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MPF entra com ação na Justiça Federal para garantir funcionamento de escola indígena em Guajará-Mirim (RO)
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Comunidade Sagarana relata risco à integridade física de alunos e professores da Escola Estadual Paulo Saldanha Sobrinho
O Ministério Público Federal (MPF) apresentou ação na Justiça Federal para que o Estado de Rondônia providencie a imediata sanitização de todo o forro do telhado da Escola Estadual Paulo Saldanha Sobrinho, no município de Guajará-Mirim (RO), para retirada de fezes de morcego, além da adoção de medidas que afastem a presença dos animais do local. Na ação civil pública, o MPF requer ainda a elaboração, no prazo de 60 dias, de projeto para reforma e ampliação da escola – a única que atende a comunidade indígena Sagarana. A medida visa a garantir o direito à educação com alimentação e infraestrutura adequadas das crianças e adolescentes indígenas matriculados.
O projeto deve incluir, entre outros pontos, a reestruturação urgente de todo o forro do telhado, a fim de impedir o abrigo de morcegos, e o fornecimento de todos os materiais e equipamentos necessários para atender aos estudantes e professores, incluindo aparelho de ar-condicionado. O órgão pede ainda logística para entrega de merenda escolar que desonere os membros da comunidade quanto aos gastos com deslocamento e combustível do transporte; a entrega de alimentos de acordo com o cardápio elaborado junto à comunidade, em frequência compatível com a necessidade alimentar dos alunos, além da continuidade na prestação dos serviços de merendeiro e de zelador escolar.
O MPF requer ainda a implementação do Ensino Médio no Sistema de Mediação Tecnológica e a elaboração de cronograma para reforma e ampliação da escola — incluindo refeitório, ginásio, sala para os professores, biblioteca e sala de informática com acesso à internet — e de projeto de construção de outra escola em médio prazo.
De acordo com o MPF, mesmo diante da grave situação e de tratativas conduzidas pelo órgão, a Secretaria de Educação do Estado de Rondônia (Seduc) não ofereceu soluções efetivas para alguns dos problemas urgentes da escola, sendo necessário buscar o Poder Judiciário para garantir os direitos da comunidade prejudicada.
Estrutura precária – A ação civil pública decorre de procedimento administrativo aberto pelo MPF para apurar relatos dos indígenas sobre a grave situação enfrentada pela comunidade Sagarana. No documento, a população destaca problemas relacionados à estrutura física da escola e defende a necessidade de reforma imediata do espaço.
Mesmo após ter sido reformada em 2019, a escola já perdeu parte do forro e os danos favorecem a presença de morcegos e o acúmulo de fezes dos animais, que causam forte cheiro. Os indígenas apontaram ainda quantidade insuficiente de materiais e equipamentos necessários para os 115 alunos e sete professores indígenas da escola. A comunidade pediu ainda a implementação do Ensino Médio para evitar deslocamentos dos estudantes a municípios vizinhos.
Além da falta de estrutura física, os indígenas questionavam a logística para a entrega da merenda escolar e a qualidade nutricional dos alimentos. Segundo eles, a merenda escolar é disponibilizada apenas duas vezes ao ano e conta com transporte e logística organizada pela própria comunidade que, muitas vezes, precisa arcar com despesas do combustível. A comunidade apontou ainda a ausência de merendeira e de zelador contratados pela Seduc.
Ação Civil Pública nº 1010056-89.2024.4.01.4100
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MPRO obtém a condenação de três pessoas por homicídio de jovem empresário em Ariquemes
O Ministério Público de Rondônia (MPRO) obteve a condenação de três réus pelo homicídio qualificado de um empresário em Ariquemes. O julgamento que se iniciou na segunda-feira (18/11) e foi concluído nesta terça-feira (19/11) e contou com a atuação das Promotoras de Justiça titulares das Promotorias do Júri de Ariquemes. As penas somadas ultrapassam 84 anos de reclusão.
O crime aconteceu na noite de 8 de julho de 2021, no bairro São Luiz, em Ariquemes. Segundo apurado, um dos réus, funcionário da vítima e mandante do crime, atraiu o empresário ao local dos fatos simulando a entrega de um veículo. Lá, os executores, em uma emboscada, efetuaram ao menos cinco disparos de arma de fogo, atingindo a vítima em várias partes do corpo.
As investigações revelaram que houve monitoramento prévio e escolha de um local ermo para dificultar a identificação dos criminosos. Os réus foram condenados por homicídio qualificado, com penas fixadas, inicialmente, em regime fechado. Ao mandante foi fixada a pena de 29 anos e 4 meses de reclusão, um dos executores recebeu a reprimenda de 29 anos e 3 meses, e o outro de 26 anos. O conselho de sentença reconheceu todas as qualificadoras pleiteadas pelo Ministério Público, quais sejam: motivo torpe, meio cruel, dissimulação e recurso que dificultou a defesa da vítima.
O crime teria sido motivado por ganância e por uma dívida de dinheiro relacionada a uma negociação de gado. Para que não precisasse pagar a dívida, o funcionário da vítima e mandante do crime, arquitetou o homicídio e contratou pessoas de sua confiança para que executassem o delito.
A condenação reafirma o compromisso do MPRO com a defesa do direito à segurança e à vida. O órgão atua para garantir que a lei seja aplicada, protegendo e promovendo a justiça. O direito à vida e à segurança são pilares fundamentais e a atuação ministerial busca, e sempre buscará, assegurar esses direitos e responsabilizar os violadores das regras em sociedade.
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