Agronegócio
Touro Brangus impressiona pecuaristas brasileiros e argentinos
Agronegócio
O reprodutor Spartacus faz história dentro e fora do Brasil. Pertencente à Agrícola Anamélia Brangus HP, por onde ele passa deixa sua marca. O reprodutor já teve 150 mil doses de sêmen comercializadas em uma das principais centrais de inseminação artificial do País.
Com fertilidade acima da média, comprovada pelo programa Concept Plus, Spartacus foi Grande Campeão Nacional nas exposições da Feicorte (São Paulo/SP), duas vezes na Expointer (Esteio/RS) e possui milhares de filhos em vários países da América Latina.
Dois desses filhos são os touros Marco Aurélio e Espartano. Em 2017, Marco Aurélio conquistaria o grande campeonato da 48ª Exposição Nacional do Brangus da Argentina, em uma disputa acirrada, deixando nada menos que 200 animais para trás, fato raro de se ver.
E, um ano antes, Espartano seria o Grande Campeão Brangus da Exposição de Palermo, em Bueno Aires (Argentina), uma das mostras mais tradicionais da América do Sul. Aliás, o touro Spartacus possui mais de 3 mil filhos avaliados geneticamente, sendo 1.500 só no país vizinho.
Um fato interessante é que o berço de Spartacus não almeja as pistas de exposição, mas, sim, produzir rebanhos comerciais capazes de prover carne bovina de qualidade aos consumidores.
“Por ser um touro indicado para cobrir a campo, o feito de Spartacus é algo extraordinário. Um bom reprodutor comercializa oito mil doses de sêmen por ano e nosso grande raçador da Brangus HP já vendeu mais de 150 mil doses”, revela Ladislau Lancsarics Junior”, diretor Brangus HP, que fica em Martinópolis (SP).
Em coleta na Alta Genetics, Anamélia TE B059 Maximus Spartacus é filho de Gladiador*, considerado por muitos um divisor de águas na raça Brangus, em vaca Anamelia K522, que, por sua vez, é filha de Sudance of Brinks, um dos pilares da seleção Brangus HP.
“Comprovar o quanto um animal é superior através das suas progênies é o grande desafio de qualquer criador. Felizmente, nosso objetivo foi alcançado graças a Spartacus da Anamélia”, comemora Tita Lancsarics, também diretora da Brangus HP.
Além de ser um ótimo animal às vistas dos proprietários, o grande mérito é conseguir imprimir uma genética ideal à produção de carne bovina, que exige novilhos de tamanho moderado, precocidade de abate e excelente rendimento de carcaça.
A fama do reprodutor é tamanha que três criadores sul-americanos, Mauro Lopes, paraguaio, e os equatorianos Juan Pedro Rosero e David Pacheco, quando vieram fazer um curso de avaliação de carcaça na DGT do Brasil, não sossegaram até conhecerem os donos de Spartacus.
Centrais buscam genética Brangus HP
O trabalho de melhoramento genético da Brangus HP vem atraindo atenção de muitas centrais de inseminação artificial. Alta Genetics, Semex Brasil e Renascer Biotecnologia já contrataram touros da propriedade.
Spartacus e Priscus da Anamélia estão na Alta, Anamélia FIV 297K está na Semex e a Renascer recém-contratouAnamélia 189K FIV Verus, o Supremo Grande Campeão Rústico da Nacional Brangus 2019, exposição realizada em Campo Grande (MS).
“Verus apresenta biotipo funcional, correto nos aprumos e no prepúcio, tem excelente racial e bastante abundância de carne, algo que expressa facilidade para acabamento de carcaça. Ademais, a Brangus HP é um criatório consagrado no Brasil”, afirma um dos sócios da Renascer, Leonardo Barreiro Pavin.
Segundo ele, devido à grande procura pelo material genético de Verus, a empresa estima comercializar nove mil doses de sêmen do reprodutor nos próximos dias.
Na avaliação do gerente de Produto de Corte da Alta Genetics, Miguel Abdalla, o animal contratado em 2017, Priscusda Anamélia, agrada pelo fenótipo, musculatura evidente, ótimo comprimento corporal e arqueamento de costela, além da excelente caracterização racial.
“Priscus é perfeito a quem busca desempenho e peso negativo ao nascer, característica muito importante, tendo em vista que a raça Brangus é muito utilizada em fêmeas F1 Angus, que são expostas cedo à monta, entre 12 e 14 meses, além de agregar peso superior à desmama”, avalia Abdalla, que contratou o touro sem sequer vê-lo.
“O criatório é parceiro da Alta Genetics há muitos anos. Nós confiamos no projeto. A Brangus HP não somente mantém a coerência da raça como também investe em avaliação genética e avaliação de carcaça”, complementa Abdalla.
A Semex Brasil também garantiu a contratação de dois reprodutores. Anamélia FIV 297K, da safra 2016, ingressou na bateria da central, em 10 de julho. Ele é filho de Francesco.
Segundo Antônio Carlos Sciamarelli, gerente de Corte da empresa, Francesco é um dos melhores exemplares Brangusdo mundo, com material genético exportado para mais de 14 países.
