Agronegócio
Colheita recorde de milho no Brasil avança rápido, mas preços futuros enfrentam queda nas bolsas
Agronegócio
A colheita da segunda safra de milho do Brasil em 2024 avançou rapidamente, atingindo 91,28% da área total plantada nesta semana, um progresso notável comparado aos 77,88% registrados no mesmo período do ano passado. Este ritmo acelerado também supera a média dos últimos cinco anos, que foi de 82,75%. A eficiência na colheita deste ano é atribuída ao plantio antecipado e à redução da área cultivada, o que facilitou um avanço mais ágil na colheita.
No entanto, o mercado enfrenta uma fase de baixa nos preços futuros do milho na Bolsa Brasileira (B3). Na sexta-feira (16.08), as cotações futuras do milho variaram entre R$ 59,56 e R$ 68,10, com desvalorizações em todas as principais categorias.
O contrato para setembro/24 foi cotado a R$ 59,56, com uma queda de 1,18%, enquanto os contratos para novembro/24, janeiro/25 e março/25 apresentaram desvalorizações de 0,73%, 0,41% e 0,48%, respectivamente. No acumulado da semana, os preços também registraram perdas, com o contrato para setembro/24 caindo 1,11% e o contrato para março/25 apresentando uma baixa de 0,15%.
O mercado físico brasileiro, por outro lado, observou mais altas do que baixas nos preços da saca de milho, refletindo uma oferta abundante. A oferta robusta é o principal fator pressionando os preços para baixo. A demanda, especialmente de grandes importadores como a China, pode reverter essa tendência. Entre janeiro e julho de 2024, a China já adquiriu mais milho brasileiro do que no mesmo período do ano passado, o que pode estimular uma recuperação nos preços caso a demanda continue forte.
Outro fator que pode influenciar o mercado é a escalada no conflito entre Rússia e Ucrânia, que voltou a gerar tensão e pode adicionar volatilidade aos mercados, como observado em situações anteriores.
No cenário internacional, os preços futuros do milho na Bolsa de Chicago (CBOT) também apresentaram desvalorizações nesta semana. O contrato para setembro/24 foi cotado a US$ 3,70, com uma perda de 4,50 pontos, e o contrato para dezembro/24 caiu para US$ 3,92, registrando uma baixa semelhante. O contrato para março/25 foi negociado a US$ 4,11, e o de maio/25 a US$ 4,21, ambos com desvalorizações de 4,75 pontos. No acumulado semanal, os contratos norte-americanos sofreram perdas de 1,66% para setembro/24 e de até 0,53% para maio/25.
A perspectiva para a produção de milho nos Estados Unidos é positiva, com as lavouras entrando em fase de pré-maturação e boas previsões climáticas à vista. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou recentemente um relatório elevando as estimativas de produtividade e produção para a safra dos EUA, projetando uma colheita de 375 milhões de toneladas, o que contribuiu para os recuos nos preços internacionais.
Este panorama reflete uma combinação de fatores que afetam tanto o mercado interno quanto o externo, com uma colheita recorde no Brasil e tendências de preços que podem ser influenciadas por variáveis tanto locais quanto globais.
Fonte: Pensar Agro
Agronegócio
Feito histórico: agronegócio de Minas Gerais supera a mineração
O agronegócio de Minas Gerais – Estado tradicionalmente conhecido por sua forte base mineral (o próprio nome do Estado revela essa origem) – alcançou um feito histórico em 2024: superou o setor de mineração nas exportações.
Entre janeiro e novembro, as exportações do agronegócio mineiro somaram R$ 100,1 bilhões (US$ 15,7 bilhões), superando em 3% o valor registrado pela mineração, que alcançou R$ 92,5 bilhões (US$ 14,5 bilhões). Com esse desempenho, o agronegócio representou 40,7% do total exportado pelo estado, com um crescimento de 19% na receita e 9% no volume de produtos, alcançando 16 milhões de toneladas embarcadas.
O café, a carne bovina e os produtos do complexo sucroalcooleiro continuam sendo os principais destaques nas exportações mineiras. Contudo, a diversificação da pauta exportadora tem sido um fator decisivo para este avanço. Produtos como sementes (milho, girassol e rícino), queijos, iogurte, leite condensado, batatas preparadas, e itens exóticos como água de coco, inhame, azeitonas e cogumelos começaram a ganhar expressiva participação no mercado internacional.
Embora o crescimento das exportações do agronegócio mineiro seja um reflexo da maior eficiência produtiva, o desafio logístico permanece como um ponto crítico. A necessidade de otimizar o escoamento da produção de 16 milhões de toneladas exige melhorias na infraestrutura de transporte. O setor agropecuário enfrenta custos elevados com frete, principalmente devido a gargalos nas rodovias, ferrovias e portos, que ainda não são totalmente adequados para suportar o volume crescente de cargas.
A interligação das regiões produtoras com os portos mais estratégicos é uma questão vital. A agilidade no escoamento de produtos e a redução dos custos logísticos são fundamentais para garantir a competitividade no mercado internacional, principalmente diante do crescente volume de exportações.
A diversificação da pauta exportadora também está refletida nos mercados que compram os produtos mineiros. Em 2024, 169 países importaram produtos do agronegócio mineiro, com a China se destacando como o maior destino das exportações, totalizando R$ 24,9 bilhões (US$ 3,9 bilhões).
Em seguida, Estados Unidos, Alemanha, Bélgica e Itália figuram entre os maiores compradores. Esses números indicam o potencial de ampliação do mercado para produtos brasileiros, especialmente quando se considera que mercados como a Indonésia, Filipinas e países da África apresentam grande potencial de crescimento para os próximos anos.
O cenário é promissor, mas o setor precisa continuar investindo em inovação e na sustentabilidade. Soluções como a utilização de bioinsumos e práticas de produção sustentável têm se destacado, contribuindo para a eficiência no campo e tornando os produtos brasileiros ainda mais competitivos internacionalmente.
Porém, o progresso logístico e a ampliação da infraestrutura de transporte, com foco no aumento da capacidade de escoamento das safras e na redução de custos, são passos essenciais para garantir que o agronegócio de Minas Gerais siga crescendo, não apenas em volume, mas também em valor.
O agronegócio mineiro está consolidado como um dos principais motores econômicos do estado, com exportações que superam os R$ 100 bilhões em 2024. A diversificação de produtos e mercados, aliada à busca por soluções logísticas mais eficientes e sustentáveis, coloca Minas Gerais em uma posição estratégica para fortalecer ainda mais seu papel no cenário global do agronegócio. Para que isso aconteça, no entanto, é crucial que investimentos em infraestrutura logística sigam acompanhando o ritmo de crescimento da produção e das exportações.
Fonte: Pensar Agro
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