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Agronegócio

Mapa quer R$ 3,5 bilhões no orçamento 2024 para socorrer produtores rurais

Agronegócio

Antecipando as dificuldades que o fenômeno climático El Niño poderá impor à safra agropecuária do Brasil no período de 2023/24, o Ministério da Agricultura (Mapa) quer assegurar a inclusão de R$ 3,5 bilhões no orçamento de 2024.

Esse montante seria destinado a um fundo de contingência para responder prontamente às necessidades dos agricultores que venham a ser impactados negativamente pelo clima.

A proposta de criar este fundo foi articulada diante da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) pelo assessor especial do ministro da Agricultura, Carlos Augustin, que argumentou pela necessidade de emendas na Lei Orçamentária Anual de 2024 (PLOA), atualmente sob revisão do Congresso Nacional.

Augustin expressou preocupação com as adversidades previstas para o próximo ano, enfatizando a importância de se ter recursos disponíveis no orçamento para acelerar a resposta governamental. Ações como extensão de prazos de dívidas, concessão de crédito emergencial e seguros rurais estão entre as medidas de apoio consideradas vitais.

Segundo a análise do ministério, é esperado que as variações climáticas resultem em perdas de colheita e no aumento de pedidos de extensão de prazos para financiamentos agrícolas, o que exigiria um aporte de fundos em programas como o Plano Safra.

Já foram observados sinais preocupantes, como o atraso no plantio de soja e a potencial diminuição na área destinada ao cultivo de milho no Centro-Oeste, bem como excesso de chuvas na região Sul, fatores que podem levar a uma crise de liquidez para os agricultores no ano de 2024. Augustin fez um chamado para a preparação de recursos, a fim de enfrentar esses desafios.

Recentemente, a Agroconsult projetou uma queda na produção de soja para 161,6 milhões de toneladas, um declínio de cerca de 7,5 milhões de toneladas em relação às estimativas iniciais. Da mesma forma, a Datagro revisou suas expectativas para a colheita da oleaginosa, prevendo agora 156,5 milhões de toneladas devido às condições climáticas desfavoráveis ao plantio. Isso poderia significar uma redução de 7% na área de plantio de milho para a segunda safra comparado ao ano anterior.

Augustin destacou a possibilidade de que tais condições climáticas exerçam pressão sobre a rentabilidade no setor agrícola, uma vez que as margens de lucro, já apertadas, são vulneráveis aos impactos do tempo.

Fonte: Pensar Agro

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Agronegócio

Conab conclui a rodada de leilões de contratos de venda de arroz

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A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) concluiu na sexta-feira (20.12) a última rodada de leilões de contratos de opção de venda de arroz para a safra 2024/25. O encerramento marca o fim de uma iniciativa que buscou regular o mercado interno do cereal, ao mesmo tempo em que encerra a polêmica sobre a possível necessidade de importação para equilibrar a oferta no país. Foram negociados, nesta etapa final, 28,9 mil toneladas de arroz, em um valor total de R$ 51,1 milhões.

Desde julho, o mercado de arroz em casca no Brasil enfrentou um cenário de forte desacordo entre produtores e compradores. De um lado, os produtores optaram por priorizar exportações no porto de Rio Grande (RS), aproveitando a demanda internacional e buscando mitigar os efeitos da desvalorização do dólar. De outro, compradores, como indústrias de beneficiamento, resistiram a pagar preços mais altos, alegando dificuldades em repassar os custos ao varejo e atacado. Esse impasse travou negociações no mercado interno e trouxe incertezas para a definição dos preços do cereal.

Os leilões realizados pela Conab foram vistos como uma tentativa de aliviar essas tensões. Apesar de a expectativa inicial ser a comercialização de até 500 mil toneladas de arroz, foram negociadas ao todo 92,2 mil toneladas em 3,4 mil contratos de opção.

A operação, que contou com um orçamento de quase R$ 1 bilhão, poderá gerar um custo de R$ 163 milhões à Conab, caso todos os contratos sejam exercidos. O presidente da estatal, Edegar Pretto, avaliou o resultado como positivo, destacando que a baixa adesão indica confiança dos produtores na capacidade de absorção da safra pelo mercado doméstico, estimada em 12 milhões de toneladas.

A conclusão dos leilões também encerra uma das discussões mais sensíveis do ano: a possibilidade de importação de arroz para regular o mercado interno. Em julho, com o impasse entre oferta e demanda, a proposta de trazer arroz de outros países foi cogitada, mas enfrentou forte resistência dos produtores nacionais. Agora, com a comercialização incentivada pelos contratos de opção de venda, o cenário se ajusta, afastando o risco de medidas externas.

Os leilões também tiveram impacto regional significativo. No Rio Grande do Sul, maior estado produtor, cooperativas e agricultores de municípios como São Borja e Itaqui participaram ativamente. Já no Mato Grosso, produtores de cidades como Água Boa e Nova Monte Verde foram destaque na negociação dos contratos. Apesar de os números finais não terem atingido a meta inicial, a iniciativa da Conab trouxe alívio ao setor, consolidando-se como um mecanismo eficaz de regulação do mercado.

Com a finalização desse processo, espera-se maior estabilidade para o próximo ciclo de produção e comercialização. A estratégia da Conab reforçou a confiança do setor produtivo na capacidade de atender à demanda interna e garantiu maior segurança ao mercado, sem recorrer a medidas que poderiam comprometer a competitividade do agronegócio brasileiro.

Fonte: Pensar Agro

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