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Agronegócio

Chineses também querem a soja de Rondônia; obras portuárias ampliam mercado exportador

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Industriais chineses querem comprar no Brasil 17 milhões de toneladas de soja/ano, estabelecendo contratos com validade para dez anos. A maior parte desses estoques atende à indústria esmagadora para fabricação de óleo comestível.

A manifestação de interesse por importações diretas, também no estado de Rondônia, foi feita nesta terça-feira (25) pelo consultor chinês Jack Hon e seu sócio, Kuo Tsing Liu, ambos da CABS Brazil, ao vice-governador José Jodan. Eles estavam acompanhados do empresário Beto Soccol.

A clientela dessa empresa é formada por estatais e semi-estatais chinesas. Nesta safra, as primeiras exportações de Mato Grosso para lá totalizaram 120 mil toneladas.

Jodan disse-lhe que o governador, coronel Marcos Rocha, está bem empenhado em promover o desenvolvimento das exportações

Jodan disse-lhe que o governador, coronel Marcos Rocha, está bem empenhado em promover o desenvolvimento das exportações. “Não podemos assumir ainda o compromisso com a quantidade, mas oferecemos a boa qualidade da soja, de outros grãos e diversos produtos de nosso estado”, assinalou o vice-governador.

A tratativa inicial limitou-se à abertura de futuros negócios. É a primeira viagem de Jak Hon a Rondônia.

No mês passado, a comercialização de soja do Brasil disparou, por causa da maior demanda da China, preços e prêmios nos portos pelo produto brasileiro fortalecidos e um dólar acima de R$ 4, conforme relatos do mercado.

Um volume de pouco mais de cinco milhões de toneladas de soja para exportação, o equivalente a uma centena de navios, rodou no mercado para embarques em junho, julho e agosto, informou o pesquisador Lucílio Alves, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

O coordenador de comércio exterior na Superintendência Estadual de Desenvolvimento Econômico e Infraestrutura (Sedi), Anderson Fernandes, pediu informações dos empresários a respeito das importações e apresentou-lhes o potencial produtivo rondoniense.

O superintendente de Portos e Hidrovias, Amadeu Hermes Santos da Cruz, destacou que o sistema portuário rondoniense avança e deve melhorar consideravelmente até 2020, com a ampliação das exportações de madeira, milho e algodão. “Só de carne bovina para Hong Kong, exportamos US$ 60 milhões de janeiro até agora”, ele exemplificou.

“Temos o único porto alfandegado da região norte, e o futuro da soja é ainda mais promissor, com a utilização de nossa infraestrutura. A atividade portuária proporciona 30% da arrecadação do ICMS do estado”, anunciou Amadeu.

No comparativo com o vizinho Mato Grosso, Rondônia leva vantagem, ele apontou. “Hoje eles cultivam dez milhões de hectares, colhendo em média de três toneladas/ha, enquanto nós alcançamos quatro t/ha”.

O mais importante, conforme analisou o superintendente, é a somatória das safras movimentadas pelo porto organizado em Porto Velho, oriundas das seguintes áreas: 1,5 milhão de ha de área cultivada no estado, 4,8 milhões de ha de áreas degradadas, totalizando 6,3 milhões de toneladas.

A esse volume somam-se 1,5 milhão de toneladas da produção do sul do Amazonas e sete milhões da Bolívia.

Obras de ampliação no porto possibilitarão o aumento da capacidade de movimentação de cargas das atuais cinco milhões de toneladas de cargas para 21 milhões de toneladas até janeiro de 2020, prevê Amadeu.

O maior avanço ocorrerá com o armazenamento de grãos, cuja estrutura de silos custa R$ 1 bilhão no atual modelo. A superintendência adotou tecnologia australiana, reduzindo esse custo para R$ 200 milhões. “Miritituba (PA) já faz isso, com êxito”, ele comentou.

Para Amadeu, com novas soluções tecnológicas será possível colocar cargas de aproximadamente dez mil caminhões/dia; atualmente eles são apenas 2,5 mil nos 45 portos existentes, incluindo 17 de barranca.

Trinta balsas para o transporte de grãos operam atualmente em 80% do Rio Madeira.

Com os governos bolivianos dos departamentos de Beni, Pando e Santa Cruz, o Governo de Rondônia está negociando um tratado internacional para que os rios Guaporé e Mamoré sejam concedidos à superintendência de portos e hidrovias. “Esse tratado, denominado Madeira-Mamoré, deverá substituir o Tratado de Petrópolis”, disse.

Texto: Montezuma Cruz Fotos: Nilson Santos e arquivo Secom
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Agronegócio

Mercado bilionário de cálculos bovinos atrai criminosos e exige maior segurança

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O mercado global de cálculos biliares bovinos, popularmente conhecidos como “pedras de boi” ou “ouro bovino”, é uma das áreas menos conhecidas, mas altamente lucrativas do agronegócio. Segundo um relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, as importações desse produto pela China cresceram 66% desde 2019, alcançando um valor de US$ 218 milhões (cerca de R$ 1,4 bilhão) em 2023.

O Brasil, maior fornecedor global, se destaca como o principal exportador, tendo triplicado suas vendas nos últimos quatro anos, para um total de US$ 148 milhões (cerca de R$ 934 milhões) no mesmo período. Embora os dados detalhados mais recentes ainda estejam em apuração, o crescimento no setor permanece evidente em 2024.

No entanto, esse mercado enfrenta desafios que vão além da logística e da biologia. O valor elevado dos cálculos biliares os torna alvo de roubos e contrabando. No Brasil, casos de assaltos e armazenamento ilegal têm sido registrados.

Em São Paulo, por exemplo, um roubo de 2,7 kg de cálculos resultou em prejuízo estimado em R$ 2 milhões. Situações semelhantes ocorrem em outros países produtores, como Argentina e Uruguai, onde investigações revelaram redes de contrabando e falsificação.

Esse mercado específico é impulsionado pela demanda da medicina tradicional asiática, onde os cálculos biliares são utilizados na produção de medicamentos para tratar transtornos neurológicos, como acidentes vasculares cerebrais e convulsões. O valor das pedras pode variar de R$ 12 mil a R$ 37 mil por quilo no Brasil e alcançar até US$ 65 por grama no mercado internacional.

A produção desses cálculos é extremamente limitada e depende de fatores biológicos. Apenas cerca de 2% das vacas desenvolvem cálculos biliares naturalmente, e eles costumam ser encontrados em gado mais velho. Para produzir 1 kg de cálculos biliares, estima-se que sejam necessários abates de aproximadamente 200 mil animais. Isso torna o produto escasso e altamente valioso.

Além do Brasil, outros países como Austrália, Colômbia, Argentina, Uruguai e Paraguai têm tentado expandir suas exportações para atender à crescente demanda, especialmente na China, que consome cerca de cinco toneladas anuais do produto, mas produz apenas uma tonelada internamente. Recentemente, a Argentina firmou um novo protocolo com a China para exportação formal, enquanto o Uruguai segue em processo de regulamentação.

Apesar das dificuldades, o Brasil mantém sua liderança no setor, refletindo a força e a competitividade de seu agronegócio. Essa posição de destaque reforça o papel estratégico do país no comércio global, ao mesmo tempo em que destaca a necessidade de protocolos claros e segurança para proteger a cadeia produtiva. Com a crescente valorização dos cálculos biliares no mercado internacional, o segmento pode se consolidar como mais uma fonte de renda significativa para o setor de proteína animal brasileiro.

Fonte: Pensar Agro

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