Agronegócio
Tambaqui de Rondônia não está a associado a síndrome de Haff (Doença da Urina Preta)
Agronegócio
Entretanto, a principal suspeita é que a doença possa estar associada a uma toxina produzida por algas, ainda não identificada, mas similar à palitoxina
A ACRIPAR – Associação de Criadores de Peixes de Rondônia, diante da associação indevida do Tambaqui a um caso ocorrido no estado de Pernambuco da Síndrome de Haff (Doença da Urina Preta) vem a público esclarecer:
Mais de 95% do peixe produzido pelo Estado de Rondônia vêm de fazendas de cultivo e esta doença, além de ser de rara ocorrência e não estar associada ao peixe cultivado, demonstra que o consumo de pescado proveniente da piscicultura é seguro, pois toda a cadeia de produção toma os cuidados necessários para garantir a alta qualidade do pescado por meio da sanidade ambiental, a nutrição nas criações até chegar ao consumidor final.
Assim, é possível afirmar que o consumo do tambaqui cultivado é seguro para a saúde humana, seguido todos os protocolos técnicos ao longo da cadeia produtiva até o consumo. Além disso, ao exemplo de qualquer outro alimento, é fundamental que o consumidor conheça a procedência do produto, que é a garantia da origem e qualidade do mesmo.
HISTÓRICO
A doença de Haff foi descrita pela primeira vez em 1924 por médicos atuantes na região litorânea de Königsberg Haff, junto à costa do Mar Báltico, que identificaram um surto de uma doença caracterizada por início súbito de grave rigidez muscular, frequentemente acompanhada por urina escura. É considerada uma doença rara, mas há relatos de sua ocorrência em várias partes do mundo associada principalmente ao consumo de pescado de água salgada, mas podendo ocorrer em água salobra e doce.
No Brasil, há um pequeno número de relatos na área médica de casos dessa doença associada ao consumo de peixes do mar (olho de boi, Seriola ssp.; badejo, Mycteroperca spp.) e também de uma espécie de água doce (pacu manteiga, Mylossoma spp.). Além desses, há um relato dessa doença associada ao consumo de tambaqui (Colossoma macropomum) e pirapitinga (Piaractus brachypomus). Entretanto, os relatos indicam que a totalidade dos casos está relacionada ao consumo de peixes selvagens, capturados no ambiente natural, corroborado pelo fato dos surtos desaparecerem no período do defeso. Não há relato de sequer um caso associado ao consumo de peixes de cultivo de qualquer espécie.
Embora os sintomas da doença da Haff sejam bem descritos na literatura médica, até o momento, não há causa comprovada para a origem da doença. Entretanto, a principal suspeita é que a doença possa estar associada a uma toxina produzida por algas, ainda não identificada, mas similar à palitoxina, que se acumularia nos animais aquáticos expostos e concentrados ao longo da cadeia alimentar.
ACRIPAR
Agronegócio
Conab conclui a rodada de leilões de contratos de venda de arroz
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) concluiu na sexta-feira (20.12) a última rodada de leilões de contratos de opção de venda de arroz para a safra 2024/25. O encerramento marca o fim de uma iniciativa que buscou regular o mercado interno do cereal, ao mesmo tempo em que encerra a polêmica sobre a possível necessidade de importação para equilibrar a oferta no país. Foram negociados, nesta etapa final, 28,9 mil toneladas de arroz, em um valor total de R$ 51,1 milhões.
Desde julho, o mercado de arroz em casca no Brasil enfrentou um cenário de forte desacordo entre produtores e compradores. De um lado, os produtores optaram por priorizar exportações no porto de Rio Grande (RS), aproveitando a demanda internacional e buscando mitigar os efeitos da desvalorização do dólar. De outro, compradores, como indústrias de beneficiamento, resistiram a pagar preços mais altos, alegando dificuldades em repassar os custos ao varejo e atacado. Esse impasse travou negociações no mercado interno e trouxe incertezas para a definição dos preços do cereal.
Os leilões realizados pela Conab foram vistos como uma tentativa de aliviar essas tensões. Apesar de a expectativa inicial ser a comercialização de até 500 mil toneladas de arroz, foram negociadas ao todo 92,2 mil toneladas em 3,4 mil contratos de opção.
A operação, que contou com um orçamento de quase R$ 1 bilhão, poderá gerar um custo de R$ 163 milhões à Conab, caso todos os contratos sejam exercidos. O presidente da estatal, Edegar Pretto, avaliou o resultado como positivo, destacando que a baixa adesão indica confiança dos produtores na capacidade de absorção da safra pelo mercado doméstico, estimada em 12 milhões de toneladas.
A conclusão dos leilões também encerra uma das discussões mais sensíveis do ano: a possibilidade de importação de arroz para regular o mercado interno. Em julho, com o impasse entre oferta e demanda, a proposta de trazer arroz de outros países foi cogitada, mas enfrentou forte resistência dos produtores nacionais. Agora, com a comercialização incentivada pelos contratos de opção de venda, o cenário se ajusta, afastando o risco de medidas externas.
Os leilões também tiveram impacto regional significativo. No Rio Grande do Sul, maior estado produtor, cooperativas e agricultores de municípios como São Borja e Itaqui participaram ativamente. Já no Mato Grosso, produtores de cidades como Água Boa e Nova Monte Verde foram destaque na negociação dos contratos. Apesar de os números finais não terem atingido a meta inicial, a iniciativa da Conab trouxe alívio ao setor, consolidando-se como um mecanismo eficaz de regulação do mercado.
Com a finalização desse processo, espera-se maior estabilidade para o próximo ciclo de produção e comercialização. A estratégia da Conab reforçou a confiança do setor produtivo na capacidade de atender à demanda interna e garantiu maior segurança ao mercado, sem recorrer a medidas que poderiam comprometer a competitividade do agronegócio brasileiro.
Fonte: Pensar Agro
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