Agronegócio

FAESC pede mais recursos orçamentários para subvenção ao crédito rural

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A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC) apoia a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) na busca da  recomposição do Orçamento 2022 nas ações de subvenção ao crédito rural, na forma de equalização das taxas de juros. Reivindicação nesse sentido foi apresentada pela CNA ao relator geral do orçamento da União Federal para este ano de 2022, deputado Hugo Leal Melo da Silva.

O presidente da FAESC José Zeferino Pedrozo entregou nesta semana à deputada federal Ângela Amin, coordenadora do Fórum Parlamentar Catarinense, documento em que expõe a gravidade da questão. O dirigente destacou que é vital a recomposição do Orçamento 2022, medida imprescindível para viabilizar a retomada das contratações de crédito com recursos que demandam a equalização, na safra 2021/2022. Trata-se das tão necessárias renegociações de prazos de reembolso do crédito nas regiões cuja produção agropecuária foi significativamente impactada pela seca ou por chuvas excessivas, além do lançamento do Plano Agrícola e Pecuário 2022/2023. 

No início deste mês, a Secretaria Especial do Tesouro e Orçamento enviou circular às instituições financeiras, determinando a suspensão das novas contratações de crédito rural com recursos que demandam equalização de taxas de juros, durante o mês de fevereiro, diante da atual insuficiência orçamentária para custear a equalização.

  A CNA constatou que dos R$ 7,83 bilhões autorizados para as despesas com equalização de taxas de juros (operações de custeio, investimento e Pronaf), em 2022, R$ 7,76 bilhões (99,1%) já estão empenhados. Porém, no lançamento do Plano Agrícola e Pecuário 2021/2022, o Governo anunciou R$ 13 bilhões de orçamento às equalizações de taxas de juros.

A escalada de aumento da taxa Selic, desde março/2021, não foi dimensionada quando da formulação do Orçamento Geral da União 2022, tornando muito mais cara a captação de recursos direcionados ao crédito rural pelas instituições financeiras. Em consequência, elevou-se sobremaneira a necessidade de recursos para as equalizações de taxas de juros.

A suspensão das contratações das operações de crédito, com fonte de recursos equalizadas, durante o mês de fevereiro, provoca forte preocupação de parte da CNA e da FAESC em razão do período final do Plano Safra 2021/2022 e com a antecipação de pré-custeio, diante de um cenário de elevação de custos de produção para todas as atividades agropecuárias.

Provoca, ainda, muita morosidade para a adoção de medidas efetivas pelo Governo destinadas aos produtores que perderam parcela significativa de sua produção e em receita, em 2022, em função de intempéries climáticas extremas, ocasionadas pelo fenômeno climático La Nina, que alcançou seu pico de intensidade em dezembro/2021 e janeiro/2022.

Gera, também, insegurança a respeito do montante de recursos e condições do Plano Agrícola e Pecuário 2022/2023, uma vez que a totalidade do volume de recursos para equalização foi empenhada já em fevereiro.

O aumento da Selic também traz preocupações em relação ao aumento do custo do crédito direcionado e livre, na safra 2022/2023, e a falta de recursos para financiamento do  setor agropecuário, pois os títulos públicos tornam-se mais atrativos em relação aos investimentos nos setores produtivos.

            O aumento do custo do crédito, justamente em uma safra com preços recordes dos insumos agropecuários, bem como a falta de alguns deles, além da previsão de persistência dos eventos climáticos extremos, impactará a oferta de alimentos, levando à aceleração inflacionária e ao comprometimento do próprio crescimento econômico do País.

O presidente da FAESC enfatiza que os produtores rurais esperam a urgente recomposição orçamentária para as equalizações das taxas de juros e renegociações dos prazos de reembolso dos financiamentos 2022.

Fonte: CNA Brasil

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Taxa de juros alta desafia crédito rural e ameaça plano safra 2025/26

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O cenário de juros elevados promete impor dificuldades ao crédito rural agora em 2025, exigindo ajustes para a formulação do próximo Plano Safra (2025/26). Com a taxa Selic em trajetória ascendente desde 2024, a equalização dos juros, que subsidia financiamentos para produtores, tornou-se mais onerosa, pressionando o orçamento público.

A taxa Selic, que iniciou 2024 em 10,5% e encerrou o ano em 12,25%, está prevista para subir ainda mais no início de 2025. Este aumento encarece os subsídios que garantem juros reduzidos aos agricultores, forçando o governo a reavaliar suas estratégias. Entre as opções consideradas estão aumentar as taxas de financiamento ou reduzir o volume de recursos equalizados disponíveis.

No Plano Safra 2024/25, o orçamento para a subvenção de juros já havia sido ampliado para R$ 11,8 bilhões. Desse total, R$ 6,8 bilhões foram direcionados ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), enquanto R$ 3,4 bilhões foram alocados para financiamentos de investimento.

Com a lei orçamentária de 2025 ainda em discussão no Congresso Nacional, o governo propôs elevar o orçamento para a equalização dos juros para R$ 14,8 bilhões. Contudo, especialistas alertam que mesmo com esse aumento, o residual disponível para novas contratações será menor, devido à necessidade de cobrir operações contratadas em anos anteriores.

Os primeiros meses da safra 2024/25 registraram crescimento na contratação de crédito equalizado. De julho a novembro de 2024, o número de contratos subiu 48%, e o montante financiado aumentou 32%, atingindo R$ 67,4 bilhões. Apesar do crescimento, o ambiente de juros altos limita a expansão de políticas similares em 2025.

Para mitigar os desafios, iniciativas como a criação de linhas de crédito independentes do Plano Safra, como o programa de conversão de pastagens pelo Ecoinvest, estão sendo avaliadas. No entanto, tais programas enfrentam limitações em termos de captação de recursos a taxas reduzidas.

O setor agrícola também observa com atenção o mercado internacional. A queda dos juros nos Estados Unidos pode beneficiar a exportação de produtos brasileiros, enquanto a política fiscal interna segue em foco como um fator-chave para o controle da inflação e para a sustentabilidade do crédito rural.

Em um cenário de restrição fiscal e juros elevados, o agronegócio brasileiro terá de contar com ajustes orçamentários e a busca por alternativas inovadoras para manter o financiamento acessível. O desafio será garantir que o Plano Safra 2025/26 continue apoiando os produtores rurais, preservando a competitividade do setor no mercado global.

Fonte: Pensar Agro

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