Porto Velho
UTILIDADE PÚBLICA Fumaça das queimadas agrava riscos à saúde de fumantes, alerta Semusa
Porto Velho
Em meio à poluição intensa, fumantes enfrentam riscos ainda maiores; Prefeitura reforça campanhas contra o tabagismo e cuidados respiratórios
Com o aumento da fumaça das queimadas na região de Porto Velho, a qualidade do ar tem se tornado um desafio à saúde pública, levando a um crescimento nos atendimentos médicos por problemas respiratórios.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), apenas em agosto de 2024, as quatro Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da cidade registraram 1.076 casos de falta de ar, um aumento significativo em comparação ao mesmo período do ano anterior, que somou 706 atendimentos.
O número é reflexo direto da intensificação das queimadas, que além de impactar toda a população, causa graves problemas àqueles que já têm o hábito de fumar.
Enquanto a poluição decorrente das queimadas atinge todos os moradores da capital, o impacto é ainda mais severo para os fumantes. A médica Camila Freire, especialista em saúde da família da Unidade de Saúde Agenor de Carvalho, explica que os danos provocados pelo cigarro no trato respiratório tornam os fumantes mais vulneráveis aos efeitos da fumaça.
“O cigarro provoca uma inflamação crônica nas vias respiratórias. Quando o fumante é exposto à fumaça das queimadas, essa inflamação se intensifica, piorando os sintomas de tosse, falta de ar e irritação”, alerta a médica.
Segundo ela, a fumaça das queimadas tem uma ação mais imediata, enquanto o tabagismo gera danos cumulativos e de longo prazo. “As queimadas causam um impacto agudo, mas o cigarro traz consequências que vão se agravando com o tempo, como a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) e o câncer de pulmão”.
A fumaça das queimadas contém partículas que, ao serem inaladas, irritam o trato respiratório superior e os pulmões. Camila Freire descreve os sintomas mais comuns: “A fuligem e o ar quente provocam inflamação, gerando congestão nasal, tosse seca, irritação na garganta e, em casos graves, pneumonia”.
A médica também destaca que a situação é especialmente crítica para pessoas que já sofrem de doenças respiratórias, como asma e bronquite, que tendem a ter crises mais frequentes e intensas neste período. “Os portadores de doenças respiratórias pré-existentes já têm inflamação crônica nos pulmões. A exposição à fumaça agrava essa condição, aumentando as crises e a gravidade dos sintomas”, afirma.
Além dos problemas respiratórios, a exposição contínua à fumaça pode desencadear problemas cardiovasculares. “O calor excessivo e as partículas tóxicas da fumaça podem elevar a pressão arterial e aumentar os batimentos cardíacos, colocando em risco aqueles que já possuem doenças cardíacas, como hipertensão e histórico de AVC”, explica Camila.
Programa de Controle do Tabagismo
A combinação entre o tabagismo e a fumaça das queimadas pode ser devastadora para a saúde pulmonar, mas quem deseja parar de fumar pode contar com o apoio do “Programa de Controle do Tabagismo”, oferecido nas unidades de saúde de Porto Velho pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Coordenado por Cleide Davy, o programa oferece tratamentos baseados em terapias cognitivo-comportamentais e, quando necessário, medicamentos que auxiliam no abandono do vício.
“O objetivo do programa é não apenas tratar os fumantes, mas mobilizar a sociedade para enfrentar esse problema de saúde pública”, afirma Cleide. O programa atende fumantes de diversos perfis, oferecendo planos de tratamento personalizados e um suporte contínuo para evitar recaídas.
Na Unidade de Saúde da Família (USF) Pedacinho de Chão, um grupo de sete pessoas se reúne semanalmente. Liderado pela enfermeira Alrisangela Silva Prado, o grupo é um exemplo do esforço coletivo para ajudar os pacientes a abandonarem o cigarro. “Montar um grupo de apoio nem sempre é fácil, mas é essencial. Cada pessoa tem um perfil diferente de dependência, e nosso trabalho é fornecer um atendimento personalizado, respeitando as particularidades de cada um”, explica Alrisangela.
