Agronegócio
Ataque de cigarrinha-do-milho pode comprometer a safrinha 23/24
Agronegócio
Com a aproximação da nova safrinha de milho, uma praga conhecida, a cigarrinha-do-milho, volta a assombrar os produtores. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que colheita de milho, que deve ultrapassar 113 milhões de toneladas nesta safra.
Esse inseto, que se alimenta da seiva das plantas ainda jovens, causa danos diretos e também transmite doenças, como o “enfezamento pálido” e o “enfezamento vermelho”, doenças que afetam principalmente o milho, que podem levar a perdas de até 100% da produção. Essas doenças são de grande importância para a agricultura, especialmente em regiões produtoras de milho, devido ao impacto significativo que podem ter na produtividade das lavouras.
O grande problema é que os danos mais acentuados só se tornam visíveis a partir do florescimento do milho e do enchimento de grãos, quando já não há muito que se possa fazer. “Nessa fase, o estrago já está feito”, alertam os técnicos.
A cigarrinha se aloja dentro do cartucho do milho, dificultando o controle. Por isso, a melhor estratégia é combatê-la nos estágios iniciais da cultura, principalmente nos estágios V3 e V4, quando ocorre a transmissão das doenças.
O manejo ideal envolve a utilização de inseticidas, mas a falta de dados precisos sobre o nível de controle e o nível de dano econômico da praga exige atenção redobrada. A recomendação é monitorar constantemente as lavouras e agir assim que a cigarrinha for detectada.
Outro desafio é a migração da praga entre diferentes lavouras. Para reduzir a pressão da cigarrinha na sua propriedade, o produtor deve tomar medidas como:
- Controle de plantas tigueras de milho na cultura antecessora;
- Utilização de híbridos tolerantes;
- Aplicação de inseticidas e produtos biológicos;
- Boa tecnologia de aplicação para atingir a cigarrinha.
Embora a luta contra a cigarrinha-do-milho seja constante, o manejo adequado, com atenção especial aos estágios iniciais da cultura e à migração da praga, pode minimizar os danos e garantir uma safra mais segura e produtiva.
Fonte: Pensar Agro
Agronegócio
Conab conclui a rodada de leilões de contratos de venda de arroz
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) concluiu na sexta-feira (20.12) a última rodada de leilões de contratos de opção de venda de arroz para a safra 2024/25. O encerramento marca o fim de uma iniciativa que buscou regular o mercado interno do cereal, ao mesmo tempo em que encerra a polêmica sobre a possível necessidade de importação para equilibrar a oferta no país. Foram negociados, nesta etapa final, 28,9 mil toneladas de arroz, em um valor total de R$ 51,1 milhões.
Desde julho, o mercado de arroz em casca no Brasil enfrentou um cenário de forte desacordo entre produtores e compradores. De um lado, os produtores optaram por priorizar exportações no porto de Rio Grande (RS), aproveitando a demanda internacional e buscando mitigar os efeitos da desvalorização do dólar. De outro, compradores, como indústrias de beneficiamento, resistiram a pagar preços mais altos, alegando dificuldades em repassar os custos ao varejo e atacado. Esse impasse travou negociações no mercado interno e trouxe incertezas para a definição dos preços do cereal.
Os leilões realizados pela Conab foram vistos como uma tentativa de aliviar essas tensões. Apesar de a expectativa inicial ser a comercialização de até 500 mil toneladas de arroz, foram negociadas ao todo 92,2 mil toneladas em 3,4 mil contratos de opção.
A operação, que contou com um orçamento de quase R$ 1 bilhão, poderá gerar um custo de R$ 163 milhões à Conab, caso todos os contratos sejam exercidos. O presidente da estatal, Edegar Pretto, avaliou o resultado como positivo, destacando que a baixa adesão indica confiança dos produtores na capacidade de absorção da safra pelo mercado doméstico, estimada em 12 milhões de toneladas.
A conclusão dos leilões também encerra uma das discussões mais sensíveis do ano: a possibilidade de importação de arroz para regular o mercado interno. Em julho, com o impasse entre oferta e demanda, a proposta de trazer arroz de outros países foi cogitada, mas enfrentou forte resistência dos produtores nacionais. Agora, com a comercialização incentivada pelos contratos de opção de venda, o cenário se ajusta, afastando o risco de medidas externas.
Os leilões também tiveram impacto regional significativo. No Rio Grande do Sul, maior estado produtor, cooperativas e agricultores de municípios como São Borja e Itaqui participaram ativamente. Já no Mato Grosso, produtores de cidades como Água Boa e Nova Monte Verde foram destaque na negociação dos contratos. Apesar de os números finais não terem atingido a meta inicial, a iniciativa da Conab trouxe alívio ao setor, consolidando-se como um mecanismo eficaz de regulação do mercado.
Com a finalização desse processo, espera-se maior estabilidade para o próximo ciclo de produção e comercialização. A estratégia da Conab reforçou a confiança do setor produtivo na capacidade de atender à demanda interna e garantiu maior segurança ao mercado, sem recorrer a medidas que poderiam comprometer a competitividade do agronegócio brasileiro.
Fonte: Pensar Agro
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