Agronegócio
Mudas de café clonal e de cacau serão transportadas para agricultores dos 52 municípios do Estado
Agronegócio
Mais de 5 milhões de mudas de café clonal e 600 mil mudas de cacau serão transportadas, até o mês de abril, para agricultores familiares de todos os 52 municípios do Estado. A ação faz parte do programa “Plante Mais” que visa incentivar o aumento da produção cafeeira e cacaueira em Rondônia, combater o desmatamento no Estado e promover a geração de trabalho e renda à família rural.
O programa foi criado pela Lei Estadual n° 3.968 de 27 de dezembro de 2019, executado pela Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri) e pela Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia (Emater-RO). As mudas clonais foram adquiridas com recursos oriundos do Governo do Estado e repassados diretamente para a Seagri, no valor de R$ 3 milhões, além de recursos provenientes de emendas parlamentas (R$ 1,3 milhão) e do acordo anticorrupção da lava-jato (R$ 1 milhão) repassados a Emater. Mais de R$ 5 milhões foram investidos na aquisição das mudas.
Todas as mudas foram cultivadas em sete viveiros instalados nos municípios de Alto Alegre, Porto Velho e Novo Horizonte, para o fornecimento das mudas. São viveiros devidamente credenciados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e pela Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado (Idaron), os quais devem seguir todos os critérios exigidos pela legislação sanitária específica para a produção de mudas de café.
Conforme informou o gerente técnico da Emater, Raphael Cidade, a retirada das mudas nos viveiros está sendo feita em parceria com as prefeituras municipais. “As prefeituras estão fazendo a retiradas das mudas, mas para auxiliar no transporte, a Seagri disponibilizou dois caminhões bi-trem e dois caminhões baú para ajudar na entrega das mudas até os municípios”, disse.
Técnicos da Emater estão acompanhando toda a logística de carregamento nos viveiros e a entrega junto aos produtores, além de organizar a programação das entregas.
De acordo com o gerente de agricultura da Seagri, Anithoan Figueiredo, o viveiro de produção das mudas é o primeiro elo da cadeia e o mais importante. “Para se ter uma lavoura cafeeira sadia e produtiva é essencial que as mudas sejam de boa qualidade agronômica, originada de material botânico cadastrado e dentro do padrão estabelecido pela IN 35/2012/MAPA e Portaria 558/2016/IDARON. Portanto, os viveiros exercem papel de extrema relevância no processo de produção da cafeicultura”, informou.
Como qualquer outra lavoura o plantio de mudas de café clonal requer planejamento, como preparo da área, calagem, sulcamento/coveamento, adubação, instalação do sistema de irrigação, aquisição de mudas de boa procedência. As mudas clonais por carregarem uma carga genética selecionada, características agronômicas oriundas de outras plantas de alta produtividade, são mais resistentes a certas pragas e doenças.
De modo geral, o manejo adequado para implantação da lavoura cafeeira dever seguir algumas técnicas, sendo elas: preparo do solo (incorporação de corretivos e adubos); abertura de covas ou sulcos; manejo conservacionista e o plantio. “No viveiro as mudas são produzidas e de lá só saem as aquelas que estiverem aptas e dentro do padrão agronômico recomendado. Quando o cafeicultor recebe a muda na sua propriedade, efetua o plantio na área preparada com antecedência”, explicou o gerente Anithoan.
CAFEICULTURA
Desde 2015 a cafeicultura de Rondônia tem passado por uma grande transformação. O Estado, desde seu processo migratório produz café, com uma produção que chegou até 2 milhões de sacas produzidas no Estado, ocupando área de 245.000 hectares, com produtividade de 9 sc/ha. Porém, as plantas eram oriundas e conhecidas como plantas seminais com baixa produtividade.
“No início, os produtores pegavam as sementes e faziam a mudas, mas não tinha uma qualidade das mudas, então a partir do momento que o produtor juntamente com os órgãos de pesquisas dominou a técnica clonal, que nada mais é do que selecionar as melhores plantas e replicar elas, Rondônia começou a ter uma renovação do parque cafeeiro com a produção de um café de qualidade. Neste período eles perceberam que o café era melhor e começaram a substituir as lavouras seminais por lavouras clonais”, disse o secretário de Estado da Agricultura, Evandro Padovani.
