Agronegócio
IBGE: soja está presente em 35 municípios rondonienses
Agronegócio
A pesquisa Produção Agrícola Municipal (PAM), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou que a soja já está presente em 35 dos 52 municípios de Rondônia, sendo o principal produto agrícola do estado. Em 2019, a sojicultura ocupou 344 mil hectares, gerando uma produção de 1,19 milhão de toneladas, o que representou um aumento de 19% em comparação ao ano de 2018.
As maiores produções de soja, em 2019, foram nos municípios de Corumbiara (147 mil toneladas), Vilhena (142 mil toneladas) e Pimenteiras do Oeste (133 mil toneladas), seguidos de outros três municípios do Cone Sul (Cerejeiras, Chupinguaia e Cabixi).
Ainda de acordo com a PAM, a produção rondoniense de milho, que está presente em quase todos os municípios do estado, cresceu 27,6% entre 2015 e 2019, ultrapassando um milhão de toneladas. Os seis maiores produtores ficam na região do Cone Sul de Rondônia, sendo Vilhena (214 mil toneladas), Cerejeiras (144 mil toneladas) e Corumbiara (120 mil toneladas) os três primeiros no ranking. No Estado, a área plantada subiu de 175 mil hectares para 225 mil hectares no período avaliado.
Em relação ao arroz, no ano de 2019, houve um aumento em 13% em comparação a 2018 na quantidade produzida, atingindo quase 124 mil toneladas, em 43 mil hectares. Os destaques de produção foram: Porto Velho, com 28 mil toneladas produzidas; Pimenteiras do Oeste, com 20 mil toneladas e São Miguel do Guaporé, com 12 mil toneladas.
A PAM também mostrou que, embora a área plantada de café venha diminuindo a cada ano, a produção tem aumentado. Em 2015, 79 mil hectares foram destinados à cafeicultura, tendo produzido 84 mil toneladas, enquanto que em 2019, foram 61 mil hectares, que produziram 137 mil toneladas. São Miguel do Guaporé (37 mil toneladas), Cacoal (16 mil toneladas) e Alta Floresta d’Oeste (15 mil toneladas) foram os maiores produtores. Pimenteiras do Oeste foi o único município rondoniense sem este tipo de produção.
A pesquisa demonstrou ainda que todos os municípios rondonienses tinham produção de mandioca em 2019, sendo Porto Velho o maior produtor, com 155 mil toneladas, e Pimenteiras do Oeste o menor produtor, com 178 toneladas. Jaru, com produção de 31 mil toneladas, e Machadinho d’Oeste (28 mil toneladas) ficaram nas posições seguintes.
Apesar da presença em todos os municípios, a produção do estado diminuiu no período avaliado: em 2015, foram produzidas 573 mil toneladas, enquanto que em 2019 a produção foi de 521 mil toneladas. A área plantada também apresentou queda de 26 mil hectares em 2015 para 22 mil hectares em 2019.
Assim como a mandioca, a banana estava presente em todos os municípios de Rondônia, apresentando uma alta de 7% entre 2015 e 2019. Buritis, com uma produção de 14 mil toneladas, foi o maior produtor rondoniense, seguido de Governador Jorge Teixeira (dez mil toneladas) e Porto Velho (sete mil toneladas). A menor produção foi identificada em Vilhena (28 toneladas).
Outras lavouras
Abacaxi
Entre 2015 e 2019, a área plantada diminuiu em 115 hectares no estado de Rondônia, mas a produtividade aumentou em quase 3100 mil frutos por hectare. A produção rondoniense subiu quase 500 mil frutos neste período, atingindo quase 18 mil abacaxis produzidos. As maiores produções no ano de 2019 foram nos municípios de: Cujubim (2992 mil frutos); Cacoal e Rolim de Moura com 1750 mil frutos cada.
Cacau
Apesar de uma diminuição na área plantada em 33,8% entre 2015 e 2019, a queda na produção de cacau foi de 10,5%, devido ao aumento da produtividade, que passou de 421 quilos por hectare para 546 quilos. Em 2019, foram produzidas 5.105 toneladas em 50 municípios rondonienses. As maiores produções foram em Ouro Preto do Oeste (948 toneladas), Buritis (732 toneladas) e Ariquemes (695 toneladas).
Cana-de-açúcar
Também foi observado que a produção de cana-de-açúcar diminuiu entre 2015 e 2019, mesmo com um aumento na área plantada. Em 2015, 2.393 hectares foram ocupados com este produto; já em 2019, esta área foi para 2.517 hectares, que produziu 111 mil toneladas, 48 mil a menos que 2015. Os municípios com as maiores produções em 2019 foram: Santa Luzia d’Oeste (56 mil toneladas); Cabixi (oito mil toneladas) e Cerejeiras (sete mil toneladas).
