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Decisão do STF sobre Raupp é muito grave

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Para Zarattini, a posição dos ministros do STF praticamente “criminaliza” as doações legais. “Consideramos que foi um equívoco do STF”, afirmou.

O líder do PT na Câmara, deputado Carlos Zarattini (SP), considerou “grave” a decisão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, que ontem tornou o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) réu por ter recebido doação oficial da empreiteira Queiroz Galvão na eleição de 2010. Os ministros indicaram que doações oficiais de campanha podem disfarçar o pagamento de propina e, portanto, configurar crime.

Para Zarattini, a posição dos ministros do STF praticamente “criminaliza” as doações legais. “Consideramos que foi um equívoco do STF”, afirmou.

O petista admitiu que pode haver corrupção em alguma doação, mas que isso não pode ser generalizado. “Era necessário que houvesse comprovação que houve ato de corrupção”, comentou. Segundo Zarattini, a decisão da Segunda Turma coloca todos “numa situação muito difícil”. “É muito grave essa posição do STF”, emendou.

O líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (PB), defendeu que, existindo provas de que houve corrupção, o crime deve ser punido. “As investigações são bem-vindas, elas devem ocorrer, entretanto é preciso definir o que é caso de corrupção, o que é caso de financiamento ilícito de campanha e o que é caso de doações oficiais, para não jogar todas na mesma vala comum e assim acabar dando decisões diferentes para casos idênticos”, observou.

Já o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), contemporizou e disse que o senador terá condições de provar sua inocência. “Se, no decorrer do processo, não ficar claro que há uma vinculação entre doação e algum pedido indevido, o processo vai ser rejeitado, vai ser arquivado”, concluiu.

Os argumentos dos ministros

Durante o julgamento da denúncia contra Valdir Raupp, o relator da Lava Jato no STF, ministro Edson Fachin, disse que o senador pediu doação de campanha ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que teria atendido à demanda pelo fato de o PMDB fazer parte do grupo de partidos que lhe davam sustentação no cargo na Petrobras. O voto do relator foi seguido pelos ministros Ricardo Lewandowski e Celso de Mello.

Alguns ministros discutiram, no entanto, se políticos que recebem doações suspeitas podem ser punidos ao oficializaram os valores em suas prestações de contas.

A divergência sobre o assunto foi aberta no julgamento pelo ministro Dias Toffoli. Para o ministro, Raupp deve responder somente pelo crime de corrupção porque o suposto recebimento de dinheiro sujo por meio de registro oficial na Justiça Eleitoral não pode ser caracterizado como lavagem de dinheiro.

“Aqui, no caso concreto, não há a clandestinidade, porque houve depósito em conta do partido, contas que são sindicadas pela Justiça Eleitoral”, afirmou.

Na mesma linha, o ministro Gilmar Mendes disse que o recebimento de doações suspeitas de campanha não pode ser tida como crime de corrupção sem que exista uma promessa de contrapartida a favor do doador por parte do político.

“Uma doação feita às claras tem um verniz de legalidade, impondo à acusação um especial ônus probatório. Não é como um candidato que tivesse sido flagrado recebendo uma mala preta cheia de dólares na madrugada”, disse Mendes.

Em seguida, Celso de Mello entendeu que parlamentares podem ser punidos se a origem dos recursos contabilizados na Justiça Eleitoral for ilegal, oriunda de desvio de dinheiro público.

“Esse comportamento constitui um gesto de invisível atrevimento e de gravíssima ofensa à legislação da República, na medida em que os agentes da conduta criminosa, valendo-se do próprio aparelho de Estado, objetivam, por intermédio da Justiça Eleitoral, e mediante da defraudação do procedimento de prestação de contas conferir aparência de legitimidade a ações integradas por recursos financeiros manchados em sua origem pela nota da delituosidade”, assinalou o ministro.

(Veja/ Estadão e Agência Brasil)

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PF descapitaliza cerca de R$ 1 bilhão de organização criminosa

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Nesta 3ª fase das investigações, constatou-se que a organização criminosa contava com a participação de servidores ocupantes de cargos estratégicos e de direção do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM)
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Na manhã desta segunda-feira, 9/12, Dia Internacional Contra a Corrupção, a Polícia Federal deflagrou a Operação Expurgare, com ações simultâneas nos estados do Amazonas, Pernambuco e Rondônia. A Operação Expurgare é uma continuação da Operação Greenwashing.

Nesta 3ª fase das investigações, constatou-se que a organização criminosa contava com a participação de servidores ocupantes de cargos estratégicos e de direção do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM). Esses servidores utilizavam suas posições para facilitar práticas ilegais, como a emissão de licenças ambientais fraudulentas, suspensão de multas e autorizações irregulares para desmatamento.

Os envolvidos já haviam sido indiciados em 2019 durante a Operação Arquimedes, que investigou crimes semelhantes. Nesta etapa, estão sendo cumpridos mandados de busca e apreensão e de prisões preventivas, expedidos pela 7ª Vara Federal Criminal da Subseção Judiciária de Manaus/AM, como parte das estratégias para desmantelar o esquema criminoso.

A Operação Greenwashing já havia revelado um esquema de fraudes fundiárias que se estendeu por mais de uma década e foi iniciado em Lábrea/AM, envolvendo a duplicação e falsificação de títulos de propriedade. Essas fraudes resultaram na apropriação ilegal de cerca de 538 mil hectares de terras públicas.

Entre 2016 e 2018, a organização criminosa expandiu suas atividades ilícitas, reutilizando títulos de propriedade e inserindo dados falsos no Sistema de Gestão Fundiária (SIGEF), com a colaboração de servidores públicos e responsáveis técnicos. Nos últimos três anos, uma nova expansão das atividades ilícitas do grupo ocorreu na região de Apuí/AM e Nova Aripuanã/AM.

Por meio das medidas já implementadas, foi possível desarticular financeiramente a organização criminosa, que resultou na descapitalização de quase R$ 1 bilhão. A Polícia Federal reforça que operações como a Expurgare são fundamentais para combater a corrupção, proteger o meio ambiente e responsabilizar os envolvidos em atividades ilícitas.

Denúncias anônimas sobre os crimes em investigação podem ser encaminhadas por meio do canal https://forms.office.com/r/UBmPaNbDxM. A PF garante o sigilo absoluto e a proteção da identidade do denunciante.

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Comunicação Social da Polícia Federal em Rondônia

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