Agronegócio

CNA debate potencial brasileiro para ampliar produção de trigo

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Brasília (06/04/2022) – A Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da CNA discutiu, na terça (5), as potencialidades do Brasil para ampliar a produção de trigo no País.

Foram tratados temas como o cenário mundial, ações de fomento para o cereal na região Sul e o plano de desenvolvimento para expansão da produção do trigo tropical no Cerrado.

Os pesquisadores do Cepea/Esalq/USP, Lucilio Alves e Mauro Osaki, falaram sobre a oferta e a demanda de trigo, considerando os impactos da guerra entre Rússia e Ucrânia, que são grandes produtores do cereal e também fornecedores de fertilizantes. Segundo eles, de 2017 a 2022 os dois representaram 30% da produção mundial do grão.

Alves afirmou que há dois anos seguidos os estoques de trigo vêm caindo e a demanda está superando a oferta. “É um reflexo da pandemia, mas agora com a guerra houve uma disparada de preços, com aumento chegando a 75% em poucos dias”, disse.

Ele ressaltou ainda que apesar de importar quase metade do trigo que consome, o Brasil não sofrerá um contexto de escassez do produto.

“O País apresentou recorde de produção em 2021, mas precisamos que Rússia e Ucrânia produzam porque os estoques estão em baixa e o preço continuará subindo para o consumidor final”.

Mauro Osaki comparou o desempenho econômico do trigo do Brasil com os principais produtores mundiais, tomando como base cinco safras (15/16-19/20) para os valores internacionais e nacionais. Na Rússia, por exemplo, a produção de uma tonelada custa 62 dólares; na Ucrânia, 96 dólares, já no Brasil, o valor chega a US$ 177.

Segundo ele, a rentabilidade do trigo nos últimos anos tem sido desfavorável em função dos custos de produção da cultura, o que favoreceu o plantio do milho.

“De acordo com levantamento do projeto Campo Futuro, o milho segunda safra cresceu em detrimento do trigo em regiões como Cascavel (PR), por exemplo, principalmente devido à rentabilidade da cultura, custos de produção e produtividade”.

Apesar do aumento no preço de insumos, o crescimento da produção de trigo no Brasil é viável, considerando os benefícios para o solo e para as culturas subsequentes, afirmaram os participantes da comissão.

Nos estados do Paraná e Rio Grande do Sul, por exemplo, existem áreas em pousio na segunda safra (descanso da terra) que podem ser utilizadas para o plantio do cereal e, consequentemente, diminuir os custos fixos da produção.

“A cultura do trigo não volta a decrescer no Rio Grande do Sul. Temos um cenário promissor para o produtor gaúcho e queremos avançar para o desenvolvimento de um plano para a triticultura no estado”, afirmou Hamilton Jardim, da Federação da Agricultura do Estado do RS (Farsul).

No Paraná, Rodolfo Botelho, da Federação de Agricultura do Estado (Faep), disse que os produtores estão preocupados com o aumento no preço dos fertilizantes, que elevaram o custo de produção, além das questões climáticas que têm trazido quebra de safra na região.

“O trigo é de fundamental importância para o Brasil e para a região Sul, por isso precisamos que o assunto seja discutido de forma mais abrangente, assim como as demais culturas de inverno, para levar informação para o produtor, garantias de produção e rentabilidade”.

Em relação à produção de trigo no bioma Cerrado, o pesquisador da Embrapa Cerrados, Júlio Cesar Albrecht, apresentou o Termo de Execução Descentralizada ou TED do Trigo Tropical, elaborado pela Embrapa e aprovado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para o período 2022-2025.

A iniciativa vai abranger o cultivo de sequeiro e irrigado nos estados de Goiás, Minas Gerais, Oeste da Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo e no Distrito Federal e vai focar, especificamente, na transferência de tecnologia, caracterização dos municípios produtores e combate à brusone (praga que ataca o trigo).

Com o plano, espera-se o crescimento de 40% da área cultivada com trigo, passando de 252 mil hectares em 2021 para 353 mil até 2025, aumento da produção em torno de 300 mil toneladas e desoneração em R$ 450 milhões da balança comercial das importações de trigo no Brasil.

