se entre os maiores produtores de milho, arroz e soja no Brasil. A pecuária também obteve crescimento expressivo, com um rebanho de 11,2 milhões de cabeças de gado.Tudo isso é reflexo de um trabalho contínuo, focado em políticas públicas voltadas para a sustentabilidade, inovação e, acima de tudo, o fortalecimento da agricultura familiar.

A agropecuária tocantinense é movida por um solo fértil, uma localização estratégica e uma integração cada vez maior de novas tecnologias, que impulsionam a produção de alimentos e fortalecem cadeias produtivas como a pecuária, o etanol e a fruticultura. O estado, que é o terceiro maior produtor de arroz irrigado do Brasil, também possui grande potencial para se tornar um grande centro de produção de sementes de soja, consolidando sua importância no cenário nacional.

Em 2024, o Governo do Tocantins, em parceria com empresas como a Suzano, deu um grande passo no fortalecimento da agricultura familiar com o lançamento do projeto “Pão da Terra de Desenvolvimento da Agricultura Familiar e Extrativismo”. O projeto, que visa modernizar práticas agrícolas e ampliar a produção, beneficia inicialmente 500 agricultores em oito municípios. Com isso, a produção de mandioca e a multiplicação de manivas-sementes ganham destaque, contribuindo para a inclusão de mais famílias no processo produtivo.

A pecuária do estado também não ficou para trás. Com um rebanho de 11,2 milhões de cabeças de gado, o Tocantins ocupa o 10º lugar no Brasil e o 3º lugar na Região Norte. A modernização do setor é promovida pelo programa “Mais Genética Tocantins”, que tem se mostrado fundamental para a melhoria da competitividade e sustentabilidade da pecuária, garantindo a qualidade do rebanho e posicionando o estado como um exportador de carne bovina para mercados exigentes como China e Hong Kong.

Além das vitórias no campo, o Tocantins também se destaca na promoção da sustentabilidade e do desenvolvimento regional. A 1ª Rota da Fruticultura, realizada em outubro de 2024, percorreu municípios como Dianópolis, Miracema e Tocantinópolis, com foco na produção de frutas como abacaxi, banana, cacau e manga. O evento promoveu a troca de experiências entre produtores e agroindústrias, incentivando a diversificação da produção agrícola e ampliando a competitividade do setor.

Com um ano de 2024 repleto de resultados positivos, o Tocantins continua se consolidando como um polo de crescimento sustentável no agronegócio. A combinação de solos férteis, políticas públicas eficazes e uma estratégia voltada para a inovação tem atraído novos investidores para o estado, gerando emprego, renda e desenvolvimento para a população rural e urbana. O Tocantins é um exemplo claro de como o agronegócio pode ser um motor de crescimento econômico, sustentável e inclusivo para todo o Brasil.

Fonte: Pensar Agro

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