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Agronegócio

MT começa a colher, enquanto outros estados ainda plantam

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A colheita da soja 2024/25 no Brasil começou, mas, por enquanto, os números são ainda tímidos, com as primeiras retiradas sendo realizadas apenas nas áreas de pivô, como é comum nesta época do ano.

Em Mato Grosso, o maior estado produtor da oleaginosa, o processo de colheita teve início na região de Querência, mas a expectativa é que ele se intensifique à medida que novas áreas, principalmente no sequeiro, também entrem no ciclo de retirada da safra.

Enquanto isso, a semeadura da soja avança em diversas regiões do país. No Piauí, por exemplo, 95% da área de 1,147 milhão de hectares foi semeada nas últimas semanas, com 90% das lavouras em estágio vegetativo e 10% em floração.

As condições para o desenvolvimento das plantas são favoráveis, sem grandes registros de problemas com pragas ou doenças. A previsão para a produção do estado é de 44,04 milhões de toneladas, um aumento de 12,78% em relação à safra anterior.

No Rio Grande do Sul, o plantio atingiu 94% da área de 6,811 milhões de hectares projetada para a safra 2024/25. A produtividade média esperada é de 3.179 quilos por hectare, com 98% das lavouras em desenvolvimento vegetativo e apenas 2% em floração, o que indica um bom andamento da safra até o momento.

Embora o início da colheita tenha começado, as atenções agora se voltam para as condições climáticas, que podem afetar o andamento dos trabalhos. Especialistas alertam para a possibilidade de chuvas intensas durante o pico da colheita, o que pode atrasar o processo e favorecer o aparecimento de doenças fúngicas nas lavouras.

Em Mato Grosso, a irregularidade na distribuição das chuvas segue sendo uma preocupação, podendo afetar o crescimento da soja e a produtividade final. A previsão é que as chuvas continuem irregulares até o Natal, o que pode impactar o desenvolvimento das lavouras nas próximas semanas.

Apesar disso, caso as condições climáticas melhorem, espera-se que a produtividade média da soja nas principais regiões produtoras atinja 3.600 quilos por hectare, com um aumento considerável na produção em estados como o Piauí, que deverá colher 4,257 milhões de toneladas, um crescimento de 9% em relação à safra anterior.

Em Mato Grosso, um dos estados mais relevantes para a produção de soja, a comercialização da safra 2024/25 está avançada, com 41,09% da produção já negociada até novembro. Embora o volume seja inferior ao registrado em anos anteriores, a situação reflete um cenário otimista para a produção.

No entanto, os analistas do mercado alertam para os desafios econômicos que o produtor enfrentará, especialmente devido ao aumento do custo do “carrego” da soja. Com a Selic elevada e a expectativa de que os juros sigam altos em 2025, os produtores precisam estar atentos ao risco financeiro, evitando fazer uma “gestão de torcida”, como ocorreu em 2023, quando muitos negócios foram feitos com expectativas de alta de preços que não se concretizaram.

Com o aumento dos custos e a necessidade de planejar com mais cautela, a temporada de soja 2024/25 exige que os produtores se adaptem a uma realidade econômica mais desafiadora, ao mesmo tempo que continuam lidando com as imprevisíveis condições climáticas. As perspectivas para a produção são positivas, mas a gestão cuidadosa e a monitorização das variáveis ambientais e financeiras serão essenciais para garantir o sucesso da safra.

Fonte: Pensar Agro

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Agronegócio

Conab conclui a rodada de leilões de contratos de venda de arroz

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A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) concluiu na sexta-feira (20.12) a última rodada de leilões de contratos de opção de venda de arroz para a safra 2024/25. O encerramento marca o fim de uma iniciativa que buscou regular o mercado interno do cereal, ao mesmo tempo em que encerra a polêmica sobre a possível necessidade de importação para equilibrar a oferta no país. Foram negociados, nesta etapa final, 28,9 mil toneladas de arroz, em um valor total de R$ 51,1 milhões.

Desde julho, o mercado de arroz em casca no Brasil enfrentou um cenário de forte desacordo entre produtores e compradores. De um lado, os produtores optaram por priorizar exportações no porto de Rio Grande (RS), aproveitando a demanda internacional e buscando mitigar os efeitos da desvalorização do dólar. De outro, compradores, como indústrias de beneficiamento, resistiram a pagar preços mais altos, alegando dificuldades em repassar os custos ao varejo e atacado. Esse impasse travou negociações no mercado interno e trouxe incertezas para a definição dos preços do cereal.

Os leilões realizados pela Conab foram vistos como uma tentativa de aliviar essas tensões. Apesar de a expectativa inicial ser a comercialização de até 500 mil toneladas de arroz, foram negociadas ao todo 92,2 mil toneladas em 3,4 mil contratos de opção.

A operação, que contou com um orçamento de quase R$ 1 bilhão, poderá gerar um custo de R$ 163 milhões à Conab, caso todos os contratos sejam exercidos. O presidente da estatal, Edegar Pretto, avaliou o resultado como positivo, destacando que a baixa adesão indica confiança dos produtores na capacidade de absorção da safra pelo mercado doméstico, estimada em 12 milhões de toneladas.

A conclusão dos leilões também encerra uma das discussões mais sensíveis do ano: a possibilidade de importação de arroz para regular o mercado interno. Em julho, com o impasse entre oferta e demanda, a proposta de trazer arroz de outros países foi cogitada, mas enfrentou forte resistência dos produtores nacionais. Agora, com a comercialização incentivada pelos contratos de opção de venda, o cenário se ajusta, afastando o risco de medidas externas.

Os leilões também tiveram impacto regional significativo. No Rio Grande do Sul, maior estado produtor, cooperativas e agricultores de municípios como São Borja e Itaqui participaram ativamente. Já no Mato Grosso, produtores de cidades como Água Boa e Nova Monte Verde foram destaque na negociação dos contratos. Apesar de os números finais não terem atingido a meta inicial, a iniciativa da Conab trouxe alívio ao setor, consolidando-se como um mecanismo eficaz de regulação do mercado.

Com a finalização desse processo, espera-se maior estabilidade para o próximo ciclo de produção e comercialização. A estratégia da Conab reforçou a confiança do setor produtivo na capacidade de atender à demanda interna e garantiu maior segurança ao mercado, sem recorrer a medidas que poderiam comprometer a competitividade do agronegócio brasileiro.

Fonte: Pensar Agro

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