Agronegócio

Senepol incrementa produção e renda em fazenda rondoniense

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Mãe e filha, Maura Alves de Souza e Márcia Rejane Souza Silva, são exemplos da força da mulher no agronegócio. Desde 2010, elas administram com pulso firme uma propriedade rural em Alvorada do Oeste, em Rondônia (Fazenda Souza), produzindo e comercializando bezerros desmamados e gado terminado. Vivem exclusivamente de pecuária e eficiência é a palavra de ordem na gestão do negócio, razão que as motivaram a investir em uma raça bovina de origem caribenha que vem ampliando horizontes na pecuária brasileira. O Senepol é adaptado ao clima tropical, apresenta maior desempenho de carcaça a pasto, oferece a oportunidade de produzir uma carne de melhor qualidade e chegou ao Brasil em 2000, desembarcando primeiro em Rondônia.

Mãe e filha, Maura Alves de Souza e Márcia Rejane Souza Silva, são exemplos da força da mulher no agronegócio em Rondônia na Fazenda Souza Em Alvorada do Oeste

Com um plantel da raça Nelore, a fazenda é tecnificada. Conta com maquinários agrícolas, pastagens de boa qualidade, modernos programas de manejo nutricional e sanitário, além de troncos de contenção com balança, algo fora da realidade da maioria das fazendas.  O pastejo é feito em sistema rotacionado e a dieta é complementada com proteinado e ração produzida na propriedade em época de engorda.

Mesmo com tanto investimento dentro da porteira, ainda era preciso chegar à meta de produzir gado mais precoce, objetivo conquistado em 2014, quando adquiriram da Nova Vida os primeiros touros Senepol.

Assumindo o título de pioneira no Senepol, a referida propriedade pertencente à Família Arantes importou dos Estados Unidos os primeiros animais da raça hoje difundida em todo território nacional. Segundo a Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos Senepol (ABCB Senepol), já são contabilizados mais de 100 mil registros.

“Notamos diferenças assim que o gado foi entregue na fazenda. Se adaptaram instantaneamente e a docilidade natural do Senepol beneficiou o manejo, tornando-o mais ágil e seguro, além da oportunidade de abater o gado com até 24 meses de idade. Em média, conseguimos um incremento de R$ 200 por animal nas vendas com a genética Senepol”, diz Márcia Rejane, enfatizando que todos os custos são calculados com critério, para que a rentabilidade não se perca no processo.

As pecuaristas lucram, mais ou menos, R$ 1.300,00 com a venda de bezerros machos e R$ 1.000,00 com as fêmeas, ambos desmamados em até 8 meses. “Com amparo tecnológico, queremos dobrar a produção utilizando as mesmas instalações. Tenho no Senepol um importante aliado, tanto é que, no próximo ano, utilizaremos exclusivamente touros da raça”, complementa Márcia Rejane.

Eficiência a campo

Apesar de ser uma espécie taurina, o Senepol é rústico por natureza. Resiste ao calor, aos parasitas e o gado percorre grandes extensões em busca de alimento, fruto de anos de seleção nas Ilhas Virgens e no Brasil. Um único touro é capaz de emprenhar mais de 40 vacas numa temporada. “Eles correm mesmo atrás da vacada, sem refúgio de sombra, e não apresentaram nenhum problema de fertilidade nesses cinco anos de serviço na fazenda. O resultado final são taxas de prenhez cada vez mais elevadas, chegando a 90%”, complementa Maura.

Utilizando o Senepol, a Fazenda Souza também reduziu a incidência de partos distócicos, que poderiam comprometer a fertilidade de boas matrizes e onerar o manejo pela necessidade de um veterinário. Os bezerros meio-sangue Senepol nascem pequenos, reduzindo as chances de intervenções cirúrgicas.

Na desmama, época de maior conversão alimentar, a bezerrada costuma render arroba extra, tornando mais eficiente a produtividade. Com uso de creep-feeding, desmamam com até 300 kg, chegando a 24@ aos 24 meses, quando seguem para abate em Ji-Paraná. Recebem até uma simbólica bonificação pelo padrão de carcaça e a qualidade da carne.

