Agronegócio
Ferramenta digital facilita a comercialização de produtos agrícolas
Agronegócio
A startup AgroSpot desenvolveu uma ferramenta de comercialização digital de produtos agrícolas, que visa facilitar o encontro entre compradores e fornecedores. “Trata-se de um aplicativo, batizado com o mesmo nome da empresa, simples, rápido e inteligente, voltado para o agronegócio, setor cada vez mais especializado e que tem mantido fortemente positiva a balança comercial brasileira”, define Douglas Braga Marques, diretor de Desenvolvimento de Mercado.
O investimento inicial para desenvolver o aplicativo foi de cerca de R$ 350 mil. ”O recurso foi dividido em duas frentes: R$ 200 mil destinados à programação do aplicativo e os outros R$ 150 mil, aplicados em marketing”, conta Ivan Bueno, diretor da empresa.
Com sede em Pirassununga, SP, e escritório em Lucas do Rio Verde MT, a AgroSpot atua na comercialização de grãos (soja, milho, café), eucalipto e pecuária (bois, vacas, novilhas, etc.). “Nossa meta é incluir feijão, arroz e outros produtos agrícolas em nossa plataforma”, anuncia Marques.
Segundo Bueno, o AgroSpot é uma alternativa para o agricultor e o pecuarista ofertarem seus produtos ao mercado brasileiro de forma prática, efetiva e sem custo de instalação ou movimentações. “A ferramenta é gratuita, mas, no futuro, temos planos de expandir para assinaturas mensais ou mesmo pacote de ofertas”, diz.
“Com um simples check-in, o vendedor pode ofertar, em tempo real, os seus produtos, e o aplicativo proporciona ao comprador um reconhecimento exato do local e a distância em que o produto se encontra”, explica Bueno. “Temos esse diferencial: logar o comprador no app, de forma a fornecer a distância exata do produto.”
“Às empresas agrícolas, envolvidas com a comercialização de grãos ou a pecuária, a ferramenta proporciona agilidade para encontrar um determinado produto no mercado, melhorando o planejamento de compras e logístico. Isso é possível porque a plataforma conta com vários diferenciais”, enfatiza.
De acordo com Bueno, no segmento de grãos, no qual o mercado futuro tem forte atuação, identificar produtores que possuem ofertas disponíveis, nem sempre é simples e rápido e pode demandar vários telefonemas. “Com o AgroSpot, produtores e compradores terão na palma da mão, em tempo real, todas as oportunidades de negócio”, garante.
O diretor Comercial informa que através do app os compradores podem receber avisos quando produtos do seu interesse forem cadastrados e entrar em contato com o vendedor por meio de chat no próprio aplicativo. “Além disso, o AgroSpot oferece previsão do tempo e cotação das commodities em tempo real.”
Foco
O aplicativo é focado em pequenos, médios e grandes produtores rurais; cooperativas; empresas de todos os portes comercializadoras de grãos e outros players do setor, como as indústrias de alimentos.
Segundo Bueno, a ferramenta beneficia os produtores pelo fato de se ter na palma da mão, em questão de poucos minutos, a chance de ofertar um produto em tempo real ou realizar uma compra, independentemente de onde eles estejam, com informações de coordenadas, facilitando cálculos de frete, além de informações sobre os preços praticados.
“A plataforma oferece uma visão real da região e dos produtos disponíveis para a comercialização, facilita o encontro dos produtos, não sendo necessário o produtor entrar em contato por telefone com todas as empresas compradoras do setor ou a empresa ligar para uma carta enorme de produtores”, observa. “O AgroSpot facilita a comercialização, é a ponte entre o vendedor e o comprador”, resume.
Otimismo
Mesmo com pouco tempo no mercado (a implementação da empresa ocorreu em dezembro do ano passado), os executivos estão muito otimistas com o resultado positivo. Eles contam que alguns produtores já sugeriram várias ideias de melhorias no app, e a empresa está trabalhando para atender essas demandas. “Isso sinaliza que os produtores estão carentes de novas tecnologias e alguns estão buscando-as fora do país, mas, devido ao alto custo, acaba não sendo viabilizadas”, analisa.
Carlos Roberto de Andrade, 58 anos, produtor em Palmas, TO, conheceu o AgroSpot através de mídias sociais. Ele conta que baixou o aplicativo e instalou rapidamente.
