Agronegócio
Paraná divulga projeções e perdas de safras
Agronegócio
O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab) divulgou nesta sexta-feira (27.09) o Boletim de Conjuntura Agropecuária, revelando a situação das culturas de verão e atualizando as perdas na safra de inverno, especialmente no trigo.
O relatório aponta que cerca de 10% dos 5,8 milhões de hectares previstos para o cultivo de soja na safra 2024/2025 já foram semeados no Paraná, um número recorde para o estado. A produção de soja esperada é de 22,4 milhões de toneladas, um crescimento de 21% em relação à safra anterior, que foi de 18,5 milhões de toneladas.
Segundo o analista Edmar Gervásio, do Deral, o clima tem sido favorável ao avanço das plantações. “Os produtores conseguiram um avanço significativo no plantio em um curto espaço de tempo”, afirmou. A expectativa é de que o plantio da primeira safra de milho 2024/25 também seja concluído nos próximos 15 dias, com uma produção estimada de 2,6 milhões de toneladas em uma área de 257,3 mil hectares.
O boletim, no entanto, trouxe dados preocupantes sobre a safra de trigo, que sofreu perdas significativas devido à seca e às geadas que atingiram o estado. O Paraná, maior produtor nacional do cereal, registrou uma queda de 32% na projeção de produção, que passou de 3,8 milhões para 2,6 milhões de toneladas. As perdas financeiras decorrentes já ultrapassam R$ 1 bilhão, mas os contratos de seguro devem amenizar parte desses prejuízos.
No caso do feijão, a área destinada ao cultivo da primeira safra foi reajustada para 138 mil hectares, acima da estimativa inicial de 131 mil hectares. Esse aumento é atribuído aos altos preços do feijão preto, que hoje estão em torno de R$ 300 por saca, um valor 30% superior ao do ano anterior. Se o clima continuar favorável, a produção total de feijão pode atingir 266,8 mil toneladas.
Com relação aos cereais de inverno, a colheita do trigo já atingiu quase metade da área plantada, com 1,2 milhão de toneladas a menos do que o potencial estimado inicialmente. A cevada e a aveia também registraram perdas, de 14% e 26%, respectivamente, causadas pelos mesmos fatores climáticos que afetaram o trigo.
Em outras culturas, a produção de mandioca deve crescer 8%, com uma área estimada em 145,3 mil hectares, 4% maior que na safra passada. Apesar da seca, a mandioca demonstrou alta resiliência, com boas produtividades esperadas.
Fonte: Pensar Agro
Agronegócio
“Soja Legal” da Aprosoja-MT recebe certificação de boas práticas agrícolas
O agronegócio brasileiro tem alcançado avanços significativos na adoção de boas práticas agrícolas por meio de iniciativas reconhecidas e certificadas. Um dos programas de destaque é o Soja Legal, desenvolvido pela Associação dos Produtores de Soja e Milho do Mato Grosso (Aprosoja-MT).
A iniciativa tem como objetivo capacitar proprietários rurais para implementar práticas que assegurem a conformidade em áreas como qualidade de vida no campo, gestão consciente da água, gerenciamento de resíduos, práticas agrícolas sustentáveis, adequação ao Código Florestal, viabilidade econômica da produção e qualidade do produto.
Ao longo de 2024, o Ministério da Agricultura reconheceu cinco programas de certificação de boas práticas agrícolas, alinhados à nova regra para concessão de descontos em financiamentos rurais voltados a médios e grandes produtores. Esse reconhecimento se soma a outras seis iniciativas aprovadas em 2022 e 2023, fortalecendo a adesão a práticas sustentáveis no setor.
Atualmente, o Soja Legal conta com a participação de 1.250 produtores rurais, dos quais 700 já possuem o selo de conformidade. Além disso, outros 85 agricultores estão em processo de cadastro e, assim que o sistema estiver em pleno funcionamento, estarão aptos a obter descontos em financiamentos. Os demais participantes serão integrados progressivamente.
A expectativa é de que os contratos de financiamento com descontos ganhem maior adesão nos próximos meses, especialmente a partir de abril ou maio, quando os produtores iniciam novos ciclos de crédito. Esse tipo de incentivo busca reconhecer as práticas ambientais e sociais adicionais adotadas pelos produtores, promovendo um modelo de produção mais responsável e alinhado à legislação ambiental.
Além do Soja Legal, outros programas também têm recebido destaque no cenário nacional. Entre eles estão os currículos de Sustentabilidade do Cacau e do Café, desenvolvidos pela P&A Ltda, o Certifica Minas Café, promovido pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, o Selo Mip Experience, coordenado pela PROMIP Manejo Integrado de Pragas Ltda, e o Boas Práticas Agrícolas IBS, do Instituto BioSistêmico (IBS). Esses programas foram incorporados ao conjunto de iniciativas reconhecidas em anos anteriores, demonstrando o compromisso do setor com a sustentabilidade.
Os programas avaliados no segundo semestre de 2024 agregaram mais 900 produtores rurais à lista de potenciais beneficiários de descontos em financiamentos. Entre os destaques estão o Programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR) e o Programa Algodão Brasileiro Responsável para Unidades de Beneficiamento (ABR-UBA), ambos conduzidos pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa). Outros exemplos incluem o Certifica Minas, também da Secretaria de Agricultura de Minas Gerais, o Programa Selo Ambiental do Arroz Rastreado RS, desenvolvido pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), e o Protocolo de Sustentabilidade Cooxupé Gerações, promovido pela Cooperativa Regional de Cafeicultores de Guaxupé Ltda.
Essas iniciativas não apenas fortalecem a competitividade do agronegócio brasileiro no mercado internacional, mas também asseguram que os produtores estejam cada vez mais alinhados às boas práticas de produção, contribuindo para a sustentabilidade ambiental, econômica e social no campo.
Fonte: Pensar Agro
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