Agronegócio

Plantio de arroz no Rio Grande do Sul pode atrasar devido ao excesso de chuvas

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Enquanto isso, outras regiões do Brasil, como o Centro-Oeste, enfrentam uma seca histórica, o Rio Grande do Sul, maior produtor de arroz do Brasil, iniciou de forma tímida o plantio para a safra 2024/25, enfrentando problemas com o excesso de chuvas.

Após as enchentes de maio, que deixaram marcas profundas nas áreas agrícolas, os arrozeiros enfrentam desafios significativos para retomar os trabalhos no campo.

Em Agudo, na região central do estado, os sinais da destruição ainda são visíveis. A força das águas levou embora uma ponte seca e deixou um cenário de devastação nas lavouras de arroz. Embora Agudo seja uma área significativa para a produção de arroz, as regiões que mais se destacam no estado são a Fronteira Oeste, com municípios como Uruguaiana, Itaqui e Alegrete liderando o ranking.

O Instituto Rio-Grandense do Arroz (Irga) estima que a área destinada ao cultivo do cereal será de 948 mil hectares, um aumento de 5% em relação à safra anterior. Esse crescimento é impulsionado pela preferência dos produtores pelo arroz, em detrimento da soja, que sofreu grandes perdas nas áreas de várzea.

Na safra 2023/24, o estado produziu aproximadamente 7,198 milhões de toneladas de arroz, o que representa cerca de 70% da produção nacional. Isso reafirma a posição do estado como o maior produtor de arroz do Brasil.

O problema é que o clima não está ajudando. O período ideal de plantio vai até 20 de outubro, mas a cultura necessita de sol para um desenvolvimento satisfatório, com o auge da produção esperado para os meses de maior incidência solar, como janeiro.

Alexandre Velho, presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federraroz), destaca que muitas áreas ainda enfrentam problemas de erosão e excesso de umidade, o que pode dificultar o plantio. “Tem algumas áreas que o produtor vai ter dificuldade em plantar nessa safra”, afirma Velho.

Fonte: Pensar Agro

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Ponte desaba e expõe gargalos logísticos para o escoamento da safra

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O desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, no último domingo (22.12), trouxe à tona os problemas crônicos da infraestrutura logística brasileira. A estrutura, que conectava os municípios de Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO), desmoronou sobre o rio Tocantins, provocando uma tragédia com uma morte confirmada e pelo menos 14 pessoas desaparecidas. Caminhões que transportavam ácido sulfúrico e herbicidas também caíram no rio, levando as prefeituras a emitirem alertas sobre contaminação da água.

O acidente ocorre em um momento crítico para o agronegócio nacional. O Brasil deve alcançar uma safra recorde de 322,53 milhões de toneladas de grãos em 2024/25, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Este aumento de 8,2% em relação à safra anterior reflete o crescimento da produção de soja e milho, mas evidencia os desafios logísticos de um setor cada vez mais pressionado por gargalos estruturais.

A ponte Juscelino Kubitschek estava localizada na região do Matopiba, uma das áreas de maior crescimento do agronegócio no Brasil, englobando os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Nos últimos dez anos, a produção de grãos na região aumentou 92%, saltando de 18 milhões de toneladas em 2013/14 para 35 milhões em 2024.

Essa expansão, no entanto, tem sobrecarregado a infraestrutura local. O intenso tráfego de cargas pesadas, principalmente de fertilizantes e grãos, contribuiu para o desgaste da ponte, que já apresentava rachaduras e denúncias de negligência na manutenção.

Além de afetar a segurança da população, o desabamento representa um entrave significativo ao escoamento da safra. Os portos do Arco Norte, responsáveis por 35,1% das exportações de grãos em outubro de 2024, são fundamentais para o agronegócio brasileiro. A interdição da ponte pode impactar negativamente a logística de transporte para esses portos, aumentando custos e atrasos.

O transporte de fertilizantes também está em alta, com as importações alcançando 4,9 milhões de toneladas em outubro, um crescimento de 5,9% em relação ao mês anterior. Essa demanda reforça a necessidade de investimentos em infraestrutura para evitar colapsos como o ocorrido no rio Tocantins.

Entidades do agronegócio, como a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), destacam que episódios como este evidenciam a urgência de investimentos em infraestrutura. “O crescimento do agronegócio brasileiro depende diretamente de uma logística eficiente. A tragédia no rio Tocantins é um alerta para a necessidade de modernização das rotas de transporte e manutenção das estruturas existentes”, afirma a CNA em nota.

O Ministério dos Transportes já anunciou a abertura de uma sindicância para investigar o desabamento e prometeu reconstruir a ponte em 2025. Enquanto isso, o setor agropecuário pede soluções imediatas, como rotas alternativas e a implementação de medidas para mitigar os impactos sobre a logística da safra.

Embora críticas à expansão do agronegócio tenham ganhado destaque após o acidente, é crucial equilibrar o debate. O setor é um pilar da economia nacional, responsável por 25% do PIB e por grande parte das exportações brasileiras. Investir em infraestrutura adequada e eficiente não é apenas uma questão de atender às demandas do agronegócio, mas de assegurar que o crescimento econômico venha acompanhado de segurança, sustentabilidade e benefícios para toda a sociedade.

O desafio agora é transformar essa tragédia em um ponto de virada, priorizando investimentos estratégicos que garantam a competitividade do agronegócio no mercado global, sem negligenciar a segurança das comunidades locais e a preservação ambiental.

Fonte: Pensar Agro

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