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Araponga, ave da Amazônia brasileira emite o som mais alto do mundo

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Os ornitólogos Jeffrey Podos e Mario Cohn-Haft publicaram um estudo na revista científica Current Biology nesta segunda-feira (21) que mostra que o pássaro mais barulhento do mundo é brasileiro. Trata-se da araponga-branca, também chamada de araponga-da-amazônia. O pássaro da espécie Procnias albus, que é encontrado na zona norte do Brasil, pesa, aproximadamente, 250 gramas, mas ganha de todos as outras aves quando o assunto é barulho.

A araponga-branca foi classificada como a ave mais barulhenta do mundo porque seu canto – ou grito – pode chegar a incríveis 125 decibéis. Para se ter ideia da intensidade do som, uma conversa em tom de voz médio chega a 60 decibéis. O ruído de uma furadeira, por outro lado, atinge os 100 decibéis. O que chega mais próximo da intensidade do som ensurdecer das arapongas-da-amazônia é estar ao lado da caixa de som em um show de rock, o que soma 120 decibéis.

Para os humanos, sons de 110 a 180 decibéis podem levar de um a trinta minutos para causar danos irreversíveis para a audição, como a Pair (Perda Auditiva Induzida por Ruído).

Mas por que esses pássaros cantam tão alto? Não são apenas os humanos que vivem atrás de uma namoradinha: os machos dessa espécie soltam o grito mais alto do mundo para atrair as fêmeas. Entretanto, está enganado quem pensa que o som é usado para atrair as aves que estão distantes. Na verdade, os machos chegam bem perto das fêmeas e soltam o grito na cara delas.

Mesmo com toda a gritaria, as fêmeas não se irritam com os parceiros. O que acontece, na verdade, é o contrário: quanto mais alto e escandaloso for o canto, mais a fêmea fica atraída pelo pássaro.

Podos, um dos cientistas do estudo, afirmou que ainda não se sabe por que as fêmeas se expõem tão de perto ao barulho. “Talvez estejam tentando avaliar os machos de perto, mesmo correndo o risco de sofrer algum dano em seus sistemas auditivos”, contou à AFP. O pesquisador afirmou que ele e Cohn-Haf ainda não entendem como um pássaro tão pequeno consegue emitir um som tão alto.

Os pesquisadores descobriram ainda que a ave emite dois tipos de cantos. Um deles é mais baixo e longo, enquanto o outro é alto e curto. Os gritos que chegam a 125 decibéis configuram o segundo tipo, já que exigem muito das arapongas e, por isso, duram pouco tempo.

Para estudar o altura do canto dessas aves, os dois pesquisadores utilizaram gravadores de alta resolução e vídeos em alta velocidade. Confira um pouco do canto do pássaro no vídeo abaixo:

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STF retoma julgamento sobre responsabilidade de redes por conteúdos

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Ministro Dias Toffoli conclui leitura de seu voto

 

O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta quarta-feira (4) o julgamento dos processos que tratam da responsabilidade das empresas que operam as redes sociais sobre o conteúdo ilegal postado pelos usuários das plataformas.

O julgamento começou na semana passada e ainda não há placar de votação formado. Somente o ministro Dias Toffoli, relator de um dos processos, iniciou a leitura de seu voto, que deve ser finalizado na sessão de hoje. Mais dez ministros vão votar sobre a questão.

A Corte discute a constitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil da Internet (Lei 12.965/2014), norma que estabeleceu os direitos e deveres para o uso da internet no Brasil.

De acordo com o artigo 19, “com o intuito de assegurar a liberdade de expressão e impedir a censura”, as plataformas só podem ser responsabilizadas pelas postagens ilegais feitas por seus usuários se, após ordem judicial, não tomarem providências para retirar o conteúdo.

Na semana passada, representantes das redes sociais defenderam a manutenção da reponsabilidade somente após o descumprimento de decisão judicial, como ocorre atualmente. As redes socais sustentaram que já realizam a retirada de conteúdos ilegais de forma extrajudicial, que o eventual monitoramento prévio configuraria censura.

Por outro lado, os ministros Alexandre de Moraes e Dias Toffoli já sinalizaram que devem se manifestar a favor de balizas para obrigar as redes sociais a retirarem conteúdos ilegais de forma mais rápida.

Para Moraes, os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 demonstraram a “falência” do sistema de autorregulação das redes sociais .

Dias Toffoli afirmou que o Marco Civil da Internet deu imunidade para as plataformas digitais.

Entenda

O plenário do STF julga quatro processos que discutem a constitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil da Internet.

Na ação relatada pelo ministro Dias Toffoli, o tribunal julga a validade da regra que exige ordem judicial prévia para responsabilização dos provedores por atos ilícitos. O caso trata de um recurso do Facebook para derrubar decisão judicial que condenou a plataforma por danos morais pela criação de um perfil falso de um usuário.

No processo relatado pelo ministro Luiz Fux, o STF discute se uma empresa que hospeda um site na internet deve fiscalizar conteúdos ofensivos e retirá-los do ar sem intervenção judicial. O recurso foi protocolado pelo Google.

A ação relatada por Edson Fachin discute a legalidade do bloqueio do aplicativo de mensagens WhatsApp por decisões judiciais e chegou à Corte por meio de um processo movido por partidos políticos.

A quarta ação analisada trata da suspensão do funcionamento de aplicativos diante do descumprimento de decisões judiciais que determinam a quebra do sigilo em investigações criminais.

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