Agronegócio
Agricultura familiar é responsável por 80% da produção mundial de alimentos
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A maior parte dos alimentos que estão diariamente na mesa dos brasileiros vem da Agricultura Familiar – nela, a gestão da propriedade é compartilhada pela família e a atividade produtiva agropecuária é a principal fonte geradora de renda. Segundo dados Censo Agropecuário (2006), 84,4% do total dos estabelecimentos agropecuários brasileiros pertencem a esses grupos familiares. São aproximadamente 4,4 milhões de estabelecimentos sendo que a metade deles está na Região Nordeste. Porém, a dificuldade em manter os jovens no campo é um obstáculo para o crescimento da agricultura familiar.
A Lei 11.326/2006 definiu as diretrizes para formulação da Política Nacional da Agricultura Familiar e os critérios para identificação desse setor. Em uma Audiência pública promovida pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural foram analisados dados preliminares do Censo Agropecuário de 2017, cujos resultados finais serão divulgados em julho pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados apontam envelhecimento dos trabalhadores rurais sem reposição nas camadas etárias mais baixas.
Na Audiência, o Programa de Agricultura Familiar da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) apresentou algumas soluções para esse problema. Entre eles estão, buscar tecnologias específicas para cada área, apoiar o pequeno produtor e também procurar conhecer a realidade de cada região do país. A Embrapa também vem incentivando o desenvolvimento sustentável do campo e aperfeiçoando, por meio da inclusão tecnológica, a organização das cadeias de produção e comercialização da agricultura familiar.
Apesar do movimento migratório dos jovens para os grandes centros urbanos em busca de estudo e trabalho, há quem não queira abandonar o campo e pretende investir no futuro na sua cidade de origem. Entre as áreas que mais favorecem a permanência de jovens no campo ou em cidades pequenas estão Agronegócio, Engenharia Ambiental e Medicina Veterinária. Quem pensa dessa forma é o estudante Pedro Matheus Motta, 22 anos. Ele é estudante de Veterinária e desde criança foi criado no interior e no meio de animais. Apesar de estudar na cidade grande, pretende terminar os estudos e se especializar no cuidado de animais de grande porte. “Quero terminar a faculdade para fazer uma pós-graduação no cuidado de cavalos”, planeja.
Matheus não descarta a possibilidade de trabalhar na cidade, mas confessa que vai atuar no interior também. “Eu escolhi a Medicina Veterinária por ser um curso amplo e que me permite atuar em vários lugares”. Segundo ele, o campo precisa realmente de pessoas com um maior conhecimento. “As pessoas mais velhas que trabalham no campo nunca saíram de lá. Os jovens precisam fazer isso e levar novo conhecimento”, explicou.
A agricultura familiar é responsável por 80% de toda produção mundial de alimentos – segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU). O agricultor familiar também tem uma relação diferente com a terra, principalmente nos municípios pequenos. Nestas localidades, esse tipo de agricultura é muito presente e faz parte da cultura do local.
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Agronegócio
Conab conclui a rodada de leilões de contratos de venda de arroz
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) concluiu na sexta-feira (20.12) a última rodada de leilões de contratos de opção de venda de arroz para a safra 2024/25. O encerramento marca o fim de uma iniciativa que buscou regular o mercado interno do cereal, ao mesmo tempo em que encerra a polêmica sobre a possível necessidade de importação para equilibrar a oferta no país. Foram negociados, nesta etapa final, 28,9 mil toneladas de arroz, em um valor total de R$ 51,1 milhões.
Desde julho, o mercado de arroz em casca no Brasil enfrentou um cenário de forte desacordo entre produtores e compradores. De um lado, os produtores optaram por priorizar exportações no porto de Rio Grande (RS), aproveitando a demanda internacional e buscando mitigar os efeitos da desvalorização do dólar. De outro, compradores, como indústrias de beneficiamento, resistiram a pagar preços mais altos, alegando dificuldades em repassar os custos ao varejo e atacado. Esse impasse travou negociações no mercado interno e trouxe incertezas para a definição dos preços do cereal.
Os leilões realizados pela Conab foram vistos como uma tentativa de aliviar essas tensões. Apesar de a expectativa inicial ser a comercialização de até 500 mil toneladas de arroz, foram negociadas ao todo 92,2 mil toneladas em 3,4 mil contratos de opção.
A operação, que contou com um orçamento de quase R$ 1 bilhão, poderá gerar um custo de R$ 163 milhões à Conab, caso todos os contratos sejam exercidos. O presidente da estatal, Edegar Pretto, avaliou o resultado como positivo, destacando que a baixa adesão indica confiança dos produtores na capacidade de absorção da safra pelo mercado doméstico, estimada em 12 milhões de toneladas.
A conclusão dos leilões também encerra uma das discussões mais sensíveis do ano: a possibilidade de importação de arroz para regular o mercado interno. Em julho, com o impasse entre oferta e demanda, a proposta de trazer arroz de outros países foi cogitada, mas enfrentou forte resistência dos produtores nacionais. Agora, com a comercialização incentivada pelos contratos de opção de venda, o cenário se ajusta, afastando o risco de medidas externas.
Os leilões também tiveram impacto regional significativo. No Rio Grande do Sul, maior estado produtor, cooperativas e agricultores de municípios como São Borja e Itaqui participaram ativamente. Já no Mato Grosso, produtores de cidades como Água Boa e Nova Monte Verde foram destaque na negociação dos contratos. Apesar de os números finais não terem atingido a meta inicial, a iniciativa da Conab trouxe alívio ao setor, consolidando-se como um mecanismo eficaz de regulação do mercado.
Com a finalização desse processo, espera-se maior estabilidade para o próximo ciclo de produção e comercialização. A estratégia da Conab reforçou a confiança do setor produtivo na capacidade de atender à demanda interna e garantiu maior segurança ao mercado, sem recorrer a medidas que poderiam comprometer a competitividade do agronegócio brasileiro.
Fonte: Pensar Agro
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