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ARTIGO – A trajetória dos Correios — recuperação e competitividade
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Floriano Peixoto, CEO da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos
Motivo de orgulho para os brasileiros há 359 anos, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos enfrentou, na última década, sérios problemas de liquidez e compliance. Uma das empresas mais relevantes para o país, os Correios figuravam, no início de 2019, como um potencial passivo de R$ 18 bilhões para a Administração Pública. As contas para manter as operações não fechavam e a dependência do Tesouro Nacional, ou seja, do dinheiro dos contribuintes, era iminente. Além disso, problemas de logística e operação provocavam atrasos na entrega de pacotes, levando a empresa a perder terreno para seus concorrentes.
Foram quase quatro anos de intenso trabalho para sanear e recuperar a gestão dos Correios, e os resultados são expressivos. Em 2022, a empresa registrou um lucro de R$ 3,7 bilhões — o melhor nos últimos 10 anos. Com o saneamento das contas, foi possível distribuir a todos os funcionários dos Correios a Participação nos Lucros e Resultados ainda em 2022, situação que não ocorria desde 2012.
Investimos R$ 1 bilhão em processos logísticos, revisão de linhas de negócios, racionalização de custos, renovação dos canais de atendimento e, por fim, no restabelecimento da previsibilidade financeira.
Aumentamos a capacidade de processamento de carga e diminuímos o custo do objeto transportado de R$ 5,46 para R$ 4,24, além de reduzir os prazos de entrega de mais de cinco dias, em 2019, para menos de dois dias em 2021. A empresa passou a ser competitiva novamente.
Foram lançados novos produtos especialmente desenhados para lojistas, empreendedores e clientes do comércio eletrônico. Outros serviços foram expandidos para melhor se adequarem ao ambiente digital, acompanhando o significativo crescimento do setor de encomendas no contexto das restrições impostas pela pandemia de Covid-19. Os canais de atendimento também foram reformulados para dar melhor suporte ao cliente on-line.
A empresa dedicou-se a promover ações para a proteção sanitária dos funcionários e também dos clientes em plena pandemia. E pôde, ainda, somar sua contribuição ao combate à propagação da Covid-19 transportando material biológico destinado a pesquisas sobre a doença.
A redução de gastos com pessoal era parte importante do plano de reestruturação dos Correios. Além de qualificar o efetivo, implementamos novas tecnologias para potencializar recursos. Mantivemos e garantimos todos os direitos previstos na legislação trabalhista e implementamos programas de demissões voluntárias que ajudaram a enxugar a máquina e economizar R$ 600 milhões.
Pelo Brasil inteiro os Correios mantinham, a altíssimos custos, um grande número de bens móveis e imóveis inservíveis. Todos os bens sem serventia ou em desuso foram leiloados. Como consequência dessa ação, ao longo de quatro anos foi possível renovar a frota de veículos dos mil centros operacionais de distribuição e tratamento. Além disso, foram investidos R$ 200 milhões na renovação do parque de computadores em todo o país.
Superadas as dificuldades iniciais e com a empresa de volta aos trilhos e operando a plena capacidade, buscamos agora novos objetivos para os próximos cinco anos. Queremos dobrar o volume de encomendas, o resultado da receita e triplicar o patrimônio líquido.
Agora os Correios estão preparados para incorporar as transformações que estão marcando a evolução dos serviços postais em curso no mundo inteiro. Resgatando a reputação da empresa junto ao mercado e o reconhecimento e a confiança da população, a empresa está pronta para incorporar as tendências mais inovadoras e desafiadoras do mercado internacional e doméstico.
Secretaria Especial de Comunicação Social
Brasil
STF retoma julgamento sobre responsabilidade de redes por conteúdos
Ministro Dias Toffoli conclui leitura de seu voto
O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta quarta-feira (4) o julgamento dos processos que tratam da responsabilidade das empresas que operam as redes sociais sobre o conteúdo ilegal postado pelos usuários das plataformas.
O julgamento começou na semana passada e ainda não há placar de votação formado. Somente o ministro Dias Toffoli, relator de um dos processos, iniciou a leitura de seu voto, que deve ser finalizado na sessão de hoje. Mais dez ministros vão votar sobre a questão.
A Corte discute a constitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil da Internet (Lei 12.965/2014), norma que estabeleceu os direitos e deveres para o uso da internet no Brasil.
De acordo com o artigo 19, “com o intuito de assegurar a liberdade de expressão e impedir a censura”, as plataformas só podem ser responsabilizadas pelas postagens ilegais feitas por seus usuários se, após ordem judicial, não tomarem providências para retirar o conteúdo.
Na semana passada, representantes das redes sociais defenderam a manutenção da reponsabilidade somente após o descumprimento de decisão judicial, como ocorre atualmente. As redes socais sustentaram que já realizam a retirada de conteúdos ilegais de forma extrajudicial, que o eventual monitoramento prévio configuraria censura.
Por outro lado, os ministros Alexandre de Moraes e Dias Toffoli já sinalizaram que devem se manifestar a favor de balizas para obrigar as redes sociais a retirarem conteúdos ilegais de forma mais rápida.
Para Moraes, os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 demonstraram a “falência” do sistema de autorregulação das redes sociais .
Dias Toffoli afirmou que o Marco Civil da Internet deu imunidade para as plataformas digitais.
Entenda
O plenário do STF julga quatro processos que discutem a constitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil da Internet.
Na ação relatada pelo ministro Dias Toffoli, o tribunal julga a validade da regra que exige ordem judicial prévia para responsabilização dos provedores por atos ilícitos. O caso trata de um recurso do Facebook para derrubar decisão judicial que condenou a plataforma por danos morais pela criação de um perfil falso de um usuário.
No processo relatado pelo ministro Luiz Fux, o STF discute se uma empresa que hospeda um site na internet deve fiscalizar conteúdos ofensivos e retirá-los do ar sem intervenção judicial. O recurso foi protocolado pelo Google.
A ação relatada por Edson Fachin discute a legalidade do bloqueio do aplicativo de mensagens WhatsApp por decisões judiciais e chegou à Corte por meio de um processo movido por partidos políticos.
A quarta ação analisada trata da suspensão do funcionamento de aplicativos diante do descumprimento de decisões judiciais que determinam a quebra do sigilo em investigações criminais.
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