Agronegócio
Ministra da Agricultura irá rever preço do café após reunião com Deputado Federal Expedito Netto
Agronegócio
Ao lado da bancada federal, o parlamentar reforçou o pedido que fez na semana anterior ao Secretário Nacional de Política Agrícola.
Em defesa dos produtores de café do estado de Rondônia, o Deputado Federal Expedito Netto (PSD-RO) esteve nesta quarta-feira (11) com a Ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, para cobrar a revisão do preço da saca do café no estado. Essa é a segunda vez, em menos de uma semana, que o deputado vai ao ministério cobrar um posicionamento do governo acerca do assunto.
Ao lado da bancada federal de Rondônia, Netto expôs à ministra sua preocupação com a defasagem do preço do café. “Estou em contato com agricultores e com a Câmara Setorial do Café de Rondônia. Todos estão preocupados com a situação. Queremos que o processo seja mais transparente e que conte com o acompanhamento e validação por parte da entidade e representantes da classe cafeeira”, enfatizou Netto.
O parlamentar falou sobre aspectos particulares de Rondônia que criam gargalos no desenvolvimento e ampliação da cafeicultura no estado. “A distância dos portos exportadores, as condições das vias de transporte e escoamento da produção, dentre muitos outros fatores geram custos muito maiores do que os de estados mais próximos dos grandes centros urbanos”, declarou.
Hoje, Rondônia tem os insumos agrícolas entre os mais caros do país e o escoamento da sua produção sofre com os custos de exportação por uma malha rodoviária inapropriada.
“O aumento da produtividade do café em Rondônia é resultado do investimento dos agricultores. Ao não reajustar os preço mínimo, o governo escolhe reduzir a proteção dos agricultores e aumentar os riscos aos quais eles estão submetidos”, acrescentou Expedito Netto.
Em resposta aos questionamentos dos parlamentares, a ministra informou que irá reavaliar a situação junto ao conselho monetário. “Quero deixar claro que o preço mínimo do café não influencia no preço de mercado. Esse valor (R$ 210,13) é o menor que se pode chegar no estado. E caso chegue deverá receber um aporte do governo federal”, explicou a ministra.
Expedito Netto tem se dedicado ao tema desde que a notícia sobre o aumento no valor das sacas de café foi divulgada pelo no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) no último dia 4.
“Ainda que existam critérios técnicos para esse tratamento, jamais aceitarei que Rondônia, ou que nossos agricultores, sejam tratados de forma desigual e injusta perante aos outros estados do nosso país”, enfatizou Netto.
Além da bancada federal, também participaram da reunião o Ministro Substituto, Marcos Montes, e o Presidente da CONAB Guilherme Soria Bastos Filho.
Agronegócio
Conab conclui a rodada de leilões de contratos de venda de arroz
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) concluiu na sexta-feira (20.12) a última rodada de leilões de contratos de opção de venda de arroz para a safra 2024/25. O encerramento marca o fim de uma iniciativa que buscou regular o mercado interno do cereal, ao mesmo tempo em que encerra a polêmica sobre a possível necessidade de importação para equilibrar a oferta no país. Foram negociados, nesta etapa final, 28,9 mil toneladas de arroz, em um valor total de R$ 51,1 milhões.
Desde julho, o mercado de arroz em casca no Brasil enfrentou um cenário de forte desacordo entre produtores e compradores. De um lado, os produtores optaram por priorizar exportações no porto de Rio Grande (RS), aproveitando a demanda internacional e buscando mitigar os efeitos da desvalorização do dólar. De outro, compradores, como indústrias de beneficiamento, resistiram a pagar preços mais altos, alegando dificuldades em repassar os custos ao varejo e atacado. Esse impasse travou negociações no mercado interno e trouxe incertezas para a definição dos preços do cereal.
Os leilões realizados pela Conab foram vistos como uma tentativa de aliviar essas tensões. Apesar de a expectativa inicial ser a comercialização de até 500 mil toneladas de arroz, foram negociadas ao todo 92,2 mil toneladas em 3,4 mil contratos de opção.
A operação, que contou com um orçamento de quase R$ 1 bilhão, poderá gerar um custo de R$ 163 milhões à Conab, caso todos os contratos sejam exercidos. O presidente da estatal, Edegar Pretto, avaliou o resultado como positivo, destacando que a baixa adesão indica confiança dos produtores na capacidade de absorção da safra pelo mercado doméstico, estimada em 12 milhões de toneladas.
A conclusão dos leilões também encerra uma das discussões mais sensíveis do ano: a possibilidade de importação de arroz para regular o mercado interno. Em julho, com o impasse entre oferta e demanda, a proposta de trazer arroz de outros países foi cogitada, mas enfrentou forte resistência dos produtores nacionais. Agora, com a comercialização incentivada pelos contratos de opção de venda, o cenário se ajusta, afastando o risco de medidas externas.
Os leilões também tiveram impacto regional significativo. No Rio Grande do Sul, maior estado produtor, cooperativas e agricultores de municípios como São Borja e Itaqui participaram ativamente. Já no Mato Grosso, produtores de cidades como Água Boa e Nova Monte Verde foram destaque na negociação dos contratos. Apesar de os números finais não terem atingido a meta inicial, a iniciativa da Conab trouxe alívio ao setor, consolidando-se como um mecanismo eficaz de regulação do mercado.
Com a finalização desse processo, espera-se maior estabilidade para o próximo ciclo de produção e comercialização. A estratégia da Conab reforçou a confiança do setor produtivo na capacidade de atender à demanda interna e garantiu maior segurança ao mercado, sem recorrer a medidas que poderiam comprometer a competitividade do agronegócio brasileiro.
Fonte: Pensar Agro
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