Agronegócio
Lideranças defendem financiamento climático e valorização das práticas sustentáveis do agronegócio
Agronegócio
A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 29), que acontecerá em novembro, em Baku, no Azerbaijão, será um marco importante para o setor agropecuário global. O Brasil, um dos maiores produtores agrícolas do mundo, estará em destaque nas negociações climáticas, com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) defendendo avanços na garantia de financiamento para ações climáticas no agro.
Nesta quarta-feira (09.10), a CNA apresentou o posicionamento do setor aos negociadores do governo brasileiro, destacando a necessidade de se buscar novas fontes de recursos para que o agro possa avançar em suas ações de mitigação e adaptação às mudanças climáticas. A entidade enfatizou que o setor agropecuário, embora afetado diretamente por eventos climáticos extremos, como secas e enchentes, também é parte fundamental da solução para os desafios ambientais.
Um dos principais objetivos da COP 29 será a definição de uma nova meta global de financiamento climático. O vice-presidente da CNA, Muni Lourenço, ressaltou que o cumprimento das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), que visam a redução de emissões de gases de efeito estufa, depende de um apoio financeiro robusto. Para ele, é essencial que os países desenvolvidos cumpram suas promessas de financiamento, que não foram atingidas após o Acordo de Paris.
O agronegócio brasileiro, que já adota práticas sustentáveis e tecnologias de menor impacto ambiental, busca reconhecimento e incentivo para continuar evoluindo. Lourenço destacou que, até 2030, o Brasil precisará de um financiamento significativo para implementar suas NDCs e que o setor agropecuário deve ser incluído de forma clara nas ações de mitigação e adaptação.
Outro ponto defendido pela CNA é o combate ao desmatamento ilegal, considerado fundamental para o alcance das metas ambientais brasileiras. A entidade reforça que o setor já segue práticas rigorosas de preservação, muitas vezes indo além das exigências do Código Florestal. No entanto, João Martins, presidente da CNA, apontou que é preciso haver investimentos adicionais para que o Brasil possa ser ainda mais ambicioso em suas metas climáticas a partir de 2031.
Isan Rezende, presidente do Instituto do Agronegócio (IA), também reforçou a relevância do combate ao desmatamento ilegal e a valorização dos produtores que já seguem práticas rigorosas de preservação. “O agro brasileiro é comprometido com a sustentabilidade. Muitos produtores já vão além das exigências do Código Florestal, e é crucial que esses esforços sejam reconhecidos e incentivados. Precisamos de políticas que não apenas coíbam o desmatamento ilegal, mas também recompensem quem protege o meio ambiente, garantindo que o Brasil se mantenha como referência em produção sustentável”.
Rezende destacou a importância da busca por financiamento climático, alinhando-se à visão da CNA. “O agronegócio brasileiro tem feito grandes avanços na implementação de práticas sustentáveis, e é fundamental que esse esforço seja reconhecido internacionalmente. O financiamento adequado permitirá que continuemos investindo em tecnologias de baixa emissão e adaptação às mudanças climáticas, especialmente em um cenário de eventos extremos que já afetam a produção no campo”.
Ele também enfatizou a necessidade de participação ativa do setor nas negociações internacionais. “O Brasil tem um papel de liderança no cenário global, e o agro é um dos pilares dessa liderança. Precisamos garantir que as decisões tomadas na COP considerem as especificidades da agricultura tropical e ofereçam suporte real para que o setor continue crescendo de forma sustentável, mantendo sua competitividade e contribuindo para as metas ambientais do país”, o presidente do IA.
A COP 30, que será realizada em Belém, no Pará, em 2025, trará novas metas climáticas para o período de 2031 a 2035. A CNA espera que, até lá, o Brasil esteja preparado para se posicionar como líder na transição para uma agricultura sustentável, conciliando produção eficiente e respeito ao meio ambiente, daí a importância de debates e posicionamentos como estes.
Fonte: Pensar Agro
Agronegócio
MS dá prazo para declaração da área plantada de soja
Os produtores rurais de Mato Grosso do Sul têm até o dia 10 de janeiro próximo para declarar as áreas plantadas com soja da safra 2024/25. A obrigatoriedade foi reforçada pela Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), que destacou a importância do cadastro no combate à ferrugem asiática, a principal ameaça à cultura da soja no Brasil.
Neste ciclo, a área plantada com soja no estado deve crescer 6,8% em comparação à safra anterior, alcançando 4,501 milhões de hectares, de acordo com dados do Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio (Siga-MS). A produtividade estimada é de 51,7 sacas por hectare, com expectativa de produção total de 13,977 milhões de toneladas, baseada na média dos últimos cinco anos.
O diretor-presidente da Iagro, Daniel Ingold, destacou a gravidade da ferrugem asiática, que pode causar perdas de até 90% na produção. “Por isso o registro é obrigatório e deve ser realizado pelo site da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), sem custos para os agricultores”, enfatizou Ingold. A medida também complementa o calendário fitossanitário e o período de vazio sanitário, ambos essenciais para prevenir a propagação da doença.
A semeadura da soja no Mato Grosso do Sul teve início em 16 de setembro e segue até 31 de dezembro, respeitando o calendário estabelecido para garantir a sanidade da lavoura. Esse planejamento permite que os produtores mantenham altos índices de produtividade e reduzam os riscos de perdas causadas por pragas e doenças.
O cadastro da área plantada não é apenas uma exigência burocrática, mas também uma ferramenta estratégica para o agronegócio de Mato Grosso do Sul. Além de contribuir para a proteção das lavouras, ele permite um monitoramento mais eficiente por parte das autoridades e fortalece o setor como um todo. Os agricultores interessados podem realizar a declaração de forma simples e gratuita no site da Iagro.
Com o crescimento na área plantada e perspectivas positivas para a produção, o estado reafirma sua relevância no cenário nacional e internacional da soja. A colaboração entre produtores e entidades é essencial para manter a competitividade e enfrentar os desafios do setor.
Para fazer sua declaração clique aqui
Fonte: Pensar Agro
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