Ela descreve como o grupo compartilha experiências e apoia uns aos outros, discutindo gatilhos como o consumo de café ou o estresse que levam ao hábito de fumar. “Acreditamos que, mesmo em grupo, cada paciente precisa de um plano de tratamento individualizado, pois a relação com o cigarro varia muito de pessoa para pessoa”, acrescenta.
Entre os participantes está Eliene Rolins, de 51 anos, que relata sua experiência com o programa: “Parar de fumar é uma das coisas mais difíceis que já enfrentei, mas o apoio do grupo tem sido essencial para eu continuar tentando”.
O tabagismo é uma das principais causas de doenças graves, como infarto, derrame e câncer, e em meio à poluição causada pelas queimadas, os riscos aumentam ainda mais.
Crianças e idosos: grupos mais vulneráveis
Entre os mais afetados pela poluição estão as crianças e os idosos. Esses grupos têm o sistema imunológico mais frágil, o que os torna mais suscetíveis aos danos provocados pela fumaça e pela exposição prolongada ao ar poluído.
Camila Freire reforça a necessidade de proteger essas populações, evitando atividades ao ar livre e usando máscaras em ambientes mais expostos. “Esses dois grupos sofrem mais com a poluição. É essencial limitar a exposição e adotar medidas preventivas, como aumentar a hidratação e o uso de máscaras”, orienta.
A exposição prolongada à fumaça pode desencadear uma série de sintomas que indicam a necessidade de cuidados médicos urgentes. Tosse persistente por mais de uma semana, falta de ar que não melhora com repouso e febre são sinais de que é hora de buscar ajuda nas unidades de saúde. “Se a tosse muda de padrão, tornando-se produtiva com secreção, ou se a pessoa apresenta febre e dificuldade para respirar, é preciso procurar atendimento médico imediatamente”, alerta Camila Freire.
Prevenção é a melhor solução
Em tempos de fumaça intensa, o autocuidado é essencial para prevenir doenças e agravar condições de saúde pré-existentes. Para quem vive em áreas com alta concentração de poluentes, como Porto Velho, algumas medidas simples podem fazer toda a diferença:
– Evite sair ao ar livre em dias de forte poluição.
– Use máscaras de proteção ao se expor à fumaça.
– Aumente a ingestão de líquidos, principalmente água.
– Prefira ambientes climatizados e, se possível, com umidificadores.
– Mantenha as janelas fechadas e use toalhas úmidas para melhorar a qualidade do ar em casa.
Camila Freire ressalta a importância dessas ações, especialmente para grupos de risco como fumantes, crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias. “O fator ambiental está presente, mas cabe a cada um cuidar de sua saúde, adotando medidas de proteção e evitando a exposição desnecessária à poluição”, conclui.
Serviço: onde buscar ajuda
Fumantes que desejam parar de fumar podem procurar as unidades básicas de saúde de Porto Velho para se inscrever no Programa de Controle do Tabagismo. O tratamento tem duração de até um ano e pode ser reiniciado em caso de recaídas, oferecendo aos pacientes o suporte necessário para superar a dependência.
A Prefeitura de Porto Velho e a Semusa seguem reforçando a importância de cuidados preventivos durante o período de queimadas. Para mais informações sobre o programa ou orientações de saúde, entre em contato com a unidade de saúde mais próxima.
Confira os locais e horários de funcionamento das unidades de saúde clicando aqui.
Texto: Natália Figueiredo
Fotos: Natália Figueiredo e Semusa
Superintendência Municipal de Comunicação (SMC)
Fonte: Prefeitura de Porto Velho – RO
Porto Velho
INCLUSÃO SOCIAL Com o tema “De Olho na Inclusão”, Biblioteca Francisco Meirelles inicia programação em alusão ao Dia do Deficiente Visual
Em parceria com a Asdrevon, programação promove palestras e oficinas, de 9 a 13 de dezembro
Com o tema “De olho na Inclusão 2024” e fazendo parte das comemorações alusivas ao Dia do Deficiente Visual, celebrado anualmente dia 13 de dezembro, a Biblioteca Municipal Francisco Meirelles, em parceria com a Associação dos Deficientes Visuais do Estado de Rondônia (Asdevron), realiza de 9 a 13 deste mês, uma semana inteira de programação para discutir a importância da inclusão dos portadores de deficiências na sociedade. O evento acontece durante toda a semana, das 8h às 12h e, pela tarde, das 14h às 18h, na Sala de Braile da biblioteca.
