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Agronegócio

Conab afirma que não vai faltar arroz e que carestia é momentânea

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A safra de grãos de 2019/20 deve alcançar recorde histórico de 257,8 milhões de toneladas, liderada pela soja, pelo milho e algodão. Esse volume é 4,5% ou 11 milhões de toneladas superior ao da safra passada. A informação faz parte de um levantamento divulgado nesta quinta-feira (10) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Para o arroz, a estimativa é de 11,2 milhões de toneladas e crescimento de 6,7% em relação à última safra. Com a colheita praticamente finalizada, 10,3 milhões de toneladas estão em áreas de cultivo irrigado e cerca de 900 mil toneladas em plantio de sequeiro.

O diretor de Abastecimento e Comercialização do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Sílvio Farnese, destacou que não há risco de falta do produto no país e que a atual elevação dos preços é momentânea. “Não estamos com falta de produto. Estamos apenas com um momento de preços altos, motivados pelas exportações”, disse.

De acordo com o diretor, a importação de arroz com imposto zerado servirá para complementar o abastecimento no país. A Camex decidiu na quarta (9) zerar o imposto de importação para cota de 400 mil toneladas de arroz (em casca e beneficiado) até 31 de dezembro de 2020. A proposta foi apresentada pelo Mapa.

Segundo o diretor-presidente da Conab, Guilherme Bastos, as projeções apontam que os preços estão chegando ao pico e devem apresentar tendência de estabilidade no próximo levantamento, além de continuarem remuneratórios para o produtor. “A decisão de zerar a TEC [Tarifa Externa Comum] deve criar um novo teto de preços abaixo do patamar atual. Acreditamos que a isenção da TEC deve ser precificada pelo mercado no curto prazo e as cotações sigam trajetória de estabilidade com tendência de queda nas próximas semanas”, afirmou.

Conforme a Conab, mesmo com a provável intensificação das importações de arroz nos próximos meses, a balança comercial deve ser superavitária, em torno de 400 mil toneladas. Para o consumo, a Conab projeta crescimento de 5,1%, puxado pelas refeições mais frequentes dentro de casa no período da pandemia. Ainda para a safra 2019/20, de março de 2020 até fevereiro de 2021, projeta-se exportação de 1,5 milhão de toneladas e importação de 1,1 milhão de toneladas, com a perspectiva forte de demanda internacional e preços nacionais competitivos no mercado externo.

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Conab conclui a rodada de leilões de contratos de venda de arroz

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A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) concluiu na sexta-feira (20.12) a última rodada de leilões de contratos de opção de venda de arroz para a safra 2024/25. O encerramento marca o fim de uma iniciativa que buscou regular o mercado interno do cereal, ao mesmo tempo em que encerra a polêmica sobre a possível necessidade de importação para equilibrar a oferta no país. Foram negociados, nesta etapa final, 28,9 mil toneladas de arroz, em um valor total de R$ 51,1 milhões.

Desde julho, o mercado de arroz em casca no Brasil enfrentou um cenário de forte desacordo entre produtores e compradores. De um lado, os produtores optaram por priorizar exportações no porto de Rio Grande (RS), aproveitando a demanda internacional e buscando mitigar os efeitos da desvalorização do dólar. De outro, compradores, como indústrias de beneficiamento, resistiram a pagar preços mais altos, alegando dificuldades em repassar os custos ao varejo e atacado. Esse impasse travou negociações no mercado interno e trouxe incertezas para a definição dos preços do cereal.

Os leilões realizados pela Conab foram vistos como uma tentativa de aliviar essas tensões. Apesar de a expectativa inicial ser a comercialização de até 500 mil toneladas de arroz, foram negociadas ao todo 92,2 mil toneladas em 3,4 mil contratos de opção.

A operação, que contou com um orçamento de quase R$ 1 bilhão, poderá gerar um custo de R$ 163 milhões à Conab, caso todos os contratos sejam exercidos. O presidente da estatal, Edegar Pretto, avaliou o resultado como positivo, destacando que a baixa adesão indica confiança dos produtores na capacidade de absorção da safra pelo mercado doméstico, estimada em 12 milhões de toneladas.

A conclusão dos leilões também encerra uma das discussões mais sensíveis do ano: a possibilidade de importação de arroz para regular o mercado interno. Em julho, com o impasse entre oferta e demanda, a proposta de trazer arroz de outros países foi cogitada, mas enfrentou forte resistência dos produtores nacionais. Agora, com a comercialização incentivada pelos contratos de opção de venda, o cenário se ajusta, afastando o risco de medidas externas.

Os leilões também tiveram impacto regional significativo. No Rio Grande do Sul, maior estado produtor, cooperativas e agricultores de municípios como São Borja e Itaqui participaram ativamente. Já no Mato Grosso, produtores de cidades como Água Boa e Nova Monte Verde foram destaque na negociação dos contratos. Apesar de os números finais não terem atingido a meta inicial, a iniciativa da Conab trouxe alívio ao setor, consolidando-se como um mecanismo eficaz de regulação do mercado.

Com a finalização desse processo, espera-se maior estabilidade para o próximo ciclo de produção e comercialização. A estratégia da Conab reforçou a confiança do setor produtivo na capacidade de atender à demanda interna e garantiu maior segurança ao mercado, sem recorrer a medidas que poderiam comprometer a competitividade do agronegócio brasileiro.

Fonte: Pensar Agro

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