Agronegócio
Embrapa fortalece o Balde Cheio em Rondônia
Agronegócio
Maior comprometimento institucional e de parceiros marcam nova fase do projeto
O Balde Cheio, criado pela Embrapa há 20 anos, se tornou referência no desenvolvimento sustentável da pecuária leiteira por meio de capacitações continuadas de técnicos, atendendo demandas de extensionistas de entidades públicas e privadas e de produtores de leite de todo o Brasil. Nesta nova fase, o projeto ganha um caráter mais institucional, sendo abraçado por 16 Unidades da Embrapa, e busca o fortalecimento de parcerias “O comprometimento das instituições parceiras e o maior envolvimento das Unidades locais da Embrapa deve fazer a diferença nesta nova fase do projeto, para que ele seja mais consistente e robusto, garantindo a continuidade e ampliação do Balde Cheio”, destaca o chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos/SP), André Novo, um dos líderes do projeto.
Os principais conceitos do projeto, mitos e verdades, o papel de cada ator no processo, potenciais, desafios e números que reforçam o impacto positivo do Balde Cheio em diversas regiões do País e também em Rondônia, foram apresentados em um seminário realizado dia 20 de junho, em Porto Velho (RO). A ação reuniu representantes da Embrapa, Emater-RO, Seagri-RO, Sebrae-RO, de Laticínios, instituições comerciais e demais agentes públicos e privados que atuam na cadeia do leite no estado e estão interessados no projeto. “O próximo passo é fechar boas parcerias para que o Balde Cheio chegue a mais regiões do estado e os resultados se multipliquem no campo”, afirma o médico veterinário da Embrapa Rondônia, Rhuan Lima.
No Brasil, em 2017, os técnicos em treinamento pelo Balde Cheio atenderam um total de 1410 produtores em 297 municípios de 11 estados. Estão em capacitação 220 técnicos, que atuam em 260 Unidades Demonstrativas e 1150 propriedades. Em Rondônia, as ações do Balde Cheio já acontecem há 10 anos e são mais de 51 propriedades atendidas em 16 municípios. “O Balde Cheio já é uma realidade em Rondônia e com excelentes resultados que podem ser vistos nas 15 Unidades demonstrativas do projeto no estado e que estão abertas à visitação”, reforça Marcelo de Castro e Assis, técnico do Balde Cheio em Rondônia há 10 anos. Com este novo impulso do projeto, novas parcerias podem ser feitas e estes resultados podem ser multiplicados no estado. “Rondônia tem um potencial fantástico em termos de produção de leite e vemos que pode estar muito forte no futuro”, aponta André Novo.
O projeto
O Balde Cheio é uma metodologia da Embrapa para a transferência de tecnologias para a capacitação de profissionais da assistência técnica e extensão rural. A metodologia utiliza uma propriedade leiteira de cunho familiar como “sala de aula prática” com a finalidade de capacitar os profissionais em práticas e processos agrícolas, zootécnicos, gerenciais e ambientais. A metodologia permite o intercâmbio de informações e conhecimento entre todos os envolvidos: pesquisadores, extensionistas e produtores.
O principal impacto esperado com o projeto é a geração de renda, viabilizando a recuperação da autoestima e da dignidade do produtor, permitindo a fixação da família no meio rural. Em relação aos técnicos extensionistas, um dos principais resultados que se espera são profissionais com alta capacidade técnica para promover o restabelecimento da importância da extensão rural como fator essencial para o desenvolvimento sustentável da atividade leiteira no país.
As parcerias com instituições públicas e privadas são fundamentais para o projeto. A união destes diferentes elos da cadeia produtiva do leite – Embrapa, parceiros, técnicos e produtores – confere ao projeto uma base sustentável e dinâmica, colaborando para a formação de uma rede de trabalho em que ocorre uma intensa troca de informações e de conhecimentos práticos.
Mais informações sobre o projeto o site: www.embrapa.br/balde-cheio
Agronegócio
Conab conclui a rodada de leilões de contratos de venda de arroz
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) concluiu na sexta-feira (20.12) a última rodada de leilões de contratos de opção de venda de arroz para a safra 2024/25. O encerramento marca o fim de uma iniciativa que buscou regular o mercado interno do cereal, ao mesmo tempo em que encerra a polêmica sobre a possível necessidade de importação para equilibrar a oferta no país. Foram negociados, nesta etapa final, 28,9 mil toneladas de arroz, em um valor total de R$ 51,1 milhões.
Desde julho, o mercado de arroz em casca no Brasil enfrentou um cenário de forte desacordo entre produtores e compradores. De um lado, os produtores optaram por priorizar exportações no porto de Rio Grande (RS), aproveitando a demanda internacional e buscando mitigar os efeitos da desvalorização do dólar. De outro, compradores, como indústrias de beneficiamento, resistiram a pagar preços mais altos, alegando dificuldades em repassar os custos ao varejo e atacado. Esse impasse travou negociações no mercado interno e trouxe incertezas para a definição dos preços do cereal.
Os leilões realizados pela Conab foram vistos como uma tentativa de aliviar essas tensões. Apesar de a expectativa inicial ser a comercialização de até 500 mil toneladas de arroz, foram negociadas ao todo 92,2 mil toneladas em 3,4 mil contratos de opção.
A operação, que contou com um orçamento de quase R$ 1 bilhão, poderá gerar um custo de R$ 163 milhões à Conab, caso todos os contratos sejam exercidos. O presidente da estatal, Edegar Pretto, avaliou o resultado como positivo, destacando que a baixa adesão indica confiança dos produtores na capacidade de absorção da safra pelo mercado doméstico, estimada em 12 milhões de toneladas.
A conclusão dos leilões também encerra uma das discussões mais sensíveis do ano: a possibilidade de importação de arroz para regular o mercado interno. Em julho, com o impasse entre oferta e demanda, a proposta de trazer arroz de outros países foi cogitada, mas enfrentou forte resistência dos produtores nacionais. Agora, com a comercialização incentivada pelos contratos de opção de venda, o cenário se ajusta, afastando o risco de medidas externas.
Os leilões também tiveram impacto regional significativo. No Rio Grande do Sul, maior estado produtor, cooperativas e agricultores de municípios como São Borja e Itaqui participaram ativamente. Já no Mato Grosso, produtores de cidades como Água Boa e Nova Monte Verde foram destaque na negociação dos contratos. Apesar de os números finais não terem atingido a meta inicial, a iniciativa da Conab trouxe alívio ao setor, consolidando-se como um mecanismo eficaz de regulação do mercado.
Com a finalização desse processo, espera-se maior estabilidade para o próximo ciclo de produção e comercialização. A estratégia da Conab reforçou a confiança do setor produtivo na capacidade de atender à demanda interna e garantiu maior segurança ao mercado, sem recorrer a medidas que poderiam comprometer a competitividade do agronegócio brasileiro.
Fonte: Pensar Agro
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