“É viável alcançar esses resultados devido às características da região que tem produtividade e qualidade excelentes”, afirmou Albrecht.

Para o presidente da Comissão, Ricardo Arioli, é necessário discutir a elaboração de um plano nacional de triticultura e, para isso, a CNA irá intensificar o debate com o governo e entidades do setor produtivo. “A próxima revolução agrícola no cerrado brasileiro será a do trigo”, disse.

Durante a reunião também foram discutidas ações da Confederação referente ao suprimento de insumos. O diretor técnico adjunto, Reginaldo Minaré, disse que a CNA está trabalhando para que, no curto prazo, não falte o fertilizante necessário para o abastecimento do produtor e, a médio e longo prazo, o Brasil possa produzir mais no território, tanto o NPK (nitrogênio, fósforo e potássio) quanto os demais fertilizantes.

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Fonte: CNA Brasil

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Agronegócio

Seagro faz balanço positivo do agronegócio em 2024

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Em 2024, o Tocantins alcançou marcos históricos na produção de grãos e na pecuária, sendo responsável por uma produção recorde de milho, arroz e soja, e com um rebanho de 11,2 milhões de cabeças de gado.

Segundo a Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária (Seagro) o estado alcançou marcos relevantes, posicionando-se entre os maiores produtores de milho, arroz e soja no Brasil. A pecuária também obteve crescimento expressivo, com um rebanho de 11,2 milhões de cabeças de gado.Tudo isso é reflexo de um trabalho contínuo, focado em políticas públicas voltadas para a sustentabilidade, inovação e, acima de tudo, o fortalecimento da agricultura familiar.

A agropecuária tocantinense é movida por um solo fértil, uma localização estratégica e uma integração cada vez maior de novas tecnologias, que impulsionam a produção de alimentos e fortalecem cadeias produtivas como a pecuária, o etanol e a fruticultura. O estado, que é o terceiro maior produtor de arroz irrigado do Brasil, também possui grande potencial para se tornar um grande centro de produção de sementes de soja, consolidando sua importância no cenário nacional.

Em 2024, o Governo do Tocantins, em parceria com empresas como a Suzano, deu um grande passo no fortalecimento da agricultura familiar com o lançamento do projeto “Pão da Terra de Desenvolvimento da Agricultura Familiar e Extrativismo”. O projeto, que visa modernizar práticas agrícolas e ampliar a produção, beneficia inicialmente 500 agricultores em oito municípios. Com isso, a produção de mandioca e a multiplicação de manivas-sementes ganham destaque, contribuindo para a inclusão de mais famílias no processo produtivo.

A pecuária do estado também não ficou para trás. Com um rebanho de 11,2 milhões de cabeças de gado, o Tocantins ocupa o 10º lugar no Brasil e o 3º lugar na Região Norte. A modernização do setor é promovida pelo programa “Mais Genética Tocantins”, que tem se mostrado fundamental para a melhoria da competitividade e sustentabilidade da pecuária, garantindo a qualidade do rebanho e posicionando o estado como um exportador de carne bovina para mercados exigentes como China e Hong Kong.

Além das vitórias no campo, o Tocantins também se destaca na promoção da sustentabilidade e do desenvolvimento regional. A 1ª Rota da Fruticultura, realizada em outubro de 2024, percorreu municípios como Dianópolis, Miracema e Tocantinópolis, com foco na produção de frutas como abacaxi, banana, cacau e manga. O evento promoveu a troca de experiências entre produtores e agroindústrias, incentivando a diversificação da produção agrícola e ampliando a competitividade do setor.

Com um ano de 2024 repleto de resultados positivos, o Tocantins continua se consolidando como um polo de crescimento sustentável no agronegócio. A combinação de solos férteis, políticas públicas eficazes e uma estratégia voltada para a inovação tem atraído novos investidores para o estado, gerando emprego, renda e desenvolvimento para a população rural e urbana. O Tocantins é um exemplo claro de como o agronegócio pode ser um motor de crescimento econômico, sustentável e inclusivo para todo o Brasil.

Fonte: Pensar Agro

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