Cesar foi atacado após atravessar a Rua Pirajá da Silva, no bairro Aparecida, de mãos dadas com seu neto de 11 anos. Segundo o boletim de ocorrência, Tiago dirigia um carro e freou bruscamente, momento em que o idoso apoiou as mãos sobre o capô do veículo. O motorista saiu do automóvel e o chutou no peito.
A delegada Liliane Lopes Doretto, do 3° Distrito Policial da cidade, relatou que Tiago informou à polícia sofrer de transtornos psicológicos. Ele alegou que, apesar de estar em tratamento com medicamentos, teve um ‘ataque de fúria’ no dia do incidente.
A reconstituição do crime ocorreu na quinta-feira (13), com a presença de Tiago, seu advogado Eugênio Malavasi, um promotor do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e autoridades policiais. Bruno Cesar Fine Torresi, filho da vítima, também participou.
Durante o procedimento, três versões foram reproduzidas: a do autor do crime, a do neto da vítima e a de uma testemunha, um médico que ajudou nos primeiros socorros de Cesar e presenciou parte do incidente.
ATAQUE DE FÚRIA
Tiago relatou à polícia que não percebeu se havia machucado o idoso ao ‘avançar’ com o veículo. Segundo o suspeito, a vítima e seu neto continuaram a caminhar após a ‘discussão’.
“Ele [Tiago] nem estacionou o carro. Simplesmente desceu, deixou a chave ali e foi atrás do senhor. Ele diz que houve uma discussão. O neto diz que não”, explicou a delegada Liliane Lopes Doretto, do 3° Distrito Policial da cidade.
RECONSTITUIÇÃO
Segundo Liliane, a reconstituição foi útil para ilustrar os fatos e esclarecer incoerências nos depoimentos. No entanto, ela enfatizou que o inquérito policial ainda não foi concluído. “Estou aguardando os laudos periciais. Acredito que ainda haverão mais testemunhas, e estou na esperança de haver alguma imagem”, acrescentou ela.
A delegada informou que ainda não foram encontradas imagens do crime e apenas uma testemunha prestou depoimento. Ela pediu para que outras pessoas presentes no local compareçam à delegacia para auxiliar na investigação.
COMOÇÃO POPULAR
Dezenas de pessoas acompanharam a reconstituição do crime no local, clamando por justiça. A delegada descreveu o procedimento como “bastante tenso” devido à natureza “impactante” e “revoltante” do crime, mas afirmou que foi essencial para o inquérito.
A delegada destacou que, diante dos fatos, a população tende a ser ‘parcial’. Apesar disso, ela enfatizou a importância da imparcialidade da corporação em seu trabalho.
DEFESA DO INDICIADO
AO g1, o advogado Eugênio Malavasi, que representa Tiago, disse que seu cliente, reproduziu o caso conforme o depoimento dado à autoridade policial na delegacia. Malavasi afirmou que Tiago confessou a agressão e mencionou que está sob tratamento com medicamentos prescritos por um psiquiatra. Ele também destacou que a defesa não busca impunidade.
O advogado também afirmou que irá solicitar prisão domiciliar devido ao problema psiquiátrico de Tiago, que é pai de três crianças.