Agronegócio
Estudo aponta eficiência de plantas de cobertura
Agronegócio
No Estado reconhecido como berço do Plantio Direto no Brasil, estudar as culturas de cobertura e os benefícios que essas espécies podem trazer para os cultivos comerciais é estratégico. Esse trabalho permite identificar quais as melhores plantas para esta função e os ganhos que esse sistema pode trazer para a produtividade das lavouras e para a melhor estruturação do solo. A pesquisa “Perdas de água, solo e nutrientes em Latossolo argiloso sob sistemas de manejo” se propõe justamente a avaliar a eficiência do uso de espécies de cobertura neste tipo de solo em um sistema plantio direto e seus reflexos no rendimento de grãos de soja e do milho na região Oeste do Paraná.
Conduzida na estação experimental do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), unidade de Santa Tereza, a iniciativa integra a Rede Paranaense de AgroPesquisa e Formação Aplicada (Redeagro), iniciativa financiada pelo SENAR-PR, Fundação Araucária e Superintendência de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (Seti), que, desde 2017, coordena 35 projetos na área de conservação de solo e água em todo Estado.
Primeiramente, a área da pesquisa foi compactada por um rolo compressor. Segundo o autor do trabalho e professor do curso de Engenharia Agrícola na Unioeste Cascavel, Deonir Secco, cada nível de compactação apresentou um tratamento diferente, com o duplo objetivo de avaliar o papel das plantas de cobertura na estruturação do solo e na produtividade das lavouras implantadas posteriormente.
Á área experimental foi dividida em talhões com diferentes tipos de cobertura: aveia branca, aveia preta, centeio, aveia preta + tremoço branco, aveia preta + ervilha forrageira, aveia preta + nabo forrageiro (espécies de cobertura de inverno), guandú forrageiro, feijão guandú, mucuna preta, milheto, crotálária júncea e crotalária spectábilis (espécies de cobertura de verão).
Após o manejo destas espécies de cobertura (de verão e de inverno) foi cultivado soja e posteriormente milho safrinha por dois anos consecutivos. Ao longo do desenvolvimento destas culturas comerciais, foram instaladas calhas coletoras com a função de avaliar as perdas de solo e de água nestas lavouras.
De modo geral, as espécies de cobertura propiciaram melhoria na qualidade estrutural do solo e também ganhos de produtividade na soja. E de acordo com o trabalho, as espécies de cobertura de verão mais promissoras na redução da compactação do solo foram feijão guandú, crotalária spectábilis e a mucuna preta. Já as espécies de inverno apontaram os consórcios aveia preta + tremoço branco e aveia preta + ervilha forrageira. Também foi possível identificar um aumento significativo na produtividade da oleaginosa conduzida na área analisada. Em relação ao milho não houve ganhos de rendimento.
No que se refere às perdas de água e solo, o experimento constatou que as perdas médias totais nas safras 2017/18 e 2018/19, na cultura da soja, foram, respectivamente, de 197,66 m3 ha-1 (água) e 205,15 kg ha-1 (solo); e na cultura do milho, 127,78 m3 ha-1 e 63,96 kg ha-1, menores na comparação com áreas sem o uso de coberturas. As perdas de macronutrientes (cálcio, magnésio, potássio e fósforo) verificadas entre os tratamentos não foram significativas.
Agronegócio
MS dá prazo para declaração da área plantada de soja
Os produtores rurais de Mato Grosso do Sul têm até o dia 10 de janeiro próximo para declarar as áreas plantadas com soja da safra 2024/25. A obrigatoriedade foi reforçada pela Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), que destacou a importância do cadastro no combate à ferrugem asiática, a principal ameaça à cultura da soja no Brasil.
Neste ciclo, a área plantada com soja no estado deve crescer 6,8% em comparação à safra anterior, alcançando 4,501 milhões de hectares, de acordo com dados do Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio (Siga-MS). A produtividade estimada é de 51,7 sacas por hectare, com expectativa de produção total de 13,977 milhões de toneladas, baseada na média dos últimos cinco anos.
O diretor-presidente da Iagro, Daniel Ingold, destacou a gravidade da ferrugem asiática, que pode causar perdas de até 90% na produção. “Por isso o registro é obrigatório e deve ser realizado pelo site da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), sem custos para os agricultores”, enfatizou Ingold. A medida também complementa o calendário fitossanitário e o período de vazio sanitário, ambos essenciais para prevenir a propagação da doença.
A semeadura da soja no Mato Grosso do Sul teve início em 16 de setembro e segue até 31 de dezembro, respeitando o calendário estabelecido para garantir a sanidade da lavoura. Esse planejamento permite que os produtores mantenham altos índices de produtividade e reduzam os riscos de perdas causadas por pragas e doenças.
O cadastro da área plantada não é apenas uma exigência burocrática, mas também uma ferramenta estratégica para o agronegócio de Mato Grosso do Sul. Além de contribuir para a proteção das lavouras, ele permite um monitoramento mais eficiente por parte das autoridades e fortalece o setor como um todo. Os agricultores interessados podem realizar a declaração de forma simples e gratuita no site da Iagro.
Com o crescimento na área plantada e perspectivas positivas para a produção, o estado reafirma sua relevância no cenário nacional e internacional da soja. A colaboração entre produtores e entidades é essencial para manter a competitividade e enfrentar os desafios do setor.
Para fazer sua declaração clique aqui
Fonte: Pensar Agro
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