Com o objetivo de trocar ideias e opiniões e discutir meios de combater o preconceito e a discriminação, a programação tem por missão fortalecer a inclusão social de todos os tipos de portadores de deficiências visuais para que se sintam respeitados, inseridos na sociedade e, acima de tudo, valorizados.
O projeto conta com a parceria da Secretaria Municipal de Assistência Social e Família (Semasf), Secretaria de Estado da Educação (Seduc), Secretaria Municipal de Educação (Semed), Tribunal Regional do Trabalho (TRT-RO/AC) e Tribunal de Contas do Estado (TCE/RO). Como parte das atividades, a programação inclui palestra motivacional ministrada pela professora doutora Silvânia Gregório, da Seduc, e mais 20 oficinas que abordarão temas como: Tecnologia Assistiva Responsável; Leitura e Escrita Braile Responsável; Introdução às Técnicas de Uso do Soroban; Tecnologia Assistiva e Orientação e Mobilidade.
A programação tem sua abertura oficial na manhã desta segunda-feira (9), com a palestra motivacional da professora e doutora Silvânia Gregório que reforça que é de grande valia que a semana de programação se estenda também à classe empresarial para que possam ter uma visão mais inclusiva, oportunizando maiores inserções no mercado de trabalho.
“Os entes e portadores de deficiência, se organizaram para que possam se fortalecer através de políticas públicas que venham favorecer essa classe de pessoas, que as vezes sofrem tantos preconceitos e para que toda a cidade reforce a questão da autoestima, autoimagem, tanto delas quanto à sociedade. Também é essencial que essa programação se estenda à classe empresarial para que possam dar mais oportunidade no mercado de trabalho para essa classe. Então, essa semana de programação intensa aqui na Biblioteca Francisco Meirelles, é como se fosse uma provocação para que a sociedade possa olhar para eles de uma forma mais humanizada possível”, reforça.
“A importância maior dessa programação vasta de atividades, é podermos celebrar o Dia do Deficiente Visual, comemorado no dia 13 agora, para que possamos trabalhar a conscientização com o deficiente visual, para que ele possa lutar, se motivar e para que ele não desanime perante a tantas dificuldades encontradas. O intuito dessa programação é trabalharmos a inclusão social, porque na verdade, o deficiente não tem muito o que comemorar nessa data, mas é importante que ele possa abrir caminhos para conseguir viver, se inserir no mercado de trabalho e que não desista de lutar sempre, destacou a servidora Sebastiana da Silva, que também é portadora de deficiência visual, há nove anos.
O presidente da Asdevron, José Aldair, disse que o evento, em alusão ao Dia do Deficiente, é de extrema importância para toda a sociedade. “Esse evento que estamos promovendo é de grande relevância não somente para o deficiente visual, mas para toda a sociedade em geral, que terão a oportunidade de conhecer mais a fundo a leitura e escrita em braile e tecnologia assistiva”.
Para o diretor da Biblioteca Municipal Francisco Meirelles, Carlos Augusto, as atividades em alusão à data são de extrema importância social, uma vez que reforçam as discussões da relevância social da Semana Nacional do Deficiente Visual, instituída no dia 13 de dezembro de 1961. De acordo ainda com o diretor, todos os anos, essas ações são desenvolvidas em parceria com a Asdevron.
“De 9 a 13 temos uma programação extensa. Hoje iniciaremos com as oficinas. O objetivo dessa programação é podermos proporcionar uma oportunidade de aprendizado e de autonomia. Além disso, é importante destacar que o evento não é apenas voltado para os deficientes visuais, mas se estende para seus familiares, para que possa facilitar o modo como interagem com eles”, finalizou.
Para quem desejar participar da semana de programação, as inscrições serão feitas presencialmente na Biblioteca Municipal Francisco Meirelles, situada à rua Dom Pedro II, 826. O atendimento ao público é de segunda a sexta-feira, das 8h às 21h (não fecha para o almoço).
Texto: Daniela Castelo Branco
Foto: Felipe Ribeiro
Superintendência Municipal de Comunicação (SMC)
Fonte: Prefeitura de Porto Velho – RO
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