Antes da revolução no setor, as lavouras seminais produziam menos de 10 sacas de café por hectare, que continha em média, 2.500 plantas. A lavoura clonal tem um grande potencial produtivo e pode chegar a produzir 120 sacas de café por hectare. Rondônia produz em torno de 2,4 milhões de sacas por ano. O Estado conta com mais de 20 mil famílias produtoras de café, distribuídas em vários municípios.
Em 2022, com área em produção de 65.000 hectares o Estado deverá produzir 2,4 milhões de saca de café. O que ocorreu foi redução de área, substituição de lavouras seminais por clonais e incremento no uso de tecnologias, como irrigação.
“O café de Rondônia está entre as cinco maiores culturas do Estado, sendo o 5º maior produtor de café do país e o maior produtor da região Norte. Somos destaques no café, superamos a quantidade de produção, qualidade e sustentabilidade. Hoje somos reconhecidos internacionalmente como o melhor café do país. Ganhamos vários concursos de qualidade e sustentabilidade que promovem e premiam os melhores cafés do Brasil”, informou Padovani.
Agronegócio
Conab conclui a rodada de leilões de contratos de venda de arroz
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) concluiu na sexta-feira (20.12) a última rodada de leilões de contratos de opção de venda de arroz para a safra 2024/25. O encerramento marca o fim de uma iniciativa que buscou regular o mercado interno do cereal, ao mesmo tempo em que encerra a polêmica sobre a possível necessidade de importação para equilibrar a oferta no país. Foram negociados, nesta etapa final, 28,9 mil toneladas de arroz, em um valor total de R$ 51,1 milhões.
Desde julho, o mercado de arroz em casca no Brasil enfrentou um cenário de forte desacordo entre produtores e compradores. De um lado, os produtores optaram por priorizar exportações no porto de Rio Grande (RS), aproveitando a demanda internacional e buscando mitigar os efeitos da desvalorização do dólar. De outro, compradores, como indústrias de beneficiamento, resistiram a pagar preços mais altos, alegando dificuldades em repassar os custos ao varejo e atacado. Esse impasse travou negociações no mercado interno e trouxe incertezas para a definição dos preços do cereal.
Os leilões realizados pela Conab foram vistos como uma tentativa de aliviar essas tensões. Apesar de a expectativa inicial ser a comercialização de até 500 mil toneladas de arroz, foram negociadas ao todo 92,2 mil toneladas em 3,4 mil contratos de opção.
A operação, que contou com um orçamento de quase R$ 1 bilhão, poderá gerar um custo de R$ 163 milhões à Conab, caso todos os contratos sejam exercidos. O presidente da estatal, Edegar Pretto, avaliou o resultado como positivo, destacando que a baixa adesão indica confiança dos produtores na capacidade de absorção da safra pelo mercado doméstico, estimada em 12 milhões de toneladas.
A conclusão dos leilões também encerra uma das discussões mais sensíveis do ano: a possibilidade de importação de arroz para regular o mercado interno. Em julho, com o impasse entre oferta e demanda, a proposta de trazer arroz de outros países foi cogitada, mas enfrentou forte resistência dos produtores nacionais. Agora, com a comercialização incentivada pelos contratos de opção de venda, o cenário se ajusta, afastando o risco de medidas externas.
Os leilões também tiveram impacto regional significativo. No Rio Grande do Sul, maior estado produtor, cooperativas e agricultores de municípios como São Borja e Itaqui participaram ativamente. Já no Mato Grosso, produtores de cidades como Água Boa e Nova Monte Verde foram destaque na negociação dos contratos. Apesar de os números finais não terem atingido a meta inicial, a iniciativa da Conab trouxe alívio ao setor, consolidando-se como um mecanismo eficaz de regulação do mercado.
Com a finalização desse processo, espera-se maior estabilidade para o próximo ciclo de produção e comercialização. A estratégia da Conab reforçou a confiança do setor produtivo na capacidade de atender à demanda interna e garantiu maior segurança ao mercado, sem recorrer a medidas que poderiam comprometer a competitividade do agronegócio brasileiro.
Fonte: Pensar Agro
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