“Havia 30 mil sacos de soja parados no armazém e não pensei duas vezes em experimentar a novidade. Demorei cerca de 5 minutos para fazer o cadastro e o que mais me chamou a atenção foi a simplicidade da ferramenta. E, para minha surpresa, três dias depois várias pessoas interessadas entraram em contato via aplicativo”, relata.
Andrade acredita que um dos pontos que me ajudaram na negociação com um dos compradores foi o fato de a ferramenta mostrar a distância da fazenda ao ponto exato de sua localização do interessado. “Fechei negócio com ele e vendi 40% do meu estoque 5 dias após o fazer o cadastro”, informa e acrescenta que aderiu ao aplicativo e seus amigos de porteira também gostaram da ideia.
Sobre a AgroSpot
Empresa com expertise em comercialização digital de commodities agrícolas, a AgroSpot (www.agrospot.com.br) oferece ao agronegócio tecnologia de ponta para a interação do setor. Por meio de um aplicativo, acessado via smartphones, celulares e outros dispositivos móveis, produtores rurais, fornecedores, tradings, cooperativas e empresas do setor podem ter acesso às ofertas e realizar negócios (compra e venda de produtos) sem nenhum custo. Além desse foco principal, a ferramenta também fornece informações sobre o clima da região solicitada e possui um chat no próprio aplicativo para falar com o anunciante da oferta.
BPA Comunicação Integrada
Agronegócio
Conab conclui a rodada de leilões de contratos de venda de arroz
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) concluiu na sexta-feira (20.12) a última rodada de leilões de contratos de opção de venda de arroz para a safra 2024/25. O encerramento marca o fim de uma iniciativa que buscou regular o mercado interno do cereal, ao mesmo tempo em que encerra a polêmica sobre a possível necessidade de importação para equilibrar a oferta no país. Foram negociados, nesta etapa final, 28,9 mil toneladas de arroz, em um valor total de R$ 51,1 milhões.
Desde julho, o mercado de arroz em casca no Brasil enfrentou um cenário de forte desacordo entre produtores e compradores. De um lado, os produtores optaram por priorizar exportações no porto de Rio Grande (RS), aproveitando a demanda internacional e buscando mitigar os efeitos da desvalorização do dólar. De outro, compradores, como indústrias de beneficiamento, resistiram a pagar preços mais altos, alegando dificuldades em repassar os custos ao varejo e atacado. Esse impasse travou negociações no mercado interno e trouxe incertezas para a definição dos preços do cereal.
Os leilões realizados pela Conab foram vistos como uma tentativa de aliviar essas tensões. Apesar de a expectativa inicial ser a comercialização de até 500 mil toneladas de arroz, foram negociadas ao todo 92,2 mil toneladas em 3,4 mil contratos de opção.
A operação, que contou com um orçamento de quase R$ 1 bilhão, poderá gerar um custo de R$ 163 milhões à Conab, caso todos os contratos sejam exercidos. O presidente da estatal, Edegar Pretto, avaliou o resultado como positivo, destacando que a baixa adesão indica confiança dos produtores na capacidade de absorção da safra pelo mercado doméstico, estimada em 12 milhões de toneladas.
A conclusão dos leilões também encerra uma das discussões mais sensíveis do ano: a possibilidade de importação de arroz para regular o mercado interno. Em julho, com o impasse entre oferta e demanda, a proposta de trazer arroz de outros países foi cogitada, mas enfrentou forte resistência dos produtores nacionais. Agora, com a comercialização incentivada pelos contratos de opção de venda, o cenário se ajusta, afastando o risco de medidas externas.
Os leilões também tiveram impacto regional significativo. No Rio Grande do Sul, maior estado produtor, cooperativas e agricultores de municípios como São Borja e Itaqui participaram ativamente. Já no Mato Grosso, produtores de cidades como Água Boa e Nova Monte Verde foram destaque na negociação dos contratos. Apesar de os números finais não terem atingido a meta inicial, a iniciativa da Conab trouxe alívio ao setor, consolidando-se como um mecanismo eficaz de regulação do mercado.
Com a finalização desse processo, espera-se maior estabilidade para o próximo ciclo de produção e comercialização. A estratégia da Conab reforçou a confiança do setor produtivo na capacidade de atender à demanda interna e garantiu maior segurança ao mercado, sem recorrer a medidas que poderiam comprometer a competitividade do agronegócio brasileiro.
Fonte: Pensar Agro
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