Agronegócio
EXPORT/CEPEA: Preço de exportação elevado garante mais um ano de faturamento recorde para o agronegócio
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Cepea, 10/02/2022 – O desempenho do agronegócio brasileiro no comércio exterior em 2021 foi mais uma vez satisfatório, exercendo seu já esperado papel de destaque no mercado e de um importante gerador de divisas para o Brasil. Em 2021, ainda que o volume exportado pelo agronegócio brasileiro tenha recuado frente ao ano anterior, o faturamento com as vendas externas atingiu recorde. Isso foi possível devido ao alto preço pago em dólar pelos produtos embarcados pelo País.
Pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, realizadas com base em dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior) mostram que, de janeiro a dezembro de 2021, o volume exportado pelo agronegócio nacional caiu 8% em relação ao ano anterior. Já o faturamento superou os US$ 120 bilhões em 2021, aumento de 18% frente ao de 2020 e um recorde.
Segundo pesquisadores do Cepea, os valores em dólar de todos os principais produtos exportados pelo agronegócio brasileiro tiveram ganhos (nominais). No entanto, em moeda nacional, o desempenho do faturamento ficou inferior ao observado em 2020, em 4%, devido à valorização do Real e, sobretudo, à inflação brasileira (medida pelo Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna, IGP-DI).
Pesquisadores do Cepea ressaltam que o forte crescimento da demanda mundial por alimentos, aliada a uma oferta mais restrita em importantes países produtores, como o Brasil, levou à apreciação dos preços em dólar. O destaque foi o óleo de soja, que registrou expressiva valorização em dólar de 78%. Quanto à soja em grão e ao farelo, as altas nos preços em dólar foram de 30% e de 22,7%, respectivamente.
DESTINO – Desde 2013, a China é o principal destino das vendas externas do agronegócio brasileiro. Em 2021, as vendas ao país asiático representaram 34% do faturamento obtido pelo setor exportador, enquanto União Europeia e Estados Unidos somaram 15% e 7,5%, respectivamente.
PERSPECTIVAS – Para 2022, há projeção de crescimento para a economia brasileira de apenas 0,3% do PIB. Assim, mais do que o usual, os mercados do agronegócio devem se manter atrelados às exportações, com consequente aperto no abastecimento interno. Os preços externos dos alimentos, conforme projeções de órgãos internacionais, apontam para manutenção de patamares elevados, mas um pouco abaixo dos recordes de 2021, considerando-se não haver perdas significativas pelo clima adverso. No Brasil, apesar da estagnação econômica, como os preços do agronegócio são basicamente assentados sobre os valores internacionais, os alimentos e outros produtos do agro devem permanecer relativamente encarecidos.
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ASSESSORIA DE IMPRENSA: Outras informações sobre exportação do agronegócio aqui e por meio da Comunicação do Cepea, com o professor Geraldo Sant’Ana de Camargo Barros e com a pesquisadora Andréia Adami: [email protected]
Agronegócio
Apesar das dificuldades, Mapa faz balanço positivo de 2024
O Ministério da Agricultura (Mapa) fez um balanço de 2024 lembrando que 0 ano foi marcado por uma série de desafios, mas também avanços no agronegócio brasileiro. O Mapa frisou que o governo buscou reforçar políticas agrícolas para apoiar produtores e impulsionar a sustentabilidade do setor.
Um dos destaques de 2024 foi o lançamento do Plano Safra 2024/2025, que representa o maior volume de recursos já destinado ao financiamento agrícola no Brasil. Com um montante total de R$ 508,59 bilhões, o Plano incluiu R$ 400,60 bilhões para custeio, comercialização, investimentos e industrialização. Este aumento de 10% em relação ao ano-safra anterior reflete a confiança e o suporte contínuo ao setor, garantindo que os produtores tenham acesso aos recursos necessários para suas operações.
De acordo com o secretário de Política Agrícola, Guilherme Campos, “2024 foi um ano de desafios, mas também um ano de grandes conquistas para o setor. Com o aumento nos recursos do crédito rural e políticas voltadas para o fortalecimento da produção, o Brasil continua a garantir a segurança alimentar e a competitividade global”. Uma das novidades do Plano foi o incentivo à produção sustentável, com taxas de juros mais baixas para sistemas de produção ambientalmente amigáveis.
O Rio Grande do Sul, um dos estados mais produtivos do país, enfrentou severas inundações em abril e maio deste ano, afetando severamente tanto as lavouras quanto a pecuária. O Ministério da Agricultura e Pecuária respondeu com ações de recuperação, incluindo a renegociação de parcelas de crédito rural e a liberação de recursos para mitigar os impactos. “O apoio fornecido é fundamental para ajudar os produtores a retomar suas atividades e garantir a continuidade da produção, especialmente em regiões que foram gravemente afetadas”, destacou o governo federal.
Outro grande passo dado pelo governo foi a sanção da Lei do Combustível do Futuro, que visa expandir o uso de combustíveis sustentáveis, como etanol, biodiesel e biocombustíveis. O programa prevê investimentos de R$ 260 bilhões até 2037 e uma redução estimada de 705 milhões de toneladas de CO2. “O Brasil é líder na produção energética graças à nossa rica base agropecuária. Pequenos, médios e grandes produtores são fundamentais para essa transição, que está conectada diretamente à terra e aos recursos naturais do país”, afirmou o ministro Carlos Fávaro.
O seguro rural também recebeu atenção especial em 2024, com uma significativa ampliação na subvenção ao prêmio do seguro. Até o momento, já foram comprometidos R$ 882 milhões, resultando na contratação de mais de 116 mil apólices que cobrem uma área de 6,3 milhões de hectares. As culturas mais beneficiadas foram soja, milho, café, trigo e pecuária. “Investimos pesado para garantir que o seguro rural esteja disponível e acessível para todos os produtores, oferecendo a segurança necessária para enfrentar os riscos naturais e garantir a estabilidade do setor”, afirmou Campos.
Além disso, o Rio Grande do Sul recebeu um crédito extraordinário de R$ 210 milhões para expandir a cobertura de seguro nas áreas afetadas pelas enchentes, abrangendo cerca de 26 mil produtores em 1,2 milhão de hectares segurados.
2024 foi também um ano de apoio específico para o setor cafeeiro, que recebeu R$ 5,7 bilhões através do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé). Com grande parte desses recursos já liberados, o setor está em expansão, oferecendo suporte financeiro e melhorando a competitividade no mercado global. Além disso, o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC) publicou 400 portarias, abrangendo 33 sistemas de produção, para garantir a segurança e a sustentabilidade das culturas agrícolas no país.
O agronegócio brasileiro continua a ser um pilar vital da economia do país, impulsionado por políticas eficazes e investimentos estratégicos. 2024 mostrou que, apesar dos desafios, o setor está preparado para enfrentar as dificuldades e continuar crescendo, garantindo a segurança alimentar e contribuindo para o desenvolvimento sustentável. Com políticas robustas e o apoio contínuo do governo, o setor agropecuário brasileiro está bem posicionado para se manter como líder global em produção e inovação.
Fonte: Pensar Agro
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