Agronegócio
China habilita 38 frigoríficos brasileiros para exportar carne um em RO, Frigorífico Rio Machado – Ji-Paraná
Agronegócio
Esse é o maior número de plantas autorizadas de uma só vez na história; JBS é a empresa com mais aprovações nesta rodada
Antes dessas autorizações, o Brasil tinha 106 plantas habilitadas para a China: 47 de aves, 41 de bovinos, 17 de suínos e 1 de asininos. Agora, são 144 unidades no total.
Recentemente, a China retirou a medida antidumping que era aplicada desde 2019 às exportações brasileiras de carne de frango. O mecanismo sobretaxava os negócios entre 17,8% e 34,2% conforme a empresa exportadora.
Novo marco entre os países
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que o anúncio da habilitação de 38 novos frigoríficos para exportar carnes para a China significa um marco na relação bilateral entre os dois países.
“O governo da China acaba de anunciar o estabelecimento de 38 novas plantas comerciais de carnes brasileiras para comercializar com aquele país. É um recorde histórico, um momento muito especial”, disse em postagem nas redes sociais.
Fávaro agradeceu ao governo da China pela “confiança estabelecida” na relação com o Brasil. “Esse é um momento importante para os dois lados. A China vai receber carnes de qualidade, com preço competitivos, com a garantia dos produtos à sua população e a certeza que vai ampliar suas relações comerciais com Brasil também, vendendo produtos chineses à nossa agropecuária”, disse o ministro. “Esse é um dia histórico para a relação Brasil-China, um dia histórico para a nossa agropecuária”.
O ministro ressaltou que a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi importante para as habilitações por conta do “tratamento especial que dá à diplomacia” e por ter “estreitado laços comerciais com a China”.
Setor comemora
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) comemorou o anúncio da habilitação de novas unidades frigoríficas de carne de frango e entrepostos frigoríficos para exportar para a China.
“É o maior incremento de habilitações de aves já realizado pela China, após cinco anos sem novas unidades autorizadas. As habilitações são fruto dos esforços conduzidos com competência pelo Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e sua equipe, além do Ministério das Relações Exteriores e demais órgãos do Governo. São, também, um importante reconhecimento da China ao trabalho realizado pelo Brasil”, destacou, em nota, o presidente da ABPA, Ricardo Santin.
Agora, o Brasil conta com 55 plantas de aves habilitadas para exportar para a China e quatro entrepostos frigoríficos. “Há boas expectativas sobre o desempenho das vendas brasileiras para o país asiático com estas habilitações, especialmente porque novos grupos empresariais terão pela primeira vez acesso a este importante mercado. A China é o principal destino das exportações brasileiras de carne de frango, com 10% de todos os embarques realizados pelo setor no primeiro bimestre deste ano”, analisou o diretor de mercados da ABPA, Luís Rua.
Veja a lista dos frigoríficos habilitados:
Bovinos
JBS – Santana do Araguaína (PA)
JBS – Naviraí (MS)
JBS – Confresa (MT)
JBS – Alta Floresta (MT)
JBS – Marabá (PA)
JBS – Campo Grande (MS) – SIF 4400
JBS – Campo Grande (MS) – SIF 1662
JBS – Pimenta Bueno (RO)
JBS – Diamantino (MT)
JBS – Pontes e Lacerda (MT)
Minerva – Araguaína (TO)
Minerva – Janaúba (MG)
Marfrig – Bataguassu (MS)
Beauvallet Goiás Alimentos – Inhunmas (GO)
Prima Foods – Cassilândia (MS)
Prima Foods – Santa Fé de Goiás (GO)
Mercúrio Alimentos – Xinguara (PA)
Frigorífico Tavares da Silva – FTS – Xinguara (PA)
Better Beef – Rancharia (SP)
Boa Carne – Colider (MT)
Boibras – São Gabriel do Oeste (MS)
Distriboi – Ji-Paraná (RO)
Pantaneira – Várzea Grande (MT)
Frigorífico Rio Machado – Ji-Paraná (RO)
Pampeano – Hulha Negra (RS)
Aves
Seara – Santo Inácio (PR)
Aurora – Guatambú (SC)
BRF – Chapecó (SC)
Dip Frangos – Capanema (PR)
Jaguafrangos – Jaguapitã (PR)
Avenorte – Cianorte (PR)
Cooperativa Languiru – Westfalia (RS)
Plusval – Umuarama (PR)
Entreposto de produtos de origem animal
Seara – Itajaí (SC) – aves e suínos
Aurora – Itajaí (SC)
Cotriguaçu – Cascavel (PR)
Martini Meat – Rio Grande (RS)
com informações Globo Rural
Agronegócio
Conab conclui a rodada de leilões de contratos de venda de arroz
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) concluiu na sexta-feira (20.12) a última rodada de leilões de contratos de opção de venda de arroz para a safra 2024/25. O encerramento marca o fim de uma iniciativa que buscou regular o mercado interno do cereal, ao mesmo tempo em que encerra a polêmica sobre a possível necessidade de importação para equilibrar a oferta no país. Foram negociados, nesta etapa final, 28,9 mil toneladas de arroz, em um valor total de R$ 51,1 milhões.
Desde julho, o mercado de arroz em casca no Brasil enfrentou um cenário de forte desacordo entre produtores e compradores. De um lado, os produtores optaram por priorizar exportações no porto de Rio Grande (RS), aproveitando a demanda internacional e buscando mitigar os efeitos da desvalorização do dólar. De outro, compradores, como indústrias de beneficiamento, resistiram a pagar preços mais altos, alegando dificuldades em repassar os custos ao varejo e atacado. Esse impasse travou negociações no mercado interno e trouxe incertezas para a definição dos preços do cereal.
Os leilões realizados pela Conab foram vistos como uma tentativa de aliviar essas tensões. Apesar de a expectativa inicial ser a comercialização de até 500 mil toneladas de arroz, foram negociadas ao todo 92,2 mil toneladas em 3,4 mil contratos de opção.
A operação, que contou com um orçamento de quase R$ 1 bilhão, poderá gerar um custo de R$ 163 milhões à Conab, caso todos os contratos sejam exercidos. O presidente da estatal, Edegar Pretto, avaliou o resultado como positivo, destacando que a baixa adesão indica confiança dos produtores na capacidade de absorção da safra pelo mercado doméstico, estimada em 12 milhões de toneladas.
A conclusão dos leilões também encerra uma das discussões mais sensíveis do ano: a possibilidade de importação de arroz para regular o mercado interno. Em julho, com o impasse entre oferta e demanda, a proposta de trazer arroz de outros países foi cogitada, mas enfrentou forte resistência dos produtores nacionais. Agora, com a comercialização incentivada pelos contratos de opção de venda, o cenário se ajusta, afastando o risco de medidas externas.
Os leilões também tiveram impacto regional significativo. No Rio Grande do Sul, maior estado produtor, cooperativas e agricultores de municípios como São Borja e Itaqui participaram ativamente. Já no Mato Grosso, produtores de cidades como Água Boa e Nova Monte Verde foram destaque na negociação dos contratos. Apesar de os números finais não terem atingido a meta inicial, a iniciativa da Conab trouxe alívio ao setor, consolidando-se como um mecanismo eficaz de regulação do mercado.
Com a finalização desse processo, espera-se maior estabilidade para o próximo ciclo de produção e comercialização. A estratégia da Conab reforçou a confiança do setor produtivo na capacidade de atender à demanda interna e garantiu maior segurança ao mercado, sem recorrer a medidas que poderiam comprometer a competitividade do agronegócio brasileiro.
Fonte: Pensar Agro
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