Agronegócio

Produtores do Pantanal aguardam soluções em estradas e pontes precárias da região

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Produtores rurais com propriedades rurais assistidas pelo projeto Fazenda Pantaneira Sustentável (FPS) enfrentam problemas sérios de logística devido à situação precária das estradas estaduais, trechos vicinais e pontes localizadas na região do bioma Pantanal. Essas demandas são recorrentes e tornam difíceis o acesso às propriedades e dificultam o escoamento da produção.

Em março de 2021, atendendo ao pedido dos produtores rurais pantaneiros, a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) protocolou na Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra), em nome do secretário Marcelo de Oliveira e Silva, o ofício 031/2021 requerendo a recuperação de estradas estaduais de terra e construção de novas pontes de madeira em estrada vicinal que liga a região da Baía São João até Ponte do rio São Lourenço, que dá acesso à Rondonópolis via MT-140.

Os trechos ligam também a região de Taiamã às regiões Pequiri e Pindaival – com grande potencial turístico e pecuário, de gado de cria, forte fornecedor de bezerros para a pecuária.

As estradas são consideradas fundamentais para a ligação entre o Pantanal e regiões adjacentes, Rondonópolis e BR-163. O documento aponta ainda que a reestruturação dessas estradas e pontes também serão importantes vias para o combate a incêndios florestais, caso atinjam a região.

Além do ofício, consta o preenchimento do formulário para solicitação de obras, onde indica todos os pontos críticos da região. O pedido reforça a necessidade de restauração de ponte de madeira, construção de pontes, restauração de rodovia pavimentada e não pavimentada.

De acordo com o proprietário das Fazenda Faroeste (Barão de Melgaço), Elenicio Rodrigues dos Santos, atoleiros são frequentes durante as chuvas. “Cada ano fica mais difícil, precisamos de mais intervenção do Estado na região. A MT-140 é ruim do início ao fim, entretanto é a mais usada no período das águas, pelo fato da Baía de São João encher e cobrir a estrada pelo outro acesso da MT-471”, relatou o produtor rural Elenicio dos Santos.

Sinfra – No dia 29 de março de 2021 a Sinfra respondeu por meio do ofício n° 348/2021 que a responsabilidade é do município, baseando-se na aprovação do novo Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab), Lei n° 10.353/2015, de que 50% dos recursos arrecadados pelo Fethab (imposto pago pelo produtor rural) são repassados aos municípios, que têm a responsabilidade de manutenção das rodovias não pavimentadas e das pontes com até 12 metros de extensão.

O Fethab é uma contribuição vigente em Mato Grosso, com o objetivo inicial de arrecadar recursos que seriam usados para financiar obras de transporte, habitação e infraestrutura. Desta forma é de responsabilidade do estado fiscalizar. Mas em março de 2022 completará um ano que a Famato protocolou a solicitação na Sinfra e os produtores continuam sofrendo com atoleiros, prejuízos financeiros, atraso no escoamento da produção, entre outros.

“Se o Estado arrecada o imposto e repassa para o município e o município é responsável em fazer e não faz, entendemos que o Estado deve cobrar. Enquanto o estado e os municípios não se entendem, os produtores rurais continuam sendo penalizados com a falta de infraestrutura”, pontua os produtores rurais.

Encontro de produtores – Produtores rurais do Pantanal e produtores assistidos pelo Projeto FPS, com propriedade na região do Taiaman, Baía São João, Piquiri e Pindaival, a 130 km e 200km de Rondonópolis, realizaram esta semana (3 de fevereiro) uma reunião com o deputado estadual delegado Claudinei para viabilizar parceria para a reforma e melhorias nas estradas e pontes da região.           

FPS – O projeto abrange 15 propriedades localizadas nos municípios de Cáceres, Poconé, Barão de Melgaço, Santo Antônio de Leverger e Itiquira. É coordenado pela Famato, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT), Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) e Embrapa Pantanal. Tem a parceria do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) e Sindicatos Rurais.

Fonte: CNA Brasil

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Agronegócio

Ponte desaba e expõe gargalos logísticos para o escoamento da safra

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O desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, no último domingo (22.12), trouxe à tona os problemas crônicos da infraestrutura logística brasileira. A estrutura, que conectava os municípios de Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO), desmoronou sobre o rio Tocantins, provocando uma tragédia com uma morte confirmada e pelo menos 14 pessoas desaparecidas. Caminhões que transportavam ácido sulfúrico e herbicidas também caíram no rio, levando as prefeituras a emitirem alertas sobre contaminação da água.

O acidente ocorre em um momento crítico para o agronegócio nacional. O Brasil deve alcançar uma safra recorde de 322,53 milhões de toneladas de grãos em 2024/25, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Este aumento de 8,2% em relação à safra anterior reflete o crescimento da produção de soja e milho, mas evidencia os desafios logísticos de um setor cada vez mais pressionado por gargalos estruturais.

A ponte Juscelino Kubitschek estava localizada na região do Matopiba, uma das áreas de maior crescimento do agronegócio no Brasil, englobando os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Nos últimos dez anos, a produção de grãos na região aumentou 92%, saltando de 18 milhões de toneladas em 2013/14 para 35 milhões em 2024.

Essa expansão, no entanto, tem sobrecarregado a infraestrutura local. O intenso tráfego de cargas pesadas, principalmente de fertilizantes e grãos, contribuiu para o desgaste da ponte, que já apresentava rachaduras e denúncias de negligência na manutenção.

Além de afetar a segurança da população, o desabamento representa um entrave significativo ao escoamento da safra. Os portos do Arco Norte, responsáveis por 35,1% das exportações de grãos em outubro de 2024, são fundamentais para o agronegócio brasileiro. A interdição da ponte pode impactar negativamente a logística de transporte para esses portos, aumentando custos e atrasos.

O transporte de fertilizantes também está em alta, com as importações alcançando 4,9 milhões de toneladas em outubro, um crescimento de 5,9% em relação ao mês anterior. Essa demanda reforça a necessidade de investimentos em infraestrutura para evitar colapsos como o ocorrido no rio Tocantins.

Entidades do agronegócio, como a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), destacam que episódios como este evidenciam a urgência de investimentos em infraestrutura. “O crescimento do agronegócio brasileiro depende diretamente de uma logística eficiente. A tragédia no rio Tocantins é um alerta para a necessidade de modernização das rotas de transporte e manutenção das estruturas existentes”, afirma a CNA em nota.

O Ministério dos Transportes já anunciou a abertura de uma sindicância para investigar o desabamento e prometeu reconstruir a ponte em 2025. Enquanto isso, o setor agropecuário pede soluções imediatas, como rotas alternativas e a implementação de medidas para mitigar os impactos sobre a logística da safra.

Embora críticas à expansão do agronegócio tenham ganhado destaque após o acidente, é crucial equilibrar o debate. O setor é um pilar da economia nacional, responsável por 25% do PIB e por grande parte das exportações brasileiras. Investir em infraestrutura adequada e eficiente não é apenas uma questão de atender às demandas do agronegócio, mas de assegurar que o crescimento econômico venha acompanhado de segurança, sustentabilidade e benefícios para toda a sociedade.

O desafio agora é transformar essa tragédia em um ponto de virada, priorizando investimentos estratégicos que garantam a competitividade do agronegócio no mercado global, sem negligenciar a segurança das comunidades locais e a preservação ambiental.

Fonte: Pensar Agro

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