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Mensalidades escolares devem subir até 11% este ano, estima associação de pais

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Os pais podem preparar o bolso para 2021, pois a mensalidade das escolas particulares devem ter um aumento de 3% a 11% este ano. O cálculo é da Associação de Pais e Alunos das Instituições de Ensino Particulares do Distrito Federal (Aspa-DF) e baseia-se em informações de diversos pais de estudantes de instituições privadas da capital.O

Presidente da Aspa, Alexandre Veloso ressalta que a entidade luta por transparência. “A associação entende que as escolas têm custos e, também, foram impactadas por causa da pandemia. No entanto, estamos defendendo a transparência para justificar esses gastos. É importante que todos os pais saibam o que está sendo aumentado, as multas e o porquê desses gastos”, explica.

Veloso afirma que a Aspa está incentivando os pais a cobrarem das instituições escolares mais informações. “Estamos orientando a criarem grupos, junto às escolas, para avaliar se esse percentual de aumento é justo e se está devidamente registrado na planilha de custos”, detalha.

O advogado Eliseu Silveira, especialista em direito do consumidor, afirma que a transparência é obrigação das escolas. “Esse reajuste deve ser calculado, obrigatoriamente, sob o valor de custos da instituição e com base na lei das mensalidades. Deve ser apresentada uma planilha com os gastos, onde é demonstrada a comparação com um ano anterior e porque a mensalidade deve sofrer um reajuste”, detalha.

Indignação
A empresária Juliana Domiciano Moura, 42 anos, moradora de Águas Claras, sentiu o impacto ecômico provocado pela pandemia e decidiu transferir as filhas de escola este ano. Amanda e Alice, 13 e 7 anos, estão no 9° e 2° ano do ensino fundamental, respectivamente, e mudaram de colégio, depois que a mensalidade passou de R$ 900 para R$ 1.290.

“Elas sempre estudaram na mesma escola. Todo ano tinha um reajuste. Porém, agora, além do aumento significativo, perdemos o desconto que era concedido para quem possui duas filhas matriculadas na mesma escola”, relata a mãe das meninas. Juliana compreende o aumento na mensalidade, mas discorda da forma como foi feito. “Os reajustes escolares deveriam ser proporcionais aos aumentos salariais”, argumenta.

Para o funcionário público Daniel Mendes Pereira, 40, 2021 guarda muitas mudanças. Com uma nova casa e, consequentemente, um novo orçamento, ele não sabe como vai lidar, caso as mensalidades da escola das filhas Sofia, 8, e Isabel, 4, sejam reajustadas. “Elas estudam em um colégio que nunca alterou o valor das mensalidades. Estou readequando minhas contas, e a renda da minha ex-esposa caiu um pouco. Ficou tudo muito imprevisível. Então, estou torcendo para que não tenha nenhum aumento”, revela Daniel.

A chef de cozinha Vanessa Prado, 44, sofreu com os impactos da pandemia. Ela tem restaurantes e lanchonetes dentro de escolas e ficou 10 meses sem conseguir trabalhar. “O aumento desse ano foi como nos anos anteriores. Mas, por conta da pandemia, a escola pesou muito no nosso orçamento familiar, desde de março, por que o meu negócio, praticamente, parou”, lamenta a empresária.

Vanessa manteve a filha Valentina, 11, na mesma escola, no entanto a menina não estuda mais em período integral, como era antes da crise sanitária. “Não temos mais condições de mantê-la o dia todo no colégio”, explica Prado.

Presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do DF (Sinepe-DF), Ana Dumont explica que as instituições têm liberdade de ajustarem as mensalidades de acordo com seus orçamentos e proposta pedagógica. “Ao contrário do que a sociedade pensa, a pandemia não trouxe para as escolas redução de custo e, sim, aumento, com a necessidade de investimento em novos equipamentos, em cursos, plataformas e toda uma estrutura, da noite para o dia, para atender o ensino remoto”, defende Dumont.

Justiça
No Brasil, o cálculo das mensalidades é disciplinado pela Lei nº 9.870, de 23 de novembro de 1999. Conforme a legislação, as escolas devem justificar os reajustes em planilha de custos do ano letivo. No entanto, os efeitos econômicos da pandemia provocaram demissões ou redução de salários de muitos trabalhadores, afetando, também, os valores das mensalidades escolares.

O Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu várias ações de estados que contestam a constitucionalidade de decretos estaduais que permitiram descontos nas mensalidades escolares durante a pandemia do novo coronavírus.

No mês passado, a maioria dos ministros do STF julgou procedente a ação direta de inconstitucionalidade (Adin), de autoria da Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino (Confenen), uma vez que as legislações estaduais não podem versar sobre temas da esfera federal.

De acordo com a Confenen, a receita das escolas particulares de pequeno porte caiu mais de 50% na pandemia, e o pagamento das mensalidades é necessário para manter o funcionamento das empresas.

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STF retoma julgamento sobre responsabilidade de redes por conteúdos

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Ministro Dias Toffoli conclui leitura de seu voto

 

O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta quarta-feira (4) o julgamento dos processos que tratam da responsabilidade das empresas que operam as redes sociais sobre o conteúdo ilegal postado pelos usuários das plataformas.

O julgamento começou na semana passada e ainda não há placar de votação formado. Somente o ministro Dias Toffoli, relator de um dos processos, iniciou a leitura de seu voto, que deve ser finalizado na sessão de hoje. Mais dez ministros vão votar sobre a questão.

A Corte discute a constitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil da Internet (Lei 12.965/2014), norma que estabeleceu os direitos e deveres para o uso da internet no Brasil.

De acordo com o artigo 19, “com o intuito de assegurar a liberdade de expressão e impedir a censura”, as plataformas só podem ser responsabilizadas pelas postagens ilegais feitas por seus usuários se, após ordem judicial, não tomarem providências para retirar o conteúdo.

Na semana passada, representantes das redes sociais defenderam a manutenção da reponsabilidade somente após o descumprimento de decisão judicial, como ocorre atualmente. As redes socais sustentaram que já realizam a retirada de conteúdos ilegais de forma extrajudicial, que o eventual monitoramento prévio configuraria censura.

Por outro lado, os ministros Alexandre de Moraes e Dias Toffoli já sinalizaram que devem se manifestar a favor de balizas para obrigar as redes sociais a retirarem conteúdos ilegais de forma mais rápida.

Para Moraes, os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 demonstraram a “falência” do sistema de autorregulação das redes sociais .

Dias Toffoli afirmou que o Marco Civil da Internet deu imunidade para as plataformas digitais.

Entenda

O plenário do STF julga quatro processos que discutem a constitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil da Internet.

Na ação relatada pelo ministro Dias Toffoli, o tribunal julga a validade da regra que exige ordem judicial prévia para responsabilização dos provedores por atos ilícitos. O caso trata de um recurso do Facebook para derrubar decisão judicial que condenou a plataforma por danos morais pela criação de um perfil falso de um usuário.

No processo relatado pelo ministro Luiz Fux, o STF discute se uma empresa que hospeda um site na internet deve fiscalizar conteúdos ofensivos e retirá-los do ar sem intervenção judicial. O recurso foi protocolado pelo Google.

A ação relatada por Edson Fachin discute a legalidade do bloqueio do aplicativo de mensagens WhatsApp por decisões judiciais e chegou à Corte por meio de um processo movido por partidos políticos.

A quarta ação analisada trata da suspensão do funcionamento de aplicativos diante do descumprimento de decisões judiciais que determinam a quebra do sigilo em investigações criminais.

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