Agronegócio

Estudo revela áreas com mais potencial de perdas de solo

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Um estudo que faz parte da Rede de AgroPesquisa e Formação Aplicada Paraná (Rede AgroParaná) fez um mapeamento que revela as áreas com maior potencial de perdas de solo em um perímetro de bacia hidrográfica. O levantamento contempla indicadores como concentração de umidade, áreas de concentração de fluxos e potenciais áreas de produção de transporte de sedimentos, que favorecem os processos erosivos. O objetivo é que o projeto forneça subsídios para outros estudos da rede de pesquisas.

Chamado “Espacialização dos atributos dos solos”, o subprojeto faz parte de um estudo maior, intitulado “Monitoramento hidrossedimentológico em bacia de primeira ordem no Oeste do Paraná”. A análise foi conduzida em uma bacia hidrográfica de primeira ordem, na localidade de Esquina Memória, em Toledo, no Oeste, na área em que es- tão instaladas megaparcelas em que os projetos são desenvolvidos.

Ao longo dos trabalhos, os pesquisadores abriram diversas trincheiras, nas quais coletaram amostras para fazer a análise dos atributos físico-químicos dos solos. Paralelamente, o estudo se valeu de dados topográficos captados por veículos aéreos não tripulados (Vant’s), como são chamados os drones. Todos os dados consolidaram mapas com alta escala de detalhamento, que auxiliaram na distribuição dos tipos de solo da área e esmiúçam os atributos, a composição e as variações topográficas do terreno.

“Esse mapeamento vai servir de subsídio para outros projetos. A partir disso, colegas que estão desenvolvendo pesquisas mais específicas poderão estudar práticas de manejo adequadas e técnicas que minimizem perdas de solo”, explica a professora Marcia Calegari, coordenadora do subprojeto e professora do curso de Geografia no Campus de Marechal Cândido Rondon da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste). “Nós identificamos em campo, por meio de atributos macromorfológicos do solo, setores com indício de problemas de compactação de solo, por exemplo”, acrescenta.

Outro destaque do subprojeto é que, ao longo do levantamento, a equipe constatou que o fundo de vale, ainda que tivesse uma faixa de mata ciliar, se apresentava com perdas significativas de solo, com ravinas profundas e movimentos de massa, como deslizamentos. As condições da área motivaram os pesquisadores a elaborar um estudo detalhado, que resultou em um mapa específico desse segmento, indicando as áreas mais suscetíveis a esses processos de erosão. A instalação desses processos erosivos estava, em parte, relacionado a práticas de manejo adotadas na atividade agrícola.

“Constatamos que o escoamento que chegava ao rio era, em parte, resultante da área de lavoura. Estava havendo o escoamento superficial acima do limite suportado pela bacia, provocando descarga dentro do canal”, aponta Marcia.

A partir dos dados compilados, os pesquisadores da rede poderão desenvolver estudos que indiquem técnicas adequadas para a conservação de solo, de acordo com as características da área. “Conhecer o solo, a distribuição de suas propriedades e atributos são pontos de partida para que se desenvolva um bom uso, um manejo adequado, que não cause prejuízo às características da paisagem”, conclui a professora.

Fonte: CNA Brasil

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Agronegócio

“Soja Legal” da Aprosoja-MT recebe certificação de boas práticas agrícolas

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O agronegócio brasileiro tem alcançado avanços significativos na adoção de boas práticas agrícolas por meio de iniciativas reconhecidas e certificadas. Um dos programas de destaque é o Soja Legal, desenvolvido pela Associação dos Produtores de Soja e Milho do Mato Grosso (Aprosoja-MT).

A iniciativa tem como objetivo capacitar proprietários rurais para implementar práticas que assegurem a conformidade em áreas como qualidade de vida no campo, gestão consciente da água, gerenciamento de resíduos, práticas agrícolas sustentáveis, adequação ao Código Florestal, viabilidade econômica da produção e qualidade do produto.

Ao longo de 2024, o Ministério da Agricultura reconheceu cinco programas de certificação de boas práticas agrícolas, alinhados à nova regra para concessão de descontos em financiamentos rurais voltados a médios e grandes produtores. Esse reconhecimento se soma a outras seis iniciativas aprovadas em 2022 e 2023, fortalecendo a adesão a práticas sustentáveis no setor.

Atualmente, o Soja Legal conta com a participação de 1.250 produtores rurais, dos quais 700 já possuem o selo de conformidade. Além disso, outros 85 agricultores estão em processo de cadastro e, assim que o sistema estiver em pleno funcionamento, estarão aptos a obter descontos em financiamentos. Os demais participantes serão integrados progressivamente.

A expectativa é de que os contratos de financiamento com descontos ganhem maior adesão nos próximos meses, especialmente a partir de abril ou maio, quando os produtores iniciam novos ciclos de crédito. Esse tipo de incentivo busca reconhecer as práticas ambientais e sociais adicionais adotadas pelos produtores, promovendo um modelo de produção mais responsável e alinhado à legislação ambiental.

Além do Soja Legal, outros programas também têm recebido destaque no cenário nacional. Entre eles estão os currículos de Sustentabilidade do Cacau e do Café, desenvolvidos pela P&A Ltda, o Certifica Minas Café, promovido pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, o Selo Mip Experience, coordenado pela PROMIP Manejo Integrado de Pragas Ltda, e o Boas Práticas Agrícolas IBS, do Instituto BioSistêmico (IBS). Esses programas foram incorporados ao conjunto de iniciativas reconhecidas em anos anteriores, demonstrando o compromisso do setor com a sustentabilidade.

Os programas avaliados no segundo semestre de 2024 agregaram mais 900 produtores rurais à lista de potenciais beneficiários de descontos em financiamentos. Entre os destaques estão o Programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR) e o Programa Algodão Brasileiro Responsável para Unidades de Beneficiamento (ABR-UBA), ambos conduzidos pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa). Outros exemplos incluem o Certifica Minas, também da Secretaria de Agricultura de Minas Gerais, o Programa Selo Ambiental do Arroz Rastreado RS, desenvolvido pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), e o Protocolo de Sustentabilidade Cooxupé Gerações, promovido pela Cooperativa Regional de Cafeicultores de Guaxupé Ltda.

Essas iniciativas não apenas fortalecem a competitividade do agronegócio brasileiro no mercado internacional, mas também asseguram que os produtores estejam cada vez mais alinhados às boas práticas de produção, contribuindo para a sustentabilidade ambiental, econômica e social no campo.

Fonte: Pensar Agro

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