Feijão
Embora tenha havido um aumento na produtividade, a produção de feijão diminuiu três mil toneladas entre 2015 e 2019, caindo de 19 mil toneladas para 16 mil toneladas, acompanhando a redução de área plantada. As maiores produções em 2019 foram nos municípios de: Alto Alegre dos Parecis (dez mil toneladas); Alta Floresta d’Oeste (duas mil toneladas) e Cacoal (788 toneladas).
Melancia
A área plantada de melancia subiu 28,5% entre 2015 e 2019, saltando de 820 hectares para 1.054 hectares. Já a produção apresentou aumento de 65,8%, subindo de 12 mil toneladas para quase 20 mil toneladas. No ranking de produção de 2019, Porto Velho (2.964 toneladas), Pimenta Bueno (1.924 toneladas) e Theobroma (1.400 toneladas) ocupam as primeiras posições.
Tomate
O tomate quase triplicou a produção entre 2015 e 2019, saltando de 2.542 toneladas para 7.437 toneladas, enquanto que a área plantada subiu 54,8%. Nesta produção, os destaques foram os municípios de Vilhena (1.110 toneladas), Cerejeiras (1.000 toneladas) e Espigão d’Oeste (730 toneladas).
Urucum
A produção de urucum apresentou um aumento de 77,1% entre 2015 e 2019, enquanto que a área destinada à colheita aumentou 52,9%. Em 2019, foram colhidos 3.566 toneladas em Rondônia, sendo Costa Marques (774 toneladas), Seringueiras (697 toneladas), São Francisco do Guaporé (450 toneladas) e Cabixi (440 toneladas) os maiores produtores.
Amabile Casarin
Agronegócio
Conab conclui a rodada de leilões de contratos de venda de arroz
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) concluiu na sexta-feira (20.12) a última rodada de leilões de contratos de opção de venda de arroz para a safra 2024/25. O encerramento marca o fim de uma iniciativa que buscou regular o mercado interno do cereal, ao mesmo tempo em que encerra a polêmica sobre a possível necessidade de importação para equilibrar a oferta no país. Foram negociados, nesta etapa final, 28,9 mil toneladas de arroz, em um valor total de R$ 51,1 milhões.
Desde julho, o mercado de arroz em casca no Brasil enfrentou um cenário de forte desacordo entre produtores e compradores. De um lado, os produtores optaram por priorizar exportações no porto de Rio Grande (RS), aproveitando a demanda internacional e buscando mitigar os efeitos da desvalorização do dólar. De outro, compradores, como indústrias de beneficiamento, resistiram a pagar preços mais altos, alegando dificuldades em repassar os custos ao varejo e atacado. Esse impasse travou negociações no mercado interno e trouxe incertezas para a definição dos preços do cereal.
Os leilões realizados pela Conab foram vistos como uma tentativa de aliviar essas tensões. Apesar de a expectativa inicial ser a comercialização de até 500 mil toneladas de arroz, foram negociadas ao todo 92,2 mil toneladas em 3,4 mil contratos de opção.
A operação, que contou com um orçamento de quase R$ 1 bilhão, poderá gerar um custo de R$ 163 milhões à Conab, caso todos os contratos sejam exercidos. O presidente da estatal, Edegar Pretto, avaliou o resultado como positivo, destacando que a baixa adesão indica confiança dos produtores na capacidade de absorção da safra pelo mercado doméstico, estimada em 12 milhões de toneladas.
A conclusão dos leilões também encerra uma das discussões mais sensíveis do ano: a possibilidade de importação de arroz para regular o mercado interno. Em julho, com o impasse entre oferta e demanda, a proposta de trazer arroz de outros países foi cogitada, mas enfrentou forte resistência dos produtores nacionais. Agora, com a comercialização incentivada pelos contratos de opção de venda, o cenário se ajusta, afastando o risco de medidas externas.
Os leilões também tiveram impacto regional significativo. No Rio Grande do Sul, maior estado produtor, cooperativas e agricultores de municípios como São Borja e Itaqui participaram ativamente. Já no Mato Grosso, produtores de cidades como Água Boa e Nova Monte Verde foram destaque na negociação dos contratos. Apesar de os números finais não terem atingido a meta inicial, a iniciativa da Conab trouxe alívio ao setor, consolidando-se como um mecanismo eficaz de regulação do mercado.
Com a finalização desse processo, espera-se maior estabilidade para o próximo ciclo de produção e comercialização. A estratégia da Conab reforçou a confiança do setor produtivo na capacidade de atender à demanda interna e garantiu maior segurança ao mercado, sem recorrer a medidas que poderiam comprometer a competitividade do agronegócio brasileiro.
Fonte: Pensar Agro
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