“O 297K possui pelo curto, umbigo corrigido, é campeão da safra nas provas de avaliação genética, com excepcional desempenho para facilidade de parto, peso à desmama, ao sobreano, AOL e EGS”, explica o gerente de Corte daSemex, que também contratou Anamélia 003L, nascido em 2017, por ser muito próximo a 297K.
Leilão Virtual Brangus HP
A mesma genética que consagrou Spartacus, Espartano (Rancho Grande de Peyrano), Marco Aurélio (La Bellaca),Priscus e Verus estará disponível no dia 21 de setembro, sábado, às 14 horas (horário de Brasília), durante o Leilão Virtual da Brangus HP e Brangus do Sertão, que terá transmissão do Canal do Boi. Esse é o 22º remate da marca HP.
A família Brangus HP vai comercializar 140 reprodutores de gerações avançadas, dez doadoras Brangus, que seriam reserva do plantel, e mais 50 fêmeas 3/8 para os criadores que desejam iniciar na raça.
“Atendendo a uma demanda de mercado, os touros vendidos no leilão terão o certificado Gene Star Black. Esta tecnologia de DNA demonstra quais animais são homozigotos ou heterozigotos para pelagem preta. Essa é uma informação objetiva para a tomada de decisão”, informa Ladislau Lancsarics Jr.
Com mais de 20 anos de seleção e localizada em Martinópolis, no interior de São Paulo, a Agrícola Anamélia Brangus HP é um dos principais criatórios da raça no Brasil.
O plantel tem origem na linhagem importada “Brinks” e possui animais provados em sumários argentinos e norte-americanos. Nos últimos três anos, a propriedade forneceu mais de 500 reprodutores avaliados à pecuária brasileira.
Todo o plantel possui avaliação genética ERBra, o principal programa de melhoramento genético da Argentina, e avaliação de carcaça da DGT Brasil, franquia brasileira da empresa mais conceituada no segmento em todo o mundo.
Pec Press® – Comunicação Estratégica
Agronegócio
Ponte desaba e expõe gargalos logísticos para o escoamento da safra
O desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, no último domingo (22.12), trouxe à tona os problemas crônicos da infraestrutura logística brasileira. A estrutura, que conectava os municípios de Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO), desmoronou sobre o rio Tocantins, provocando uma tragédia com uma morte confirmada e pelo menos 14 pessoas desaparecidas. Caminhões que transportavam ácido sulfúrico e herbicidas também caíram no rio, levando as prefeituras a emitirem alertas sobre contaminação da água.
O acidente ocorre em um momento crítico para o agronegócio nacional. O Brasil deve alcançar uma safra recorde de 322,53 milhões de toneladas de grãos em 2024/25, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Este aumento de 8,2% em relação à safra anterior reflete o crescimento da produção de soja e milho, mas evidencia os desafios logísticos de um setor cada vez mais pressionado por gargalos estruturais.
A ponte Juscelino Kubitschek estava localizada na região do Matopiba, uma das áreas de maior crescimento do agronegócio no Brasil, englobando os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Nos últimos dez anos, a produção de grãos na região aumentou 92%, saltando de 18 milhões de toneladas em 2013/14 para 35 milhões em 2024.
Essa expansão, no entanto, tem sobrecarregado a infraestrutura local. O intenso tráfego de cargas pesadas, principalmente de fertilizantes e grãos, contribuiu para o desgaste da ponte, que já apresentava rachaduras e denúncias de negligência na manutenção.
Além de afetar a segurança da população, o desabamento representa um entrave significativo ao escoamento da safra. Os portos do Arco Norte, responsáveis por 35,1% das exportações de grãos em outubro de 2024, são fundamentais para o agronegócio brasileiro. A interdição da ponte pode impactar negativamente a logística de transporte para esses portos, aumentando custos e atrasos.
O transporte de fertilizantes também está em alta, com as importações alcançando 4,9 milhões de toneladas em outubro, um crescimento de 5,9% em relação ao mês anterior. Essa demanda reforça a necessidade de investimentos em infraestrutura para evitar colapsos como o ocorrido no rio Tocantins.
Entidades do agronegócio, como a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), destacam que episódios como este evidenciam a urgência de investimentos em infraestrutura. “O crescimento do agronegócio brasileiro depende diretamente de uma logística eficiente. A tragédia no rio Tocantins é um alerta para a necessidade de modernização das rotas de transporte e manutenção das estruturas existentes”, afirma a CNA em nota.
O Ministério dos Transportes já anunciou a abertura de uma sindicância para investigar o desabamento e prometeu reconstruir a ponte em 2025. Enquanto isso, o setor agropecuário pede soluções imediatas, como rotas alternativas e a implementação de medidas para mitigar os impactos sobre a logística da safra.
Embora críticas à expansão do agronegócio tenham ganhado destaque após o acidente, é crucial equilibrar o debate. O setor é um pilar da economia nacional, responsável por 25% do PIB e por grande parte das exportações brasileiras. Investir em infraestrutura adequada e eficiente não é apenas uma questão de atender às demandas do agronegócio, mas de assegurar que o crescimento econômico venha acompanhado de segurança, sustentabilidade e benefícios para toda a sociedade.
O desafio agora é transformar essa tragédia em um ponto de virada, priorizando investimentos estratégicos que garantam a competitividade do agronegócio no mercado global, sem negligenciar a segurança das comunidades locais e a preservação ambiental.
Fonte: Pensar Agro
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