Agronegócio
Depois das intempéries e da ferrugem, agora lavouras de soja são ameaçadas por percevejos
Agronegócio
Após enfrentar os desafios das intempéries que devem provocar quebra de até 20% da safra e o aumento da incidência de ferrugem asiática, agora as plantações de soja agora estão lidando com um novo problema: o aumento expressivo da incidência de percevejos.
Este pequeno inseto, não maior que 15 milímetros, tem preocupado os agricultores em todo o país, pois sua presença pode levar a uma redução significativa – até 30% – no potencial produtivo das lavouras.
De acordo com relatórios recentes do Sindiveg (Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal), baseados em pesquisas de campo, a incidência de percevejos nas plantações aumentou consideravelmente.
O desafio é generalizado, afetando plantações em todas as regiões do país. Embora esses insetos tenham um ciclo de vida curto, vivendo cerca de 30 dias, seus danos podem ser devastadores para as plantações, principalmente quando o ataque ocorre durante a fase de formação de grãos.
Os produtores estão sendo orientados a redobrar a atenção, mantendo um monitoramento constante e identificando precocemente a presença desses insetos. Isso se torna crucial, uma vez que os danos podem se tornar mais severos caso não sejam detectados a tempo.
O método de controle mais utilizado nas lavouras é o químico, que envolve o uso de inseticidas e bioinseticidas. O aumento dos percevejos nas lavouras é atribuído às mudanças climáticas, com isso, estratégias de manejo e controle tornam-se essenciais para mitigar os prejuízos e garantir a produtividade da próxima safra.
Fonte: Pensar Agro
Agronegócio
Conab conclui a rodada de leilões de contratos de venda de arroz
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) concluiu na sexta-feira (20.12) a última rodada de leilões de contratos de opção de venda de arroz para a safra 2024/25. O encerramento marca o fim de uma iniciativa que buscou regular o mercado interno do cereal, ao mesmo tempo em que encerra a polêmica sobre a possível necessidade de importação para equilibrar a oferta no país. Foram negociados, nesta etapa final, 28,9 mil toneladas de arroz, em um valor total de R$ 51,1 milhões.
Desde julho, o mercado de arroz em casca no Brasil enfrentou um cenário de forte desacordo entre produtores e compradores. De um lado, os produtores optaram por priorizar exportações no porto de Rio Grande (RS), aproveitando a demanda internacional e buscando mitigar os efeitos da desvalorização do dólar. De outro, compradores, como indústrias de beneficiamento, resistiram a pagar preços mais altos, alegando dificuldades em repassar os custos ao varejo e atacado. Esse impasse travou negociações no mercado interno e trouxe incertezas para a definição dos preços do cereal.
Os leilões realizados pela Conab foram vistos como uma tentativa de aliviar essas tensões. Apesar de a expectativa inicial ser a comercialização de até 500 mil toneladas de arroz, foram negociadas ao todo 92,2 mil toneladas em 3,4 mil contratos de opção.
A operação, que contou com um orçamento de quase R$ 1 bilhão, poderá gerar um custo de R$ 163 milhões à Conab, caso todos os contratos sejam exercidos. O presidente da estatal, Edegar Pretto, avaliou o resultado como positivo, destacando que a baixa adesão indica confiança dos produtores na capacidade de absorção da safra pelo mercado doméstico, estimada em 12 milhões de toneladas.
A conclusão dos leilões também encerra uma das discussões mais sensíveis do ano: a possibilidade de importação de arroz para regular o mercado interno. Em julho, com o impasse entre oferta e demanda, a proposta de trazer arroz de outros países foi cogitada, mas enfrentou forte resistência dos produtores nacionais. Agora, com a comercialização incentivada pelos contratos de opção de venda, o cenário se ajusta, afastando o risco de medidas externas.
Os leilões também tiveram impacto regional significativo. No Rio Grande do Sul, maior estado produtor, cooperativas e agricultores de municípios como São Borja e Itaqui participaram ativamente. Já no Mato Grosso, produtores de cidades como Água Boa e Nova Monte Verde foram destaque na negociação dos contratos. Apesar de os números finais não terem atingido a meta inicial, a iniciativa da Conab trouxe alívio ao setor, consolidando-se como um mecanismo eficaz de regulação do mercado.
Com a finalização desse processo, espera-se maior estabilidade para o próximo ciclo de produção e comercialização. A estratégia da Conab reforçou a confiança do setor produtivo na capacidade de atender à demanda interna e garantiu maior segurança ao mercado, sem recorrer a medidas que poderiam comprometer a competitividade do agronegócio brasileiro.
Fonte: Pensar Agro
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