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Agronegócio

El Niño e o impacto no crédito rural: o que os produtores precisam saber

Agronegócio

As fortes chuvas provocadas pelo El Niño trouxeram prejuízos para os produtores rurais, especialmente aqueles que cultivam soja e outras culturas. Essa situação gera preocupação entre os agricultores, que podem enfrentar dificuldades para cumprir seus compromissos financeiros, principalmente os relacionados aos créditos rurais.

Para lidar com essa situação, é importante que os produtores saibam que o crédito rural possui regras específicas para renegociação, com encargos diferenciados. Buscar orientação especializada pode ser fundamental nesse processo.

O Manual de Crédito Rural (MCR) do Banco do Brasil, por exemplo, permite a prorrogação do débito em casos de dificuldades temporárias, como perdas na safra devido a fenômenos climáticos. No entanto, é necessário comprovar a necessidade da prorrogação e demonstrar interesse em renegociar a dívida.

As instituições financeiras em geral são obrigadas a seguir as normas do MCR. Se o pedido de prorrogação for negado sem justificativa adequada, o produtor pode buscar seus direitos na justiça.

É importante ressaltar que a contratação de cédula bancária para pagar saldos devedores de empréstimos rurais com encargos diferentes pode ser considerada um desvio de finalidade. Nesses casos, o produtor prejudicado tem direito aos encargos previstos na legislação especial do crédito rural.

Se um produtor já renegociou dívidas rurais com cédula de crédito bancária e perceber que houve desvio de finalidade por parte da instituição financeira, é possível buscar a revisão do contrato.

Dicas Importantes para a Renegociação:

  1. Procure orientação especializada: Profissionais com experiência em crédito rural podem ajudar o produtor a entender seus direitos e opções na renegociação das dívidas.
  2. Documente todas as perdas: Ter documentos que comprovem as perdas na produção causadas pelas chuvas do El Niño é fundamental.
  3. Negocie diretamente com a instituição financeira: Tentar um acordo diretamente com a instituição bancária é o primeiro passo para a renegociação.
  4. Busque seus direitos: Caso a instituição financeira se recuse a renegociar ou pratique desvio de finalidade, o produtor pode buscar seus direitos na justiça.

Fonte: Pensar Agro

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Agronegócio

Conab conclui a rodada de leilões de contratos de venda de arroz

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A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) concluiu na sexta-feira (20.12) a última rodada de leilões de contratos de opção de venda de arroz para a safra 2024/25. O encerramento marca o fim de uma iniciativa que buscou regular o mercado interno do cereal, ao mesmo tempo em que encerra a polêmica sobre a possível necessidade de importação para equilibrar a oferta no país. Foram negociados, nesta etapa final, 28,9 mil toneladas de arroz, em um valor total de R$ 51,1 milhões.

Desde julho, o mercado de arroz em casca no Brasil enfrentou um cenário de forte desacordo entre produtores e compradores. De um lado, os produtores optaram por priorizar exportações no porto de Rio Grande (RS), aproveitando a demanda internacional e buscando mitigar os efeitos da desvalorização do dólar. De outro, compradores, como indústrias de beneficiamento, resistiram a pagar preços mais altos, alegando dificuldades em repassar os custos ao varejo e atacado. Esse impasse travou negociações no mercado interno e trouxe incertezas para a definição dos preços do cereal.

Os leilões realizados pela Conab foram vistos como uma tentativa de aliviar essas tensões. Apesar de a expectativa inicial ser a comercialização de até 500 mil toneladas de arroz, foram negociadas ao todo 92,2 mil toneladas em 3,4 mil contratos de opção.

A operação, que contou com um orçamento de quase R$ 1 bilhão, poderá gerar um custo de R$ 163 milhões à Conab, caso todos os contratos sejam exercidos. O presidente da estatal, Edegar Pretto, avaliou o resultado como positivo, destacando que a baixa adesão indica confiança dos produtores na capacidade de absorção da safra pelo mercado doméstico, estimada em 12 milhões de toneladas.

A conclusão dos leilões também encerra uma das discussões mais sensíveis do ano: a possibilidade de importação de arroz para regular o mercado interno. Em julho, com o impasse entre oferta e demanda, a proposta de trazer arroz de outros países foi cogitada, mas enfrentou forte resistência dos produtores nacionais. Agora, com a comercialização incentivada pelos contratos de opção de venda, o cenário se ajusta, afastando o risco de medidas externas.

Os leilões também tiveram impacto regional significativo. No Rio Grande do Sul, maior estado produtor, cooperativas e agricultores de municípios como São Borja e Itaqui participaram ativamente. Já no Mato Grosso, produtores de cidades como Água Boa e Nova Monte Verde foram destaque na negociação dos contratos. Apesar de os números finais não terem atingido a meta inicial, a iniciativa da Conab trouxe alívio ao setor, consolidando-se como um mecanismo eficaz de regulação do mercado.

Com a finalização desse processo, espera-se maior estabilidade para o próximo ciclo de produção e comercialização. A estratégia da Conab reforçou a confiança do setor produtivo na capacidade de atender à demanda interna e garantiu maior segurança ao mercado, sem recorrer a medidas que poderiam comprometer a competitividade do agronegócio brasileiro.

Fonte: Pensar Agro

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