Já as bezerras, que são férteis e boas de leite, costumam ser direcionadas à reposição. “Vários pecuaristas visitam nossa fazenda para conhecer os resultados que o Senepol é capaz de oferecer. Assim que reestruturarmos nossas instalações, começaremos nossa própria criação de Senepol PO”, conclui Márcia Rejane.

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Adilson Rodrigues – Jornalista Responsável (Mtb 52.769)

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Ponte desaba e expõe gargalos logísticos para o escoamento da safra

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O desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, no último domingo (22.12), trouxe à tona os problemas crônicos da infraestrutura logística brasileira. A estrutura, que conectava os municípios de Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO), desmoronou sobre o rio Tocantins, provocando uma tragédia com uma morte confirmada e pelo menos 14 pessoas desaparecidas. Caminhões que transportavam ácido sulfúrico e herbicidas também caíram no rio, levando as prefeituras a emitirem alertas sobre contaminação da água.

O acidente ocorre em um momento crítico para o agronegócio nacional. O Brasil deve alcançar uma safra recorde de 322,53 milhões de toneladas de grãos em 2024/25, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Este aumento de 8,2% em relação à safra anterior reflete o crescimento da produção de soja e milho, mas evidencia os desafios logísticos de um setor cada vez mais pressionado por gargalos estruturais.

A ponte Juscelino Kubitschek estava localizada na região do Matopiba, uma das áreas de maior crescimento do agronegócio no Brasil, englobando os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Nos últimos dez anos, a produção de grãos na região aumentou 92%, saltando de 18 milhões de toneladas em 2013/14 para 35 milhões em 2024.

Essa expansão, no entanto, tem sobrecarregado a infraestrutura local. O intenso tráfego de cargas pesadas, principalmente de fertilizantes e grãos, contribuiu para o desgaste da ponte, que já apresentava rachaduras e denúncias de negligência na manutenção.

Além de afetar a segurança da população, o desabamento representa um entrave significativo ao escoamento da safra. Os portos do Arco Norte, responsáveis por 35,1% das exportações de grãos em outubro de 2024, são fundamentais para o agronegócio brasileiro. A interdição da ponte pode impactar negativamente a logística de transporte para esses portos, aumentando custos e atrasos.

O transporte de fertilizantes também está em alta, com as importações alcançando 4,9 milhões de toneladas em outubro, um crescimento de 5,9% em relação ao mês anterior. Essa demanda reforça a necessidade de investimentos em infraestrutura para evitar colapsos como o ocorrido no rio Tocantins.

Entidades do agronegócio, como a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), destacam que episódios como este evidenciam a urgência de investimentos em infraestrutura. “O crescimento do agronegócio brasileiro depende diretamente de uma logística eficiente. A tragédia no rio Tocantins é um alerta para a necessidade de modernização das rotas de transporte e manutenção das estruturas existentes”, afirma a CNA em nota.

O Ministério dos Transportes já anunciou a abertura de uma sindicância para investigar o desabamento e prometeu reconstruir a ponte em 2025. Enquanto isso, o setor agropecuário pede soluções imediatas, como rotas alternativas e a implementação de medidas para mitigar os impactos sobre a logística da safra.

Embora críticas à expansão do agronegócio tenham ganhado destaque após o acidente, é crucial equilibrar o debate. O setor é um pilar da economia nacional, responsável por 25% do PIB e por grande parte das exportações brasileiras. Investir em infraestrutura adequada e eficiente não é apenas uma questão de atender às demandas do agronegócio, mas de assegurar que o crescimento econômico venha acompanhado de segurança, sustentabilidade e benefícios para toda a sociedade.

O desafio agora é transformar essa tragédia em um ponto de virada, priorizando investimentos estratégicos que garantam a competitividade do agronegócio no mercado global, sem negligenciar a segurança das comunidades locais e a preservação ambiental.

Fonte: Pensar Agro

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